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Em Berlim, otimismo antecede conferência do G20 sobre África

Daniel Pelz | António Cascais
2 de junho de 2017

Capital alemã será palco da conferência sobre África do G20. As reuniões preparatórias para a cimeira, que terá lugar em 12 e 13 de junho, decorrem em clima positivo.

BdT Berlin Herbstlicher Blick von der Siegessäule
Vista parcial da capital alemã, BerlimFoto: picture-alliance/dpa/R. Jensen

A Alemanha, que detém este ano a presidência do G20, prometeu que África passe a receber mais investimentos privados dos países mais industrializados. Ludger Schuknecht, economista do Ministério alemão da Economia, está otimista de que os obejtivos vão ser conseguidos, pois nos bastidores está-se a trabalhar para que isso aconteça.

"A novidade é que as partes mais importantes – portanto, os países africanos, as mais relevantes organizações internacionais, assim como os países industrializados – estão a trabalhar em conjunto, no sentido de melhorar as condições para mais investimentos estrangeiros no continente africano," revela acrescentando que "o objetivo é que os países africanos criem condições propícias ao investimento privado".

"Mas os parceiros bilaterais, assim como as organizações internacionais envolvidas também devem dar garantias de que apoiam os esforços dos países africanos," defende o economista.

Entrada da sede do FMI, em WashingtonFoto: picture-alliance/dpa/J. Lo Scalzo

Apoio de todos os lados

São cinco os países africanos que já confirmaram a sua participação e o seu apoio a esta iniciativa da presidência alemã do G20: A Costa do Marfim, Marrocos, Ruanda, Senegal e Tunísia. Outros países seguirão.

Para além disso, apoiam a iniciativa todos os países do G20, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial, assim como o Banco Africano de Desenvolvimento. Também, apoiam a iniciativa várias empresas europeias, como a construtora alemã Strabag.

Jörg Wellmeyer, administrador da Strabag, afirma que não é fácil investir em África, mas pode valer a pena.

"Se um empresa estrangeira quer investir em África, essa empresa precisa de um mercado com muitos clientes. Produzir em África só faz sentido quando existe um mercado em África, porque exportar de África para outras regiões é muito caro, devido à falta de infraestruturas," considera.

"Acontece que os mercados africanos são muito pequenos, à exceção talvez do Egito ou da Nigéria, por exemplo. Isto quer dizer que o caminho é arranjar uma maneira de criar regiões com livre circulação de mercadorias e serviços, como por exemplo acontece na Comunidade dos Países da África Oriental," acredita Wellmeyer.

02.06.17 nova Compact with Africa - MP3-Stereo

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Na organização da conferência G20-África de Berlim participam também várias organizações não governamentais (ONGs) e iniciativas de apoio ao desenvolvimento. Uma delas é a organização ONE, que se bate por mais e melhor cooperação entre os denominados primeiro e segundo mundos.

"Não nos devemos concentrar apenas nos países mais dinâmicos e mais prósperos. Claro que temos que trabalhar também com esses, mas não podemos menosprezar os países mais pequenos e mais frágeis. Temos que apoiar todos. E temos que investir muito dinheiro," afirma Stephan Exo-Kreischer, representante da ONE na Alemanha.

Para Exo-Kreischer, "se o número de habitantes de África explode - e pode mesmo vir a duplicar - isso quer dizer que as verbas destinadas ao desenvolvimento económico também têm que duplicar."

A conferência G20–África de Berlim poderá dar um empurrão aos investimentos no continente africano.

G20 reunido em Bona

01:07

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