Ex-PR angolano José Eduardo dos Santos deixou escrito depoimento ilibando general "Dino" dos negócios do China International Fund, sendo ex-vice-presidente Manuel Vicente responsável por acompanhar dossiês da entidade.
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A declaração de José Eduardo dos Santos, a que a agência de notícias Lusa teve acesso, surge após as tentativas frustradas de ser ouvido presencialmente pelas autoridades angolanas, no âmbito do processo que envolve dois dos seus antigos homens de confiança, os generais Leopoldino Fragoso do Nascimento ("Dino") e Manuel Hélder Vieira Dias ("Kopelipa").
No depoimento escrito em novembro de 2021, o antigo Presidente menciona o propósito de "contribuir para a verdade material dos factos", relatando a sua versão sobre os acontecimentos que levaram o Ministério Público angolano a acusar os seus antigos colaboradores dos crimes de associação criminosa, branqueamento de capitais, peculato e falsificação de documentos e de terem lesado o Estado angolano em centenas de milhões de euros.
Reconstrução Nacional
No documento consultado pela Lusa, José Eduardo dos Santos refere que foi promovido, após o fim da guerra, em abril de 2002, um Programa de Reconstrução Nacional recorrendo à cooperação externa com vários países, em particular com a República Popular da China, através de instituições governamentais, entes públicos e empresas privadas, entre as quais o grupo China International Fund (CIF), também referido na acusação.
O programa previa um memorando de entendimento entre o CIF e o Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN), liderado pelo general "Kopelipa", que segundo o depoimento do antigo Presidente, que morreu na sexta-feira (08.08) em Barcelona, Espanha, "atuou em conformidade" com as leis e sob orientação do titular do poder executivo.
O GRN, ao qual cabia a função de implementar "programas de âmbito económico, produtivo e social, estruturantes para a reconstrução e desenvolvimento de Angola", contava com o CIF como parceiro no que diz respeito à cooperação e desenvolvimento de infraestruturas e serviços, bem como reforço da capacidade empresarial e investimento privado, de acordo com o memorando entre as duas entidades.
No entanto, José Eduardo dos Santos esclareceu que o memorando nunca esteve destinado a servir de suporte legal para entendimentos conducentes ao estabelecimento do Fundo de Reconstrução Nacional/China Sonangol International Holding Limited (China Sonangol), de contratos de petróleo entre a Sonangol-EP e China Sonangol, financiamentos entre estas entidades, e empréstimos GRN e China Sonangol.
Atuação de Manuel Vicente
O depoimento do ex-Presidente explica que foi designado o então presidente da Sonangol, e posteriormente ministro de Estado da Coordenação Económica e vice-presidente, Manuel Vicente, como coordenador da cooperação com o CIF.
Esta relação de cooperação permitiu ao CIF aceder a terrenos para implantação dos seus projetos de investimento privado com a obrigação de a empresa "proceder à regularização a posteriori dos terrenos cedidos", sendo atribuída também a Manuel Vicente a responsabilidade de acompanhar a implementação de projetos públicos e de investimento privado do grupo.
José Eduardo dos Santos salienta, no entanto, que na implementação do memorando de entendimento nunca foi aprovada por si a participação pelo GRN na assinatura e execução de contratos de compra e venda de petróleo entre a Sonangol e a China Sonangol (vários milhares de barris/dia, avaliados em biliões de dólares) cujos recursos financeiros estariam supostamente destinados a financiar a reconstrução nacional, nomeadamente através dos projetos do CIF.
No depoimento, realçou também que nunca aprovou a promoção e concessão de crédito pelo GRN à China Sonangol, nem a construção pelo GRN de vários edifícios entre os quais o CIF Luanda One e Luanda Two, que seriam projetos de investimento imobiliário privado.
O ex-chefe de Estado escreveu que aprovou, contudo, a prestação pelo GRN de apoio aos projetos de investimento imobiliário privado de empresas angolanas e estrangeiras em Luanda (entre os quais o projeto das centralidades do Zango, Vida Pacífica e Habitações Sociais do Kilamba Kiaxi), bem como a assinatura em 12 de setembro de 2007 de um contrato para construção de urbanizações no Zango (22 edifícios de 15 andares), tendo as partes acordado um pagamento inicial de mais de 55 milhões de dólares.
Em abril/maio de 2010, após o diretor do GRN cessar funções e o órgão ser extinto o projeto passou para a responsabilidade da Sonangol/Sonip.
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Atuação do general "Dino"
Entretanto, face aos "sérios problemas empresariais" que o CIF atravessava, deixando o seu "vasto património imobiliário" ser alvo de vandalismo e roubos, e tendo em conta que era uma empresa "que muito contribuía para a reconstrução nacional, incluindo para a criação de empregos", Eduardo dos Santos decidiu, segundo testemunhou, convidar o general "Dino" e o jurista Fernando Santos (também acusado pelo Ministério Público angolano) "para formarem uma equipa e fazerem um diagnóstico" destes projetos de investimento.
O ex-Presidente pretendia um inventário do que estava abandonado e a deteriorar-se, "bem como regularizarem todas as suas obrigações perante o Estado angolano", nomeadamente a legalização de todos os empreendimentos e bens do CIF para que na ausência da empresa ou seus representantes, e sem titular do direito de propriedade, o Estado angolano "fosse alvo de uma ação futura de indemnização por dano eminente e lucro cessante, sem que estes tivessem qualquer relação ou interesse na sociedade em causa".
Eduardo dos Santos indicou que o general "Dino" formou e liderou uma equipa com vários técnicos especializados para auxiliar neste processo, ilibando-o dos negócios mantidos com as empresas chinesas.
"As razões que estiveram na origem da ausência dos proprietários do CIF Ltd e da CIF Lda não são do conhecimento do aqui declarante, no entanto, reafirmou aqui e agora que os senhores tenente-general Leopoldino Fragosos do Nascimento e Dr. Fernando Santos nada têm a ver com a empresa CIF Ltd. e desconhecem a origem dos fundos investidos nos projetos em causa, sendo esta da responsabilidade única e exclusiva dos proprietários do CIF Ltd.", garantiu.
O processo
Segundo a acusação do Ministério Publico angolano, a China International Fund, Limited "apropriou-se dos 24 edifícios do Estado, construídos pela empresa Guangxi na centralidade do Zango O, contratou a empresa Delta Imobiliária, que os vendeu à Sonangol, EP, através da Sonip, Lda, mediante orientação do engenheiro Manuel Domingos Vicente, pelo valor global" de 475, 3 milhões de dólares.
A Delta Imobiliária, que assegurou a venda dos edifícios será "propriedade do engenheiro Manuel Domingos Vicente e dos arguidos Manuel Hélder Vieira Dias Júnior e Leopoldino Fragoso do Nascimento, através do Grupo Aquattro", acrescenta o documento.
Nesta acusação Manuel Vicente, antigo vice-presidente de Angola é referenciado por diversas vezes, tendo sido sob a sua égide, como presidente do conselho de administração da Sonangol, que começaram, em 2004, os negócios com empresários chineses.
Manuel Vicente estaria encarregue das relações que envolviam petróleo, enquanto as tarefas ligadas à Reconstrução Nacional e outros tipos de investimentos ficaram ao cuidado de "Kopelipa", de acordo com a acusação.
No âmbito desta divisão de tarefas, foi criado o GRN, na dependência do Presidente da República, na qualidade de chefe do Governo, tendo sido nomeado para seu diretor, por decreto presidencial, "Kopelipa", função que exerceu até 2010, acumulando-a com a de ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República.
Manuel Vicente e o seu diretor de gabinete, José Pedro Benge, também faziam parte do GRN, mas "apenas no âmbito do acompanhamento em função da cooperação com a China, sem responsabilidades na execução de projetos, que eram exclusivos do próprio GRN", lê-se no documento do Ministério Público.
Os chineses investiram, assim, nas centralidades que o Governo angolano queria desenvolver, contratadas pelo GRN e pagas pela Sonangol com fundos próprios.
José Eduardo dos Santos: Percurso do "eterno" Presidente de Angola
José Eduardo dos Santos faleceu a 08.07.2022 numa clínica em Barcelona, onde estava internado há vários dias. O ex-Presidente, que se despediu da política angolana em setembro de 2018, governou o país de 1979 a 2017.
Foto: Paulo Novais/EPA/dpa/picture alliance
Engenheiro petroquímico
Em 1961, aos 19 anos, José Eduardo dos Santos junta-se ao MPLA, o Movimento Popular de Libertação de Angola, que luta contra o colonialismo português. Em 1963, é enviado com uma bolsa de estudos para a União Soviética, onde frequenta um curso de Engenharia Petroquímica em Baku, capital do atual Azerbaijão. Dos Santos também tem aulas de comunicação militar e regressa a Angola em 1970.
Foto: picture-alliance/dpa
Antecessor Agostinho Neto
Angola torna-se independente em 1975 e mergulha diretamente numa guerra civil entre os três movimentos de independência: MPLA, UNITA e FNLA. A capital Luanda é controlada pelo MPLA. O seu líder Agostinho Neto assume a Presidência do país e instala um regime monopartidário de inspiração marxista. Dos Santos assume vários ministérios, incluindo os Negócios Estrangeiros e Planeamento Nacional.
Foto: picture-alliance/dpa
Aliança com países comunistas
Depois da morte de Neto a 10 de setembro de 1979, em Moscovo, dos Santos é eleito a 20 de setembro pelo MPLA como novo Presidente. Consolida a aliança entre Angola e os países do bloco comunista como a União Soviética e a República Democrática da Alemanha (RDA). Em 1981, dos Santos visita a RDA e é recebido pelo secretário-geral do Partido Socialista Unificado da Alemanha, Erich Honecker (à esq.).
Durante a visita à RDA em 1981, dos Santos passa pelo Muro de Berlim, na Porta de Brandemburgo, símbolo da "Guerra Fria" e da separação do mundo em dois blocos. Angola é um dos países onde o confronto entre os blocos comunistas e liberais se transforma numa "Guerra Quente". Os países comunistas querem evitar uma vitória da UNITA, apoiada pela África do Sul e pelos Estados Unidos da América.
Foto: Bundesarchiv
Soldados cubanos
Em apoio militar ao Governo do MPLA, Cuba envia soldados a Angola. Os 40 mil soldados cubanos têm um papel decisivo para travar o avanço das tropas da UNITA e da África do Sul. Na foto: Soldados cubanos em Cuito Canavale no ano de 1988, uma das maiores batalhas da guerra civil. Três anos mais tarde, é assinado um primeiro acordo de paz na localidade de Bicesse, no Estoril, em Portugal.
Foto: picture-alliance/dpa
Mais guerra apesar de acordo de paz
As primeiras eleições de Angola tiveram lugar em 1992. O MPLA obteve maioria absoluta no Parlamento, mas dos Santos não conseguiu maioria absoluta na primeira volta das presidenciais. A UNITA e o seu candidato, Jonas Savimbi, não reconheceram os resultados por alegada fraude eleitoral. A segunda volta não teve lugar, pois a guerra recomeçou. Na foto: Soldados governamentais reconquistam Dondo.
Foto: picture-alliance / dpa
MPLA ganha terreno
Os EUA reconhecem o Governo do MPLA em 1993. O Ocidente perde o interesse na guerra civil em Angola após a queda do muro de Berlim. E, com o fim do apartheid, o regime de segregação racial na África do Sul, a UNITA perde outro aliado e fica cada vez mais isolada. O MPLA abandona a retórica comunista e torna-se capitalista, e as riquezas do petróleo fazem do partido um parceiro atrativo.
Foto: Jörg Böthling/Brot für die Welt
Opção militar prevalece
Em 1994, foi assinado outro acordo de paz em Lusaka, Zâmbia. Um ano mais tarde, dos Santos oferece o posto de vice-Presidente a Jonas Savimbi. Este recusa em 1997 e falha a formação de um Governo conjunto. A seguir, a guerra intensifica-se. Dos Santos aposta na opção militar e investe fortemente nas Forças Armadas. O núcleo duro do seu regime é formado por generais e pela Guarda Presidencial.
Foto: Getty Images/AFP/A. Jocard
Aliança com Kabila no Congo
Com a sua intervenção militar na segunda guerra do Congo a partir de 1998, Angola presta um apoio decisivo a Laurent-Désiré Kabila, Presidente da RDC (Rep. Democrática do Congo). Com a nova aliança, o MPLA consegue eliminar uma retaguarda da UNITA. Dos Santos estabelece Angola como uma das principais potências militares e políticas na África Austral. Também envia soldados para o Congo-Brazzaville.
Foto: picture alliance/AP Photo/P.Wojazer
Vitória total sobre Jonas Savimbi
Um embargo internacional de armas enfraquece a UNITA, cada vez mais isolada. Pouco a pouco, o exército do Governo conquista espaço. A 22 de fevereiro de 2002, mata o líder da UNITA, Jonas Savimbi. Nesse ano, as duas partes assinam mais um acordo de paz. Termina finalmente uma das guerras civis mais sangrentas, com cerca de um milhão de mortos e quatro milhões de deslocados e refugiados.
Foto: AP
Vestígios da guerra
Anos mais tarde, ainda são visíveis os danos da guerra, como nesta foto de 2009. O desenvolvimento do país ficou atrasado, estradas e caminhos-de-ferro tiveram de ser reabilitadas, campos desminados. No enclave de Cabinda, província nortenha rica em petróleo, continua outra guerra. Mas, até hoje, o movimento separatista FLEC não consegue ameaçar seriamente o poder do MPLA em Cabinda.
Foto: gemeinfrei
Eleições adiadas e canceladas
Originalmente previstas para 1997, as segundas eleições legislativas da história de Angola só tiveram lugar em 2008. O MPLA obteve 81,6% dos votos, a UNITA 10,4%. Houve queixas de um clima de intimidação durante a campanha e de desorganização do pleito. As eleições presidenciais, prometidas para 2009, nunca se realizaram. Mesmo assim, dos Santos continua no poder.
Foto: Reuters
Esperanças goradas da Alemanha
Em 2011, a chanceler alemã Angela Merkel (à esq.) visita Angola, dois anos após a visita de dos Santos a Berlim. Há empresários alemães com muito interesse em investir em Angola. Mas poucos investimentos chegam a ver a luz do dia, nos anos seguintes. Angola continua a ser um parceiro difícil para a Alemanha. Há poucas empresas alemãs dispostas a enfrentar o ambiente de negócios angolano.
Foto: dapd
Repressão contra opositores
A partir de 2011, eclode uma onda de manifestações inspirada na Primavera Árabe. Os protestos foram brutalmente abafados pela polícia, vários ativistas detidos e condenados por alegado golpe de Estado. Em 2013, a Guarda Presidencial mata dois opositores a tiro. Membros da seita adventista "A Luz do Mundo" também são brutalmente perseguidos. A polícia é ainda acusada de execuções extra-judiciais.
Foto: DW/N. Sul d´Angola
Finalmente eleito, mas apenas indiretamente
Em 2010, o Parlamento muda a Constituição e elimina as presidenciais. A eleição passa a ser indireta: É eleito como Presidente o líder da lista mais votada nas legislativas. O MPLA vence as eleições de 2012 com 71,9% dos votos. Após 32 anos no poder, dos Santos ganha pela primeira vez legitimidade eleitoral, embora apenas de forma indireta. Observadores criticam desvantagens da oposição.
Foto: picture-alliance/dpa
Homem de família
Para além dos militares, a família é outro núcleo do poder de José Eduardo dos Santos, que teve vários casamentos. A sua esposa atual é Ana Paula dos Santos (foto), antiga modelo, que conheceu quando ela trabalhava como hospedeira no avião presidencial angolano. Casaram-se em 1991 e tiveram quatro filhos. Nas eleições de 2017, Ana Paula dos Santos será candidata a deputada nacional pelo MPLA.
Foto: Reuters
Filha é a mulher mais rica de África
Mas é Isabel dos Santos, filha do primeiro casamento com Tatiana Kukanova, uma russa campeã de xadrez que dos Santos conheceu em Baku, que tem maior protagonismo internacional. Através de uma licença de telecomunicações em Angola para a sua empresa Unitel, Isabel dos Santos construiu um império de negócios com atividades em Portugal e noutros países. É considerada a mulher mais rica de África.
Foto: picture-alliance/dpa
Filho administra fundo soberano
Em 2013, a nomeação de José Filomeno dos Santos, filho da segunda mulher de José Eduardo dos Santos, para liderar o Fundo Soberano de Angola gerou controvérsia. O fundo administra parte da riqueza petrolífera do país. O pai tem o apelido popular de "Zedú", o filho de "Zenú". A mãe de "Zenú", Filomena de Sousa, foi funcionária do Ministério dos Negócios Estrangeiros, quando dos Santos foi ministro.
Foto: Grayling
Luxo e riqueza do petróleo
Nos últimos anos, milhares de milhões de dólares entraram nos cofres de Angola, um dos maiores produtores de petróleo de África. A Avenida Marginal de Luanda é símbolo da nova riqueza. Mas muito dinheiro desapareceu das contas do Estado, acusam organizações não-governamentais como a Human Rights Watch. O Fundo Monetário Internacional também pediu mais transparência.
Foto: DW/N. Sul d'Angola
Parceria com a China
A China é o novo parceiro de eleição de José Eduardo dos Santos. O país torna-se no maior comprador do petróleo de Angola e concede vários créditos para financiar grandes projetos. Ao contrário do FMI e de outros parceiros, a China não exige transparência, nem reclama dos direitos humanos. Nascem novos bairros em Luanda como Kilamba Kiaxi (foto), financiada e construída por empresas chinesas.
Foto: cc by sa Santa Martha
Pobreza continua apesar da riqueza
Apesar das receitas milionárias do petróleo, Angola continua a ter graves problemas de pobreza. Mesmo na capital Luanda, há bairros sem saneamento como o de Kinanga (foto). Muitos serviços de saúde continuam fora do alcance dos mais pobres: Angola tem das maiores taxas de mortalidade infantil do mundo. O sistema de educação também é considerado inadequado para um país com tantos recursos naturais.
Foto: DW/N. Sul d'Angola
Homem discreto
José Eduardo dos Santos foi conhecido como um homem discreto. Entrevistas com ele são raríssimas. Não costumava dar conferências de imprensa e faz poucos discursos públicos. Nos últimos anos, esteve regularmente fora do país para longos tratamentos médicos em Barcelona, Espanha. Em África, os seus 38 anos no poder como chefe de Estado só foram superados por Teodoro Obiang da Guiné-Equatorial.
Foto: picture alliance/dpa/P.Novais
Sucessor como Presidente: João Lourenço
Depois de José Eduardo dos Santos anunciar que não seria candidato às eleições de 2017, o MPLA nomeou o ex-ministro da Defesa, João Lourenço, como candidato à sucessão. O MPLA ganhou as eleições de 23 de agosto e Lourenço é o novo Presidente de Angola. Mas dos Santos permaneceu por cerca de mais um ano na direção do partido e, deste modo, manteve uma considerável influência na política angolana.
Foto: Getty Images/AFP
Um ano mais tarde: sucessão no MPLA
Mesmo com José Eduardo dos Santos na chefia do MPLA, vários familiares seus perderam postos importantes: a filha Isabel foi exonerada como presidente do conselho de administração da petrolífera estatal Sonangol e o filho Zenú deixou de chefiar o Fundo Soberano. A 8 de setembro, no congresso do partido, o seu sucessor na Presidência, João Lourenço (foto), assumiu a chefia do partido.
Foto: DW/Cristiane Vieira Teixeira
Tratamento em Espanha
Em 2019, José Eduardo dos Santos muda-se para Barcelona, em Espanha, para realizar com maior facilidade tratamentos numa das melhores unidades hospitalares europeias na valência de oncologia, que já tratava o ex-PR angolano há cerca de oito anos.
Foto: picture alliance/dpa
A morte do "eterno" líder angolano
Em 8 de julho de 2022, a Presidência angolana confirma a morte do ex-Presidente "após prolongada doença". Antes de falecer aos 79 anos, José Eduardo dos Santos passou duas semanas internado numa unidade de tratamento intensivo da clínica onde recebia tratamento médico em Espanha.