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Em Moçambique os direitos dos reclusos de Tete são frequentemente violados

Amós Zacarias (Tete)25 de novembro de 2014

A delegação em Tete da organização não governamental Liga dos Direitos Humanos está preocupada com frequentes violações dos direitos dos reclusos naquela província central de Moçambique.

Barragem de Cahora Bassa na província moçambicana de TeteFoto: DW/M. Barroso

A Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (LDH), na província de Tete, aponta a morosidade na tramitação dos processos, a superlotação das cadeias, a falta de alimentação nas esquadras e as más condições de acomodação como as principais violações a que os reclusos estão sujeitos.

Júlio Calengo, representante da organização em Tete, diz que nas visitas que a liga tem efetuado às cadeias e esquadras ao nível da província depara-se com situações preocupantes de reclusos que permanecem muito tempo encarcerados em prisão preventiva. "Continuamos preocupados com as prisões preventivas, porque têm estado na penitenciária reclusos por mais de seis a sete meses. O que fazemos é alertar as autoridades judiciárias para esta situação", disse Calengo.

Ponte sobre o Rio Zambeze na província de TeteFoto: DW/Johannes Beck

Cadeias superlotadas em todo o país

O representante daquela organização de defesa dos direitos humanos considera ainda que, à semelhança do que acontece em todo o país, as cadeias de Tete também estão superlotadas. Aliás, para Calengo a penitenciária provincial de Tete é exemplo disto: "a cadeia provincial tem uma capacidade para 90 reclusos, mas alberga mais ou menos 500 presos. Esta é uma situação grave, e não nos podemos acomodar dizendo que está tudo bem".

Por outro lado, Calengo entende que aquele estabelecimento prisional está aquém das necessidades da província. Construída no tempo colonial, a unidade prisional funciona no centro da cidade, o que para o representante da LDH é preocupante: "já era altura de retirar aquele estabelecimento prisional daquele local onde está".

Medidas estão a ser implementadas

No entanto, Giberto Vontade, do Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP) em Tete, reconhece o problema da superlotação das cadeias na província.

Em conversa com a DW África, Vontade avança que o seu setor está a implementar algumas medidas para minimizar a situação, sendo que "uma das grandes soluções é a transferência dos condenados para outros estabelecimentos que tenham um número reduzido de reclusos e que as condições de segurança sejam garantidas".

Vista parcial de uma rua em TeteFoto: DW/Johannes Beck

A redução do número de magistrados do Ministério Público contribui para a demora na tramitação processual, das esquadras para as cadeias na província de Tete, principalmente nos distritos, de acordo com Júlio Calengo.

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Por seu turno, Gilberto Vontade, do SERNAP, diz que o seu setor se debate com a falta de recursos humanos qualificados para responder aos desafios da humanização das cadeias, mas garante que estão a ser desenvolvidos esforços neste sentido.

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