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Embaixador russo em Moçambique encontrado morto em casa

Lusa
12 de maio de 2024

O embaixador da Rússia em Moçambique, Alexander Surikov, de 68 anos, foi encontrado no sábado (11.05) morto na residência oficial. Polícia local diz que as autoridades russas não autorizaram qualquer exame ao corpo.

Foto: DW/L. da Conceição

Segundo uma informação da Polícia da República de Moçambique (PRM) a que a Lusa teve acesso, a "presunção" da investigação é de "morte súbita por causas indeterminadas", contudo, quando o piquete policial chegou à morgue do Hospital Central de Maputo "constatou que o corpo já tinha sido acondicionado".

"E por orientações vindas da Rússia, as quais chegaram à equipa técnica do piquete através do cônsul daquela Federação, o senhor Yuri Doroshenkov, o qual esteve presente na morgue acompanhado com o encarregado de segurança da embaixada, foi orientado a não fazer qualquer (...) exame do corpo e muito menos autópsia", refere-se na informação.

"Porém, a equipa técnica colheu fotografias do corpo do finado estando na gaveta, foram feitas fotografias à residência do mesmo e colheu-se o depoimento do cônsul", acrescentou.

A Lusa tentou obter mais informações do comando da PRM sobre este caso, que as remeteu para segunda-feira.

Numa das poucas declarações à comunicação social, o embaixador Surikov tinha transmitido, em entrevista à Lusa, em 02 de fevereiro passado, a disponibilidade de Moscovo para apoiar Maputo no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, em caso de uma solicitação, assinalando, contudo, que o apoio que o país está a receber é suficiente.

"Se Moçambique solicitar alguma coisa, nós estamos ao lado, mas a situação não é tão dramática agora", declarou Alexandre Surikov, reagindo a uma questão colocada pela Lusa, à margem de um evento no Palácio da Ponta Vermelha, residência oficial do Presidente de Moçambique, em Maputo.

O embaixador russo disse mesmo que Maputo "pode sempre contar com a Rússia": "Nós temos experiência de largos anos de cooperação na esfera militar com Moçambique, ajudamos este país a construir as suas forças armadas e eles sabem perfeitamente sobre as nossas capacidades. Se eles necessitarem de alguma ajuda específica, estamos sempre ao lado", disse na altura.

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