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Mnangagwa regressa ao Zimbabué para assumir a presidência

AFP | AP | gs
22 de novembro de 2017

O antigo vice-Presidente deve voltar ao país esta quarta-feira (22.11) a fim de assumir o cargo na sexta-feira (24.11). A União Africana saudou a decisão de Robert Mugabe se demitir.

Emmerson Mnangagwa no regresso ao ZimbabuéFoto: Getty Images/M.Longari

"O camarada Mnangagwa regressa hoje" a Harare, disse à agência AFP Larry Mavhima, aliado de Emmerson Mnangagwa. Os meios de comunicação oficiais avançam que o antigo vice-Presidente deverá assumir a presidência na sexta-feira (24.11).

Com danças e buzinões nos automóveis, os zimbabueanos comemoraram ao longo da última noite o fim de 37 anos de poder de Robert Mugabe, de 93 anos.

Zimbabueanos comemoram afastamento de Mugabe (21.11.17)Foto: picture-alliance/AP/B. Curtis

O braço de ferro terminou, esta terça-feira (21.11), com o anúncio feito pelo presidente do Parlamento, Jacob Mudenda, que leu a carta de demissão de Mugabe durante o debate de uma moção de censura contra o agora ex-Presidente.

O rastilho da crise interna deu-se a 6 de novembro, quando Robert Mugabe afastou o seu então vice-Presidente Emmerson Mnangagwa, de 75 anos. A ação desagradou os chefes militares que depois tomaram controlo do país, desencadeando o rol de acontecimentos que precipitaria a queda de Mugabe.

O afastamento de Mnangagwa resultou de uma luta interna com a esposa de Mugabe, Grace Mugabe, pela sucessão no poder. Depois do afastamento, o antigo vice-Presidente deixou o país, dizendo que não regressaria sem garantias à sua segurança.

Festejos em HarareFoto: Reuters/P. Bulawayo

UA elogia decisão de Mugabe

A União Africana (UA) saudou a decisão de Robert Mugabe de se demitir e elogiou o seu percurso. "O Presidente Mugabe será recordado como um valente lutador pela libertação pan-africana e como pai da nação zimbabueana independente", pode ler-se no comunicado do presidente da comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, divulgado na noite de terça-feira (21.11).

A renúncia do cargo "ficará na História como um ato de um verdadeiro homem de Estado", o que apenas pode "reforçar o legado político" do antigo Presidente, consta também no documento.

No entanto, a UA reconhece que o povo do Zimbabué "expressou a sua vontade para que haja uma transição pacífica do poder", de modo a assegurar-se "o futuro democrático do seu país".

Moçambique reage

Para o ex-Presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, a mudança política no Zimbabué é "um momento importante na história de África, um exemplo de que os povos africanos devem saber confiar nas suas próprias forças e saber resolver os seus problemas".  O antigo chefe de Estado disse que "a democracia funcionou".

Robert Mugabe esteve 37 anos à frente do ZimbabuéFoto: picture-alliance/AP Photo

O ministro dos Negócios Estrangeiros moçambicano, Oldemiro Balói, considerou que se a mudança política no Zimbabué influenciar as relações entre os dois países, será "no melhor sentido".

"Os zimbabueanos escreveram a sua própria história. Depararam-se com um problema, resolveram entre eles, parecem satisfeitos com a solução e isso é o que interessa", disse Oldemiro Balói aos jornalistas à margem de uma conferência internacional sobre conhecimento a decorrer em Maputo.

Presidentes de Angola e África do Sul cancelam viagem a Harare

Os Presidentes angolano, João Lourenço, e sul-africano, Jacob Zuma, suspenderam a viagem ao Zimbabué que estava prevista para esta quarta-feira (22.11). A visita tinha sido decidida, na terça-feira, numa reunião tripartida da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), devido aos desenvolvimentos na situação política.

De acordo com uma nota da Presidência da República da África do Sul, cujo chefe de Estado preside à SADC, a viagem a Harare "foi adiada até novo aviso".

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