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Empresários à espera de melhores dias em Angola

João Carlos (Lisboa)9 de maio de 2016

A crise económica angolana afetou negócios de empresários portugueses, obrigando ao retorno de centenas de trabalhadores. Mas a esperança na recuperação "é a última a morrer", dizem.

Foto: DW/C.V. Teixeira

A crise económica e financeira angolana abalou as expetativas de muitas das 13 mil empresas portuguesas que apostaram no mercado africano. O setor da construção e obras públicas foi um dos mais atingidos depois da queda mundial do preço do petróleo, a principal fonte de receitas de Angola.

A TopCon, presente no país há oito anos, é uma das firmas que sofre os efeitos da crise.

Houve uma "paragem de grande maioria das obras onde estavam envolvidas empresas que estavam a trabalhar com os nossos produtos", conta Pedro Araújo, responsável comercial da multinacional. A conjuntura tem obrigado a alguma retração das atividades da TopCon relacionadas com a construção de infraestruturas viárias e ferroviárias, portuárias e outras. A empresa adiou para já a abertura de uma sucursal em Luanda ou Benguela.

Investimento em Moçambique

A China é outro dos grandes parceiros no setor da construção civil tanto em Angola como MoçambiqueFoto: DW/J. Beck

Com menor expressão, Moçambique também é atingido pela queda do preço das matérias-primas, mas muitas empresas permanecem no país.

O plano de desenvolvimento nacional dispõe de mil milhões de dólares destinados a investimentos na área da construção civil para os próximos quatro anos. Segundo a conselheira comercial da embaixada moçambicana em Lisboa, Filomena Malalane, "neste momento, o grande desafio é construir infraestruturas que sirvam a economia como um todo".

Moçambique "é um mercado com grande potencial. Está a surgir uma classe média com algum poder de compra que precisa de habitação, porque a maioria é jovem", explicou Malalane, na semana passada, durante a 18ª edição da Tektónica - Feira Internacional de Construção e Obras Públicas, que decorreu na capital portuguesa.

"A esperança é a última a morrer"

Moçambique oferece, por isso, esperanças aos parceiros lusos, tal como Angola, onde se projeta também a reabilitação de infraestruturas.

Portugal é aliciado como um dos parceiros preferenciais, de acordo com Cláudio Rodrigues, diretor nacional da Unidade Técnica de Investimento Privado e consultor económico do Ministério da Construção.

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"O setor da construção em Angola, pelas perspetivas que nós apresentamos, vai ter um crescimento de cerca de 3,5 por cento, com base nos dados que serviram para o relatório de formatação do Orçamento Geral do Estado. Portanto, apesar dessa desaceleração económica e desse clima mundial de recessão, vamos ter um ligeiro crescimento e naturalmente contamos com Portugal para o processo de diversificação e modernização das nossas infraestruturas", diz Rodrigues.

Pedro Araújo, da multinacional portuguesa TopCon, acredita que dias melhores se seguirão a esta crise petrolífera. Manuel Reis Campos, presidente da Associação portuguesa dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), partilha da mesma opinião: "Estamos esperançados que Angola volte ao seu ritmo e ocupe um lugar cimeiro em termos de potencial de infraestruturas que necessita.

Para estes empresários portugueses, "a esperança é a última a morrer".

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