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Empresa russa interessada em construir ferrovia em Bissau

Lusa
15 de maio de 2024

A empresa Rusal está interessada em construir uma ferrovia que irá ligar a Guiné-Bissau a vários países da África Ocidental, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Carlos Pinto Pereira.

Rusal, empresa russa de alumínio
Rusal é uma das maiores produtoras de alumínio do mundoFoto: Reuters/I. Naymushin

Carlos Pinto Pereira, ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, disse que a Rusal aproveitou a presença do Presidente Umaro Sissoco Embaló na Rússia para manifestar a intenção de, no futuro, ajudar a Guiné-Bissau a construir a sua ferrovia, bem como o porto de águas profundas na localidade de Buba.

Estes dois projetos são antigos e os sucessivos governos guineenses têm tentado arranjar parceiros para a sua materialização.

As duas infraestruturas, a serem construídas, poderiam também ajudar a ligar a Guiné-Bissau ao Mali, Burkina Faso e Níger, países que não contam com saídas para o mar, destacou Pinto Pereira.

Para já, adiantou o chefe da diplomacia guineense, a Rusal, que tem um contrato com o Governo da Guiné-Bissau, vai avançar para a exploração de bauxite que existe na localidade de Boé, no leste do país.

Umaro Sissoco Embaló e Vladmir Putin, em outubro de 2022Foto: Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin/REUTERS

Estudos do Governo guineense indicam que existe em Boé uma reserva de mais de 113 milhões de toneladas de bauxite, a principal fonte natural de alumínio.

Parcerias russas

Em 2007, o Governo guineense concedeu uma licença de exploração daquele minério à Bauxite Angola, uma empresa mista de direito angolano, que viria a interromper os trabalhos de prospeção, iniciados em abril de 2012, na sequência de um golpe de Estado na Guiné-Bissau.

O ministro Carlos Pinto Pereira indicou que a Rusal fica com a concessão daquele minério por desistência de Angola e que ainda no decurso deste ano deverá retomar os trabalhos para a sua exploração.

Em relação ao porto de Buba e à ferrovia, a Rusal admite participar na construção das duas infraestruturas, embora não as enquadre no projeto de exploração de bauxite, observou Pereira.

O governante guineense também referiu que a empresa russa Lukoil vai, ainda este ano, realizar a primeira perfuração de poço de petróleo na expectativa de ver se terá valor comercial.

Carlos Pinto Pereira explicou que o bloco de prospeção onde a Lukoil vai realizar a perfuração já tinha sido pertença, em termos de licença, de várias outras empresas.

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