Empresas africanas à procura de talentos na capital portuguesa
14 de maio de 2012 Numa sala de um hotel na capital portuguesa, Lisboa, representantes de onze empresas recebem o currículo dos candidatos, na sua maioria jovens universitários que procuram a sua primeira oportunidade para entrar no mercado do trabalho em África.
Durante três dias, entre sexta (11.05) e domingo (13.05), cerca de 500 candidatos foram entrevistados e ficaram a conhecer melhor as empresas e os projetos que necessitam de quadros qualificados.
Presente neste evento a hidroelétrica de Cahora Bassa veio à procura de moçambicanos que queiram regressar ao seu país. “Em vez de esperarmos que eles cheguem à terra e façam a sua candidatura vamos nós atrás para termos a primeira escolha”, frisa Vanessa Mangeira, diretora de Recursos Humanos da hidroelétrica. A empresa moçambicana precisa de engenheiros, eletricistas e de quadros com experiência na área ambiental, que possam levar mais-valia para a exploração da barragem.
Jovens africanos formados em Portugal sonham com o regresso a África
Licenciado em física e com dois mestrados, Ricardo Filipe Correia, gostaria de voltar a Moçambique, “para dar o seu contributo” ao desenvolvimento do país natal. Também a angolana Zurema Tiago, engenheira do ambiente, chegou a este Fórum com muita expetativa. “ Gostava de voltar para a minha terra, mas não me importava nada de ir para Moçambique trabalhar”, diz
À procura de oportunidade vieram também quadros de São Tomé e Príncipe, onde estão em curso projetos de prospeção de petróleo. É nisso que pensa Emídio Neto, formado em engenharia química.”No folheto que eles dão existem duas empresas que estão ligadas a São Tomé, mas a área com a qual eles trabalham não é a área da química o que não favorece muito o meu caso”, ressalta.
Moçambique e Angola no topo dos países mais procurados por jovens quadros
Percebe-se claramente que Angola e Moçambique estão entre os países que mais interesse têm despertado nestes fóruns de recrutamento de excelência. Tanto mais que o grupo Mota Engil sai de Lisboa já com uma carteira de candidatos, afirma Glayds Estevão, diretora dos Recursos Humanos da empresa em Angola .“ Nós tínhamos algumas expetativas. O nosso core bussiness é a construção, obviamente que os engenheiros civis estão aqui numa primeira linha, mas temos outras áreas que precisamos reforçar a curto e médio prazo”.
Para a Global Career Company, empresa promotora sedeada em Londres, este Fórum de Lisboa oferece boas perspetivas. “Temos um feedback muito positivo da parte das empresas relativamente à qualidade dos candidatos. Houve mesmo uma empresa que não vou citar o nome por razões de confidencialidade, que já estava a imprimir 14 ofertas de emprego para Angola, o que é um resultado muito bom”, diz Cristina Pimentel, consultora de recrutamento internacional.
Autor: João Carlos (Lisboa)
Edição: Helena Ferro de Gouveia/ António Rocha