Na principal estrada de Moçambique, há charcos, poços e crateras. Os transportadores pedem uma intervenção rápida das entidades na rodovia que liga o sul ao norte do país.
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"A estrada está má, não sabemos o que fazer com ela", desabafa o automobilista Francisco Alexandre.
Os camionistas, transportadores de semicoletivos de passageiros e outros que circulam na Estada Nacional 1 (EN1), solicitam com urgência ao Governo moçambicano a manutenção da rodovia.
Dizem que a EN1 está em péssimas condições, apresentando covas, buracos e crateras em quase toda a extensão da via, o que tem dificultado a vida de quem circula pela principal estrada de Moçambique.
Horas para fazer viagens de minutos
Viajantes regulares como Francisco Alexandre, condutor de um semicoletivo de passageiros que faz o troço Inchope - Gorongosa, alertam que a EN1 precisa uma reabilitação profunda ou de raiz. E apelam à intervenção rápida das autoridades competentes.
"Não sei o que pensa o Governo, pois a situação está mal. Atualmente, demoro quatro a cinco horas para fazer este troço, quando antes fazia em apenas 45 minutos", recorda o condutor.
Viagens mais prolongadas significam também maior despesa. "Em termos de custos, passámos de 10 para 20 litros, e por vezes chegam a ser 30 litros, devido às covas", diz Francisco Alexandre.
Além disso, a falta de manutenção da estrada pode danificar as viaturas.
"Não se anda, gatinha-se"
Os transportadores alegam que as rotas que se percorriam em dois dias, ligando as províncias moçambicanas, passaram a ser em três. Conduzir de Maputo até Nampula é "desolador", afirmam.
Bato Agostinho diz que na EN1 "não se anda, gatinha-se".
"Se houvesse uma via alternativa, de certeza as pessoas iriam usar, mas como é a única, estamos aqui neste martírio", acrescenta.
Governo atento
O Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, disse recentemente, em Manica, que o Governo está preocupado com o nível de degradação da EN1. Para já, está a mobilizar fundos para a sua intervenção.mobilizar fundos para a sua intervenção.
"O nosso interesse é devolver a transitabilidade segura. O país é grande e, infelizmente, temos estado a notar este tipo de situações em todo o território nacional. Ainda estamos a fazer intervenções e reposições das vias de uma forma mais segura", disse o governante.
Devido ao aumento do tempo de viagem, muitos passageiros desistiram de fazer deslocações por estrada entre as províncias, agravando a queda de receitas dos transportadores.
Moçambique: A degradação do Estádio Nacional do Zimpeto
O Estádio Nacional do Zimpeto foi inaugurado em 2011 para abrigar competições de futebol e atletismo. Pela falta de gestão, hoje ele se apresenta em aspeto de abandono, sem segurança e uso devido da sua finalidade.
Foto: Romeu Silva/DW
O Estádio Nacional do Zimpeto hoje
O Estádio Nacional do Zimpeto (ENZ) foi construído para acolher jogos africanos de 2011, em Maputo e custou 57 milhões de dólares ao país. Ao longo do tempo, ele tem-se degradado e chegou mesmo a ser proibido de acolher jogos oficiais da seleção por causa da qualidade da relva.
Foto: Romeu Silva/DW
Vedação a cair
Ao redor do Estádio Nacional do Zimpeto um dos sinais claros de abandono é a vedação. Este é apenas um exemplo da falta de segurança no ENZ.
Foto: Romeu Silva/DW
Capim no estacionamento
Os lugares reservados ao estacionamento possuem grande vegetação. Durante os jogos da Seleção Nacional este espaço era pouco explorado porque não era permitido o estacionamento de todas as viaturas.
Foto: Romeu Silva/DW
Portão eletrônico a ruir
Esta parte do estádio não chegou a funcionar em pleno e a manutenção foi deficiente. Durante os jogos africanos estes portões eram usados, mas fechados quando o ENZ passou a acolher jogos da Seleção Nacional.
Foto: Romeu Silva/DW
Bilheteira virou centro de recenseamento
Há muitos compartimentos em desuso, por isso as autoridades de administração eleitoral reaproveitaram o espaço e hoje é usado como centro de recenseamento eleitoral.
Foto: Romeu Silva/DW
Bilheteira como salão de beleza
Esta bilheteira também foi aproveitada em tempos para ser um salão de beleza. A transformação foi bastante criticada ao ponto de encerrarem as atividades, mas nunca houve a remoção do letreiro.
Foto: Romeu Silva/DW
Salto em comprimento
Quando acolheu os jogos africanos, este lugar em Zimpeto destinava-se a especialidade desportiva de salto em comprimento. Hoje, está degradado e desde 2011 poucas vezes acolheu esta modalidade de atletismo.
Foto: Romeu Silva/DW
Campo de treino tornou-se de recreação
A arquitetura deste complexo, construído para acolher os jogos africanos, possui atualmente um campo utilizado apenas para práticas recreativas da comunidade, já que desde 2011 não possui qualidade para treinos profissionais de desporto.
Foto: Romeu Silva/DW
Uso do ENZ como prédio público
No recinto do ENZ funciona igualmente também uma repartição pública da Autoridade Tributária de Moçambique. Esse é um espaço aproveitado para evitar a degradação do compartimento e para encurtar distâncias no pagamento de impostos.
Foto: Romeu Silva/DW
Aproveitamento do espaço
A criação deste Centro de Medicina Desportiva também surgiu para o aproveitamento do espaço e se adequou bem ao recinto.