A eleição deste domingo (10.12) na autarquia de Marromeu, província de Sofala, foi caracterizada logo às primeiras horas por um ambiente de tensão por conta da alegada circulação e introdução de boletins pré-votados a favor do partido FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique, no poder).

O presidente de uma das mesas de voto no município foi conduzido à esquadra, por suspeitas de liderar um esquema de enchimento de urnas envolvendo os seus colegas de mesa.

A situação criou um alvoroço que paralisou durante horas o processo de votação. Os eleitores indignados prometiam medidas duras.

Esperança da oposição mantém-se

Os partidos RENAMO e MDM dizem que, apesar do alegado esquema de enchimento, os munícipes de Marromeu vão fazer a escolha certa.

"Vamos deixar o voto acontecer, que a vontade do povo de Marromeu, o seu desejo, sejam realizados", afirmava Vasco Mendonça, representante da RENAMO na autarquia, durante a tarde. "Esperamos que o processo seja calmo, que a polícia não interfira e trabalhemos pelo menos para sairmos pelo menos tranquilos desta eleição".

Também o Movimento Democrático de Moçambique considera que, desta vez, os residentes de Marromeu merecem o devido respeito.

Contagem atrasada e detenções

As urnas encerraram pontualmente às 18h00 e algumas vias de acesso junto às assembleias de voto foram encerradas pela polícia,.

Até às 20h00, a contagem de votos ainda não tinha começado em várias assembleias. Delegados de candidatura provenientes de partidos da oposição exigiram o início da contagem e acabaram detidos pela polícia. Horas depois, foram postos em liberdade.

Os presidentes de mesa alegavam estar a aguardar por ordens superiores para o início da contagem.

Apesar de alguns incidentes de menor relevo, a polícia moçambicana considerou a situação calma e controlada. Isidro Nhamussua é comandante da polícia em Marromeu: "Pontualmente, às 07h00, todas mesas estavam protegidas pela polícia, iniciou com alguns alguns problemas mas o STAE e CNE conseguiram ultrapassar."