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Cultura

Espetáculo de Luaty Beirão e MCK impedido em Luanda

Catania Zemen | Lusa
5 de novembro de 2016

Agentes da Polícia Nacional de Angola retiram licença ao Cine Tivoli, em Luanda, onde está previsto para a noite deste domingo (06.11) um concerto do rapper e ativista luso-angolano Luaty Beirão com o músico MCK.

Afrika Luaty Beirao Rapper und Aktivist in Angola
O rapper e ativista Luaty BeirãoFoto: Privat

Luaty Beirão, um dos 17 ativistas condenados por rebelião em Angola em março deste ano, informou a agência Lusa de que ele e o músico MCK, seu parceiro neste espetáculo, receberam "uma chamada da senhora do Cine Tivoli a dizer que a polícia foi lá e tirou, abusivamente e sem nenhum mandado, a licença".

Considerando que este ato foi feito de forma ilícita o rapper Ikonoklasta - nome pelo qual Luaty é conhecido no universo musical - afirma que irão "falar com o pessoal do espaço e vamos continuar a apelar às pessoas para irem [ao espetáculo], até que nos apresentem um documento com a proibição".

De acordo com o músico, os moldes em que o espetáculo se poderá realizar ainda não são conhecidos, mas mantém-se agendado para domingo, às 20h15m, hora local.

Luaty Beirão acredita que este é um boicote ao evento e uma forma de intimidar as pessoas, ao pedirem "um monte de documentos". "A polícia retirou a licença do espaço Tivoli, mas enquanto o faziam, decorria, ao mesmo tempo, um evento infantil no local", observou o rapper.

O concerto de Ikonoklasta e MCK, ambos conhecidos pela música de intervenção, estava inicialmente previsto para este sábado (05.11) à noite, no Chá de Caxinde, outra sala no centro da capital angolana. No entanto, os proprietários recuaram e acabaram por não permitir a sua realização, de acordo com os músicos. "Disseram-nos que podíamos divulgar e, no dia seguinte, informaram-nos de que o 'show' não ia poder acontecer ali", disse Luaty Beirão à Lusa.

O rapper e ativista angolano, de 34 anos, é uma das vozes mais ativas contra o regime do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos. Foi condenado em março deste ano, no mediático processo "15+2", a cinco anos e meio de prisão por atos preparatórios de rebelião, associação de malfeitores e falsificação de documentos. Os 17 ativistas acabariam por ser libertados em junho, pelo Tribunal Supremo, depois de um recurso apresentado pela defesa.

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