"Estamos repugnados": Nova greve na saúde e educação
8 de abril de 2024As escolas e hospitais públicos voltaram a paralisar esta segunda-feira (08.04), por um período de três dias, por falta de entendimento entre o Governo e a Frente Social dos sindicatos das duas áreas sociais.
Nos hospitais do país, observam-se os serviços mínimos, só para os casos mais graves. Muitos doentes e os seus acompanhantes foram obrigados a regressar a casa ou a procurar clínicas privadas, enquanto as escolas funcionaram a meio-gás. Os alunos deveriam ter regressado esta segunda-feira às aulas, após umas miniférias de Páscoa.
"Estamos totalmente repugnados com as sucessivas greves nas escolas e nos hospitais, porque nós sabemos que o nosso futuro está a ser adiado por causa da greve", disse um aluno ouvido pela DW África. "Eu não concordo com a greve, porque já estamos quase no terceiro trimestre. Parar as aulas desta forma vai prejudicar-nos", lamentou uma aluna.
Melhoria dos salários e das condições laborais
Os motivos para a greve são os mesmos do mês passado. No setor da educação, os sindicatos exigem o pagamento de salários e subsídios aos professores, a resolução das irregularidades no cumprimento do Estatuto da Carreira Docente, a melhoria das condições laborais e a atualização do currículo escolar, em conformidade com a realidade guineense.
Em relação ao setor da saúde, para além do pagamento de salários e subsídios em atraso, a Frente Social dos Sindicatos exige a aprovação da proposta de lei da carreira dos profissionais de saúde e o Código Deontológico dos Enfermeiros.
O porta-voz da Frente Social, Ioio João Correia, disse que depois dos primeiros encontros e de correspondência com o Governo para a busca de uma solução para a greve, nada mais aconteceu.
"Acabámos por efetivar a segunda vaga da greve, porque não chegámos a um entendimento com o Executivo", esclareceu o sindicalista. "Não recebemos qualquer informação [do Governo]. Não conseguimos manter um encontro."
No entanto, Ioio João Correia acredita que ainda há tempo para uma solução.
"Nós estamos otimistas de que o Governo vai continuar a fazer o seu trabalho, no sentido de a gente voltar à mesa e continuar com a dinâmica de negociação, para que possamos chegar a um entendimento e evitar futuras greves", concluiu.
A DW África contactou o Governo, mas não obteve uma reação sobre o início da nova onda da greve nos setores da educação e saúde da Guiné-Bissau.