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ConflitosZâmbia

Estudante zambiano morto na Ucrânia era do grupo Wagner

Lusa
30 de novembro de 2022

O estudante zambiano que tinha estado a cumprir uma pena de prisão na Rússia e morreu a lutar ao lado das tropas russas na Ucrânia, trabalhava com o grupo mercenário russo Wagner, afirmou o seu líder.

Russland, Kostroma | Reservisten der russischen Armee
Foto: /Russian Defence Ministry/TASS/dpa/picture alliance

O chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, publicou, na terça-feira, numa mensagem numa rede social russa chamada VKontake que o estudante Lemekhane Nyireda, de 23 anos de idade, "morreu como herói". 

Prigozhin disse ter perguntado ao estudante preso por que queria juntar-se à luta, dada a grande probabilidade de este ser morto, e que o cidadão zambiano respondeu: "Vocês, russos, ajudaram-nos a nós, africanos, a conquistar a independência durante muitos anos. Quando foi difícil para nós, estenderam-nos a mão e continuam a fazê-lo agora. O mínimo que eu podia fazer, provavelmente, para pagar as nossas dívidas era ir para a guerra convosco".

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Zâmbia, Stanley Kakubo, disse no início deste mês que funcionários russos tinham comunicado ao Governo zambiano a morte de Nyireda, que era um estudante financiado pelo Governo, antes de ser condenado na Rússia por crimes não especificados, em abril de 2020.

O ministro afirmou que a Embaixada da Zâmbia em Moscovo afirmou que Nyirenda morreu em 22 de setembro e que os seus restos mortais tinham sido transportados para a cidade fronteiriça russa de Rostov antes do repatriamento para a Zâmbia. 

Antes da sua sentença de prisão, Nyirenda estava a estudar engenharia nuclear no Instituto de Física de Engenharia de Moscovo. O estudante encontrava-se a cumprir uma pena de aproximadamente nove anos numa prisão nos arredores de Moscovo, de acordo com o Governo zambiano. 

Segundo várias fontes, a Rússia - desesperada por mais mão-de-obra para apoiar aquilo a que o Kremlin chama uma "operação militar especial" na Ucrânia - ofereceu liberdade aos condenados se estes se juntassem à luta. 

A Rússia recorreu ao Grupo Wagner - cujo chefe é apontado como um aliado próximo do Presidente, Vladimir Putin - em vários conflitos armados em todo o mundo.

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