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Ethiopian Airlines: Boeing no centro do debate após acidente

DPA | AFP | Reuters | Lusa | tm
11 de março de 2019

Na Etiópia, modelo de aeronaves Boeing está no centro dos debates um dia depois do acidente envolvendo um Boeing 737 Max-8, da Ethiopian Airlines, que deixou 157 mortos.

Äthiopien Flugzeugabsturz Bergungsarbeiten
Equipas de resgate após acidente que deixou 157 mortos na Etiópia neste domingo (10.3)Foto: AFP/Getty Images

Na sequência do acidente aéreo na Etiópia neste domingo (10.3), que teve entre as vítimas fatais um moçambicano e cinco alemães, a transportadora Ethiopian Airlines anunciou que todos os aviões do tipo relativamente novo de aeronaves Boeing 737 Max-8 deverão permanecer no solo. China, Indonésia e a companhia aérea nacional da Etiópia declararam nesta segunda-feira (11.3) a proibição de uso de máquinas idênticas - pelo menos 110 aeronaves foram afetadas.

O referido avião da companhia etíope Ethiopian Airlines partiu no domingo de manhã da capital, Adis Abeba, com destino à capital do Quénia, Nairobi, tendo caído poucos minutos depois numa zona chamada Hejeri, perto da cidade de Bishoftu, a cerca de 42 quilómetros a sudeste da capital da Etiópia. Todos os 157 ocupantes da aeronave morreram.

Através da rede social Twitter na manhã desta segunda-feira (11.3) a transportadora etíope também informou que as duas caixas negras da aeronave foram encontradas. Autoridades envolvidas dizem que as investigações deverão ser conduzidas. Entretanto, até agora, está no centro do debate o relativamente novo modelo de aeronaves Boeing.

Choque da aeronave

Local do acidente da aeronave da Ethiopian Airlines Foto: google.com/maps

No local do acidente, na África Oriental, testemunhas relataram momentos perturbadores após choque da aeronave. Gadisa Benti, que vive nos arredores, disse ter visto fogo na parte de trás do avião, que tentava empinar a parte da frente, mas não podia, pois inclinava-se para os lados. 

"Finalmente, quando a aeronave passou sobre a nossa casa, a parte da frente do avião foi para baixo e, ao chocar-se com o solo, explodiu", relatou a testemunha. "Corremos para ver, e o avião já estava a queimar. Havia muita fumaça. O que vimos depois foi realmente perturbador", acrescentou.

As causas do acidente ainda não são conhecidas, mas este é o segundo desastre envolvendo um Boeing 737 Max em cinco meses. O primeiro ocorreu ao largo da costa da Indonésia, em circunstâncias semelhantes, em 29 de outubro do ano passado, resultando na morte de todos os 189 ocupantes.

Em ambos os acidentes, falhas elétricas não são excluídas. Mas, apesar da sequência de uma segunda queda em menos de seis meses por um Boeing 737 Max-8, alguns especialistas dizem ser cedo demais para comparações e pânico. 

"Cedo demais para pânico"

Ethiopian Airlines: Aviões Boeing no centro do debate após acidente aéreo

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Segundo Gerry Soejatman, analista de aviação baseado em Jacarta, o impacto para a indústria é muito significativo. "Temos um novo tipo de aeronave que está em operação há apenas dois anos, e já temos dois acidentes com circunstâncias aparentemente similares", diz. "É natural que muitos especulem, pois as pessoas estão preocupadas. Mas acho cedo demais para pânico", explica o analista.

Por sua vez, a fabricante Boeing expressou condolências às famílias das vítimas e anunciou a implantação de especialistas para a Etiópia para ajudar nas investigações das causas do acidente. Entretanto, na bolsa de valores de Nova Iorque, a notícia do acidente desencadeou queda nas ações da Boeing nesta segunda-feira.

A empresa Ethiopian Airlines, 100% propriedade do Estado etíope, tornou-se a primeira empresa do continente africano a ter uma frota de mais de 110 aeronaves, muitas delas recentes. Fundada em 1945, superou, nos últimos anos, as concorrentes South African Airways, Royal Air Maroc e Kenya Airways, continuando a comprar novas aeronaves e a expandir novas rotas.

Desde dezembro do ano passado, a Ethiopian Airlines está a operar no mercado doméstico moçambicano. No início de março, essa transportadora aérea etíope também passou a operar na província de Inhambane.

 

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