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PolíticaEtiópia

Etiópia reconquista outra cidade em ofensiva

tm | Lusa | Reuters
21 de novembro de 2020

Governo etíope informa que capturou a cidade de Adigrat em sua ofensiva militar para tomar a capital de Tigray, Mekele, onde tenta derrubar a Frente de Libertação de Tigray (TPLF); e rejeita mediação africana.

Tigray-Konflikt | Äthiopisches Militär
Foto: Ethiopian News Agency/AP/picture alliance

"Nossas forças libertaram hoje a cidade de Adrigat da milícia TPLF, depois de ter assumido o controle das áreas vizinhas ontem à noite", declarou o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, em comunicado. As informações foram avançadas neste sábado (21.11).

Adigrat, uma das cidades mais importantes da região norte e localizada a cerca de 120 quilômetros de Mekele, foi assumida após a conquista de Aksum e Adwa nesta sexta-feira (20.11), segundo o Governo etíope. Entretanto, a TPLF ainda não se pronunciou sobre essas supostas derrotas militares.

Também esta sexta-feira, o porta-voz da milícia, Getachew Reda, ex-ministro de Comunicação da Etiópia, afirmou no Facebook que as forças Tigrinya tinham derrotado as tropas federais nos campos de batalha de Raya e Zalambasa.

Tigray, que faz fronteira com a Eritréia e o Sudão, permanece isolado e com as telecomunicações cortadas desde o início desta guerra, no último dia 4.11. A medida, imposta pelo Governo central, foi uma retaliação a um ataque das forças TPLF a uma base do exército etíope na região, tornando muito difícil a verificação de informações no local.

"Faremos tudo que for necessário para garantir que a estabilidade prevaleça na região de Tigray e que nossos cidadãos estejam livres de danos", destacou Abiy na nota.

Ex-presidentes africanos para mediar conflito

Joaquim Chissano, ex-Presidente de MoçambiqueFoto: imago/GlobalImagens/V. Rios

O primeiro ministro etíope deu essas declarações depois que a União Africana (UA) anunciou que enviaria os ex-presidentes Joaquim Chissano (Moçambique), Ellen Johnson-Sirleaf (Libéria) e Kgalema Motlanthe (África do Sul) para ajudar a mediar o conflito.

"A principal tarefa dos enviados especiais é envolver todas as partes do conflito com vistas a pôr fim às hostilidades", disse o atual presidente da África do Sul e da UA, Cyril Ramaphosa, pela rede social Twitter.

"Os mediadores também tentarão criar as condições para um diálogo nacional inclusivo para resolver todas as questões que levaram ao conflito e restaurar a paz e a estabilidade na Etiópia", completou Ramaphosa, que se encontrou com Sahle-Work Zewde,  presidente etíope.

O Governo etíope confirmou que Abiy Ahmed receberia os enviados especiais para conversar com eles um a um, mas negou que os ex-presidentes viajariam à Etiópia para mediar o conflito.

Entretanto, no final deste sábado, segundo avançou a agência de notícias Reuters, o Governo etíope rejeitou o esforço africano para mediação, com o argumento mesmo de que suas tropas já haviam tomado outra cidade em sua marcha para a capital controlada pelos rebeldes da região norte de Tigray.

Até hoje, o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2019,é acusado de ignorar os apelos internacionais para desacelerar o conflito, e também de estar relutante em aceitar uma negociação com a TPLF para resolver a crise, que já causou centenas de mortes e a fuga de mais de 30 mil etíopes para o vizinho, o Sudão. 

Tigray: O conflito que já faz milhares de refugiados

01:34

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