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PolíticaEtiópia

Separatistas do Tigray dispostos a negociar cessar-fogo

Lusa
8 de novembro de 2021

Sob anonimato, um alto funcionário da União Africana entregou a uma mensagem de paz vinda da Frente Popular de Libertação de Tigray. Mas o convite ao cessar-fogo tem condicionantes.

Symbolbild Äthiopien Tigray-Krise | Ausnahmezustand
Foto: Ben Curtis/AP Photo/picture alliance

Os separatistas de Tigray, na Etiópia, comunicaram ao Alto Representante da União Africana (UA) para o Corno de África, o ex-Presidente nigeriano, Olusegun Obasanjo, que estão dispostos a negociar para pôr fim ao conflito no país. 

Convite por mensageiro anónimo para a paz

A informação foi dada à agência de notícias EFE por um alto funcionário da UA, que pediu anonimato. Segundo fonte da UA, Obasanjo transmitiu esta segunda-feira (08.11.) ao Conselho de Paz e Segurança da União Africana (AUPSC) a vontade da Frente Popular de Libertação de Tigray (TPLF) "de se sentar à mesa e resolver o conflito através da negociação, mas para isso exigem algumas condições prévias". 

Olusegun Obasanjo, alto representante da União Africana

Neste sentido, segundo o alto funcionário, a TPLF está disposta a declarar um cessar-fogo e a negociar, mas apenas se o cerco em Tigray for levantado e os serviços básicos e as comunicações, agora suspensas, forem desbloqueadas. 

Obasanjo informou esta segunda-feira (08.11.) a AUPSC dessa questão, numa reunião de emergência após o diálogo que ocorreu no domingo (07.11.) entre as autoridades etíopes e o presidente da TPLF, Debretsion Gebremichael, para se procurarem soluções para o conflito. 

"O presidente Debretsion de Tigray teve uma conversa muito frutuosa com o Presidente Olesegun Obasanjo, enviado especial da UA para o Corno de África", declarou ontem Getachew Reda, porta-voz da TPLF, através da sua conta de Twitter. 

Debretsion também se reuniu no domingo com o chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, para discutir a situação humanitária na região da Etiópia. 

União Africana apela a consenso

Moussa Faki Mahamat, presidente da Comissão da União AfricanaFoto: Giscard Kusema/Press Office Presidency of DRC

O presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, apelou à cessação das hostilidades e à necessidade de um processo político para encontrar uma solução consensual para a crise. 

A visita de Obasanjo surge numa altura em que o conflito acaba de completar um ano, com o avanço dos rebeldes e seus aliados, que não excluíram a possibilidade de chegar à capital, Adis Abeba, e a proclamação do estado de emergência em todo o país para refrear combater as forças separatistas. 

Após um ano de conflito, milhares de pessoas foram mortas, cerca de dois milhões estão deslocadas internamente em Tigray e pelo menos 75.000 etíopes fugiram para o vizinho Sudão, de acordo com números oficiais. 

Além disso, quase sete milhões de pessoas enfrentam uma "crise de fome" no norte da Etiópia devido à guerra, de acordo com o Programa Mundial Alimentar das Nações Unidas.

 

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