Rebeldes do Chade avançam em direção à capital, dizem EUA
Reuters | AP | AFP | tm
18 de abril de 2021
Os Estados Unidos afirmam que combatentes rebeldes no Chade estão a dirigir-se para a capital N'Djamena vindos no norte, e já ordenaram a saída de funcionários da sua embaixada, alertando para possível violência.
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Um porta-voz dos rebeldes da Frente de Mudança e Concórdia no Chade (FACT) diz que os seus combatentes tinham "libertado" a província de Kanem, a cerca de 220 quilómetros (136 milhas) da capital N'Djamena, mas o Governo negou esta afirmação.
"Os autores destas falsas declarações nem sequer estão em terra, mas algures na Europa", disse o Governo numa mensagem publicada no Facebook.
No sábado (17.04), o departamento de Estado norte-americano ordenou que diplomatas não essenciais na Embaixada dos EUA no Chade abandonassem a nação africana devido a potenciais ataques de insurgentes à capital N'Djamena.
Também ordenou às famílias do pessoal norte-americano ali estacionado que deixassem o país.
Grupos armados
"Grupos armados não governamentais no norte do Chade deslocaram-se para sul e parecem estar a dirigir-se para N'Djamena. Devido à sua crescente proximidade com N'Djamena, e à possibilidade de violência na cidade, os funcionários não essenciais do governo dos EUA foram ordenados a deixar o Chade por uma companhia aérea comercial", disse o departamento.
O departamento há muito que avisa norte-americanos para não viajarem ao Chade devido à agitação e à presença do grupo jihadista Boko Haram e informou que qualquer americano que lá estivesse agora que quisesse partir, deveria fazê-lo.
O Reino Unido também pediu aos seus cidadãos que deixassem o Chade o mais depressa possível.
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Exército do Chade
Entretanto, o Exército do Chade afirmou que tinha "destruído completamente" uma coluna de rebeldes, que havia atacado a parte norte do país.
"A aventura dos mercenários da Líbia terminou como anunciado. Parabéns às nossas valentes forças de defesa e segurança", disse Chérif Mahamat Zene, ministro das comunicações do Chade.
O porta-voz do Exército Azem Bermandoa disse que estavam à procura do último dos rebeldes.
O Governo britânico também disse no sábado (17.04) que um grupo de rebeldes baseados na Líbia, a Frente de Mudança e Concórdia no Chade (FACT) estava a dirigir-se para N'Djamena e um comboio separado foi visto a aproximar-se de uma cidade a 220 quilómetros (137 milhas) a norte da capital.
No domingo passado (11.04), os rebeldes da FACT disseram ter capturado, "sem resistência", guarnições perto da fronteira norte do Chade com o Níger e a Líbia.
Os resultados provisórios parciais deram a Deby uma forte liderança na sondagem de 11 de abril, apesar dos sinais de crescente descontentamento pela sua manipulação da riqueza petrolífera da nação.
Aliado das potências ocidentais na luta contra os militantes islamistas na África Ocidental e Central, Deby é um dos líderes mais antigos de África, mas há sinais de crescente descontentamento quanto à sua manipulação da riqueza petrolífera da nação.
O Governo do Chade tem sido forçado a reduzir a despesa pública nos últimos anos devido ao baixo preço do petróleo, a sua principal exportação, desencadeando greves laborais.
Os líderes da oposição apelaram aos seus apoiantes para boicotarem as sondagens e tornarem o país "ingovernável" após a decisão de Deby de procurar um sexto mandato ter conduzido a protestos e confrontos com as forças de segurança.
Deby confiou num controlo firme das instituições estatais e numa das forças armadas mais capazes da região para manter o poder.
Os chefes de Estado há mais tempo no poder
São presidentes, príncipes, reis ou sultões, de África, da Ásia ou da Europa. Estes são os dez chefes de Estado há mais tempo no poder.
Foto: Jack Taylor/Getty Images
Do golpe de Estado até hoje - Teodoro Obiang Nguema
Teodoro Obiang Nguema Mbasogo assumiu a Presidência da Guiné Equatorial em 1979, ainda antes de José Eduardo dos Santos. Teodoro Obiang Nguema derrubou o seu tio do poder: Francisco Macías Nguema foi executado em setembro de 1979. A Guiné Equatorial é um dos países mais ricos de África devido às receitas do petróleo e do gás, mas a maioria dos cidadãos não beneficia dessa riqueza.
Foto: DW/R. Graça
O Presidente que adora luxo - Paul Biya
Paul Biya é chefe de Estado dos Camarões desde novembro de 1982. Muitos dos camaroneses que falam inglês sentem-se excluídos pelo francófono Biya. E o Presidente também tem sido alvo de críticas pelas despesas que faz. Durante as férias, terá pago alegadamente 25 mil euros por dia pelo aluguer de uma vivenda. Na foto, está acompanhado da mulher Chantal Biya.
Foto: Reuters
Mudou a Constituição para viabilizar a reeleição - Yoweri Museveni
Yoweri Museveni já foi confirmado seis vezes como Presidente do Uganda. Para poder concorrer às eleições de 2021, Museveni mudou a Constituição e retirou o limite de idade de 75 anos. Venceu o pleito com 58,6% dos votos, reafirmando-se como um dos líderes autoritários mais antigos do mundo. O candidato da oposição, Bobi Wine, alegou fraude generalizada na votação e rejeitou os resultados oficiais.
Foto: Getty Images/AFP/I. Kasamani
"O Leão de Eswatini" - Mswati III
Mswati III é o último governante absolutista de África. Desde 1986, dirige o reino de Eswatini, a antiga Suazilândia. Acredita-se que tem 210 irmãos; o seu pai Sobhuza II teve 70 mulheres. A tradição da poligamia continua no seu reinado: até 2020, Mswati III teve 15 esposas. O seu estilo de vida luxuoso causou protestos no país, mas a polícia costuma reprimir as manifestações no reino.
Foto: Getty Images/AFP/J. Jackson
O sultão acima de tudo - Haji Hassanal Bolkiah
Há quase cinco décadas que o sultão Haji Hassanal Bolkiah é chefe de Estado e Governo e ministro dos Negócios Estrangeiros, do Comércio, das Finanças e da Defesa do Brunei. Há mais de 600 anos que a política do país é dirigida por sultões. Hassanal Bolkiah, de 74 anos, é um dos últimos manarcas absolutos no mundo.
Foto: Imago/Xinhua/J. Wong
Monarca bilionário - Hans-Adam II
Desde 1989, Hans-Adam II (esq.) é chefe de Estado do Liechtenstein, um pequeno principado situado entre a Áustria e a Suiça. Em 2004, nomeou o filho Aloísio (dir.) como seu representante, embora continue a chefiar o país. Hans-Adam II é dono do grupo bancário LGT. Com uma fortuna pessoal estimada em mais de 3 mil milhões de euros é considerado o soberano europeu mais rico.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Nieboer
De pastor a parceiro do Ocidente - Idriss Déby
Idriss Déby (à esq.) foi Presidente do Chade de 1990 a 2021. Filho de pastores, Déby formou-se em França como piloto de combate. Apesar do seu autoritarismo, Déby foi um parceiro do Ocidente na luta contra o extremismo islâmico (na foto com o Presidente francês Macron). Em abril de 2021, um apenas dia após após a confirmação da sua sexta vitória eleitoral, Déby foi morto num combate com rebeldes.
Foto: Eliot Blondet/abaca/picture alliance
Procurado por genocídio - Omar al-Bashir
Omar al-Bashir foi Presidente do Sudão entre 1993 e 2019. Chegou ao poder em 1989 depois de um golpe de Estado sangrento. O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu em 2009 um mandado de captura contra al-Bashir por alegada implicação em crimes de genocídio e de guerra no Darfur. Em 2019, foi deposto e preso após uma onda de protestos no país.
Foto: Getty Images/AFP/A. Shazly
O adeus - José Eduardo dos Santos
José Eduardo dos Santos foi, durante 38 anos (de 1979 a 2017), chefe de Estado de Angola. Mas não se recandidatou nas eleições de 2017. Apesar do boom económico durante o seu mandato, grande parte da população continua a viver na pobreza. José Eduardo dos Santos tem sido frequentemente acusado de corrupção e de desvio das receitas da venda do petróleo. A sua família é uma das mais ricas de África.
Foto: picture-alliance/dpa/P.Novais
Fã de si próprio - Robert Mugabe
Robert Mugabe chegou a ser o mais velho chefe de Estado do mundo (com uma idade de 93 anos). O Presidente do Zimbabué esteve quase 30 anos na Presidência. Antes foi o primeiro-ministro. Naquela época, aconteceram vários massacres que vitimaram milhares de pessoas. Também foi criticado por alegada corrupção. Após um levantamento militar, renunciou à Presidência em 2017. Morreu dois anos mais tarde.