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PolíticaEstados Unidos

Alemanha conta com Biden para melhorar relações com EUA

Peter Hille
28 de outubro de 2020

A maioria dos alemães espera uma vitória de Biden nas eleições de 3 de novembro. Há expectativa que as relações transatlânticas com os EUA melhorem com eventual saída de Trump, diz relator do Governo alemão para o tema.

USA | Nashville | Präsidentschaftswahlen TV Debatte Trump Biden
Foto: Jim Watson/AFP/Getty Images

Falta já menos de uma semana para as eleições presidenciais nos Estados Unidos, que ditarão se Donald Trump seguirá ou não no comando do país.

Depois de quatro anos difíceis no que toca à amizade germano-americana, não é segredo na Alemanha que a maioria está a torcer pelo candidato democrata Joe Biden para o bem, entre outros, das relações transatlânticas que arrefeceram bastante. É o que diz o deputado conservador Peter Beyer, relator para o tema no Governo alemão.

"Quando Donald Trump chamou aos europeus de “inimigos” a “barreira” foi ultrapassada. Isto é algo que não se quer ouvir de ninguém, quanto mais do Presidente dos EUA", clarifica.

Peter Beyer: "Quando Donald Trump chamou aos europeus de “inimigos” a “barreira” foi ultrapassada."Foto: Peter Beyer/Frank Nürnberger

Cooperação internacional mudou

Peter Beyer explica que o que mudou com a chegada de Donald Trump à Casa Branca foi a forma como os dois países trabalham em conjunto “o estilo de comunicação”.

"Estávamos realmente habituados a discutir as coisas uns com os outros. Olhemos para o exemplo do anúncio da redução de tropas [dos Estados Unidos] na Alemanha. Foi algo que soubemos por um artigo do Wall Street Journal depois de uma semana inteira de silêncio", critica Beyer.

O deputado alemão está ciente de que, caso vença, Joe Biden exigirá também, tal como Donald Trump, que a Alemanha gaste mais com a defesa. No entanto, ao contrário de Trump, Biden tem salientado a importância que os aliados europeus têm para si. Em geral, ao contrário do seu opositor, o democrata já mostrou estar mais interessado na cooperação internacional e menos no nacionalismo.

Alterações climáticas em cima da mesa

Angela Merkel e Donal Trump tiveram visões díspares em relação ao combate à crise provocada pelo novo coronavírus.Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

No que toca ao comércio mundial, à política sobre os refugiados e, mais recentemente, ao combate à crise provocada pelo novo coronavírus, Angela Merkel e Donal Trump não podiam ter visões mais díspares. O mesmo se aplica ao Acordo de Paris. Enquanto Donald Trump questiona sucessivamente as alterações climáticas, Joe Biden quer tornar os Estados Unidos um país neutro em carbono até 2050.  

"Tenho realmente esperança de que o Acordo de Paris seja novamente reforçado e que talvez seja estabelecido um acordo verde transatlântico, no qual investiremos em conjunto em tecnologias e estabeleceremos normas comuns no que diz respeito às emissões de CO2", frisa Franziska Brantner, porta-voz dos assuntos europeus dos Verdes no Bundestag.

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As diferenças na política são tantas que é caso para dizer que em Berlim nunca se ansiou tanto por uma mudança de poder em Washington como agora.

E a opinião é partilhada pela população alemã. Um estudo recente realizado no país mostra que apenas cerca de 13% dos alemães gostariam que o Presidente Trump fosse eleito para um segundo mandato.

Os apoiantes de Trump na Alemanha encontram-se na Alternativa para a Alemanha (AfD). Mais de dois terços dos apoiantes do partido populista de direita, que participaram no estudo, esperam uma reeleição do atual presidente norte-americano. Mas os apoiantes da AfD são uma minoria.

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