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PolíticaEstados Unidos

EUA: Julgamento de Donald Trump avança no Senado

Lusa | AP | bd
10 de fevereiro de 2021

Prossegue esta quarta-feira (10.02) o processo de destituição do ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Senado aprovou com votos de democratas e de alguns republicanos a continuação do caso.

Foto: Evan Vucci/AP Photo/picture alliance

O prosseguimento do processo de destituição foi aprovado esta terça-feira (09.02) com a exibição das imagens do assalto ao Capitólio em janeiro, que a acusação considera ter resultado de incitamento pelo ex-Presidente.

O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, disse: "É o nosso dever constitucional solene conduzir um julgamento justo e honesto de impeachment contra o ex-Presidente Donald Trump. São as acusações mais graves já apresentadas contra um Presidente dos Estados Unidos na história americana", disse Schumer.

Com 56 votos a favor e 44 votos contra, a Câmara Alta do Congresso confirmou assim que o processo contra o ex-chefe de Estado enquadra-se na sua jurisdição. Seis republicanos votaram a favor da continuação do processo, juntamente com os 50 senadores democratas.

Foto: U.S. Senate TV/REUTERS

Chuck Schumer garantiu que as provas são "poderosas". "As provas, algumas delas, serão novas. E exorto todos os meus colegas a prestarem uma atenção cuidadosa às provas. Exorto particularmente os meus colegas republicanos, apesar da pressão sobre eles, a prestarem aqui uma atenção muito real às provas, porque são muito, muito sérias", alertou.

Argumentos da defesa

Depois de a própria acusação ter recorrido ao vídeo para sustentar perante os 100 senadores que o assalto ao Capitólio a 6 de janeiro resultou de incitamento à violência pelo ex-Presidente Donald Trump, os advogados de defesa disseram que o ódio político levou à "irresponsabilidade no processo" em curso no Senado.

David Schoen, advogado de defesa de Trump, argumentou que o objetivo real do julgamento é impedir a sua recandidatura futura - travar a recandidatura de Donald Trump -, o que levou a várias inconstitucionalidades, em primeiro lugar o facto de "um cidadão" ser julgado no Senado, num processo reservado pela Constituição a Presidentes em funções, disse o advogado de defesa do ex-Presidente dos EUA.

David Schoen, advogado de defesa de TrumpFoto: AP Photo/picture-alliance

"A Nação não conseguirá reconciliar-se com este julgamento, ele vai abrir ainda mais as feridas (...) devido ao aproveitamento de uma oportunidade para fins políticos, de afastar Donald Trump da Presidência no futuro, negando a representação dos seus eleitores", disse Schoen, sublinhando que "o processo de destituição não pode ser usado como arma para objetivos políticos e partidários".

A votação no Senado teve lugar no final do primeiro dia de debate, bastando uma maioria simples para que o processo avance. Os democratas têm metade dos 100 lugares no Senado e contavam com o apoio de alguns republicanos. A Constituição determina que a condenação só será válida se tiver o apoio de dois terços dos 100 senadores, ou seja se aos 50 democratas se somarem 17 republicanos, pelo que a acusação ainda se encontra longe do objetivo de reunir os votos necessários para que Trump não volte a ser Presidente dos Estados Unidos. 

Trump é o primeiro Presidente a ser sujeito a um processo de impeachment por duas vezes no mesmo mandato e o único a ser julgado politicamente depois de já ter abandonado o cargo. 
 

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