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Líderes africanos ansiosos em trabalhar com Donald Trump

Eunice Wanjiru
8 de novembro de 2024

Os líderes africanos juntaram-se a outros chefes de Estado de todo o mundo para felicitar o Presidente eleito Donald Trump pela sua vitória. A maioria dos africanos está otimista em relação ao novo Presidente dos EUA.

West Palm Beach Florida | Wahlsieger Trump bei Wahlparty
Foto: Alex Brandon/AP/picture alliance

Donald Trump conseguiu um grande regresso político, quatro anos depois de ter deixado a Casa Branca. Muitos líderes africanos estão agora ansiosos por trabalhar em estreita colaboração com o Presidente eleito Trump e reforçar os laços entre os seus países e os EUA.

O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, foi um dos primeiros líderes africanos a felicitar Trump pela sua vitória, publicando na rede social x que está ansioso por trabalhar em conjunto para reforçar as relações entre os dois países.

O Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, expressou a vontade do seu país em colaborar com a nova administração dos EUA, adirmando que o Zimbabué está pronto para trabalhar com Trump e com o povo americano para construir um mundo melhor, mais próspero e mais pacífico”.

Na África do Sul, o presidente Cyril Ramaphosa disse que estava ansioso para "continuar a parceria estreita e mutuamente benéfica” entre o seu país e os EUA.

À DW, Freeman Bhengu, coordenador nacional do Partido Sofasonke na África do Sul, disse que estava feliz com a vitória de Trump.

"Estamos gratos por termos uma pessoa que tem a mesma ideologia e crenças que nós, em termos de fronteiras e de imigração ilegal. Dá-nos uma espinha dorsal, dá-nos mais força para também lutarmos aqui na África do Sul contra a questão da imigração ilegal”, argumentou.

Cyril Ramaphosa , Presidente da África do SulFoto: Kim Ludbrook/Pool/EPA

"Um dos maiores regressos políticos"

Os cidadaos africanos também têm reagido aos resultados das eleições americanas nas redes sociais.

Eric Matthews, residente de Joanesburgo, disse que a pobreza é abundante na África do Sul e espera que a gestão de Trump da economia dos EUA tenha um efeito positivo no valor da moeda sul-africana, o rand.

"Esperamos que, como Presidente, faça alguma coisa em relação à situação do dólar e do rand, porque aqui na África do Sul estamos a sentir isso sempre que as coisas estão a mudar desse lado. É realmente algo que deve ser feito, porque aqui na África do Sul, não tenho vergonha de o dizer, a pobreza é generalizada", lamenta.

A maioria dos africanos diz ainda que é uma grande vitória para os EUA e que Trump vai acabar com as guerras em curso no mundo.

Outros, entretanto, disseram que a vitória ocorreu simplesmente porque Trump não tinha um adversário à sua altura e que os americanos ainda não estão preparados para deixar uma mulher liderar o país.

Antes de o Presidente do Quénia, William Ruto, reagir à vitória de Trump, o Vice-Presidente do país, Rigathi Gachagua, que foi destituído, publicou as suas felicitações no X. Chamou à vitória "um dos maiores regressos políticos da nossa geração”.

Tendo perdido o lugar de vice-presidente apenas dois anos depois de ter iniciado o seu mandato, há rumores de que Gachagua está a tentar fazer um regresso político e que Trump, que foi alvo de dois processos de impugnação durante o seu primeiro mandato, poderia ser uma espécie de inspiração.

Como fica a parceria económica?

No entanto, com a vitória de Trump, os países africanos também estão preocupados com o facto de a Lei do Crescimento e das Oportunidades para África (AGOA) não ser prorrogada depois de expirar em 2025.

Analistas afirmam que a renovação da AGOA, um pacto comercial entre os EUA e África que permite o acesso isento de direitos aduaneiros e de quotas às exportações africanas para os EUA, pode enfrentar obstáculos significativos sob a administração Trump, dadas as suas anteriores exigências de maior acesso ao mercado para os produtos americanos.

Julien Paluku Kahongya, ministro do comércio da República Democrática do Congo (RDC), que está a organizar o fórum AGOA do próximo ano em Kinshasa, afirmou que irá trabalhar com a administração Trump para garantir que o seu país e, em particular, as suas empresas beneficiem ao máximo do AGOA.

Sob a administração do novo Presidente Donald Trump, trabalharemos para o sucesso deste grande fórum que permitirá à RDC demonstrar as oportunidades de investimento disponíveis e cuidar mais da imagem do país, que muitas vezes é mal vista, para que possamos finalmente atrair investimentos suficientes para a República Democrática do Congo..

Outros líderes de todo o continente africano também apresentaram as suas felicitações a Trump e partilharam a esperança de que o novo presidente dos EUA mantenha o seu compromisso com África.

Esforços dos EUA para manter o domínio na relação com África

02:40

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