Promessa foi feita por secretário de Estado Adjunto norte-americano, de visita a Luanda. John Sullivan encontrou-se na segunda-feira com o Presidente angolano, João Lourenço, e disse que a reunião foi "produtiva".
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A visita do secretário de Estado Adjunto norte-americano, John Sullivan, a Angola era aguardada com "ansiedade" por Luanda. E terminou com uma promessa: os Estados Unidos da América vão ajudar Angola a recuperar o dinheiro roubado e transferido de forma ilegal para o estrangeiro.
Ficou acordado que tanto o FBI como o Departamento de Justiça dos EUA deverão apoiar as autoridades angolanas no repatriamento de capitais, um dos "cavalos de batalha" do Presidente João Lourenço.
"Este acordo prevê uma cooperação entre as agências de aplicação da lei. Do lado americano estará o FBI, que vai trabalhar com a sua congénere angolana no âmbito do combate à corrupção, bem como da recuperação de bens e ativos que foram tirados de forma ilegal", afirmou Sullivan durante a sua visita à capital angolana.
Encontros com Presidente, empresários e sociedade civil
Angola e os Estados Unidos assinaram esta segunda-feira (18.03) um memorando de entendimento no domínio da segurança e ordem pública.
Sullivan chegou a Angola no sábado e encontrou-se com empresários e representantes de organizações da sociedade civil e defensores dos direitos humanos. Na segunda-feira de manhã, reuniu-se na Cidade Alta com o Presidente João Lourenço e entregou-lhe uma carta de Donald Trump.
"Tivemos uma reunião muito importante e produtiva com sua Excelência, o Presidente da República João Lourenço", disse Sullivan. "Foi uma grande honra ser recebido pelo Presidente, e manifestei em nome do Governo norte-americano, do Presidente Trump e do povo norte-americano o nosso compromisso contínuo de forma a aprofundar as nossas relações e trabalharmos em prol de uma prosperidade para ambos os países."
EUA prometem ajudar Angola a repatriar capitais
"Nova era"
O ministro angolano das Relações Exteriores, Manuel Augusto, espera que esta visita inaugure uma "nova era" nas relações com Washington.
"Auguro que as nossas conversações contribuam para uma nova dinâmica nas relações Angola - Estados Unidos da América", referiu Manuel Augusto.
Já o analista angolano Ilídio Manuel espera resultados concretos. Por exemplo, que os Estados Unidos voltem a vender dólares a Angola.
No final de 2015, a Reserva Federal congelou a venda de dólares a bancos angolanos, alegadamente por "sistemática violação" de regras no setor e por suspeitas de financiamento de terrorismo - algo que a embaixada norte-americana em Angola desmentiu mais tarde.
Seja como for, a suspensão continua e é preciso inverter este quadro, defende Ilídio Manuel. Esta visita do secretário de Estado Adjunto norte-americano pode ajudar: "Penso que é um sinal positivo no relacionamento entre os dois países. Acredito que isso poderá contribuir para desanuviar o clima existente e para o desbloqueio da venda de dólares a Angola. É um processo longo", conclui.
John Sullivan disse na segunda-feira que a retoma da relação de bancos correspondentes norte-americanos com instituições financeiras angolanas depende da restauração de um clima de confiança económica. Para isso, são necessários avanços no combate à corrupção.
Quem são as mulheres mais poderosas de África?
Nove mulheres africanas dão que falar no mundo da política e dos negócios, geralmente dominado por homens. Saiba quem são e como se têm destacado.
Foto: picture-alliance/dpa/epa/B. Fonseca
Primeira mulher Presidente em África
Ellen Johnson Sirleaf foi a primeira mulher eleita democraticamente num país africano. De 2006 a 2018, governou a Libéria, lutando contra o desemprego, a dívida pública e a epidemia do ébola. Em 2011, ganhou o Prémio Nobel da Paz por lutar pela segurança e direitos das mulheres. Atualmente, lidera o Painel de Alto Nível da ONU sobre Migração em África.
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Um grande passo para as mulheres etíopes
Sahle-Work Zewde foi eleita, em outubro, Presidente da Etiópia. O poder no país é exercido pelo primeiro-ministro e o Conselho de Ministros. Entretanto, a eleição de uma mulher para a cadeira presidencial é considerada um grande avanço na sociedade etíope, onde os homens dominam os negócios e a política. Mas isto está a mudar. Hoje em dia, metade do Governo é formado por mulheres.
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Mulher mais rica de África
Isabel dos Santos tem uma reputação controversa em Angola. É filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, que a colocou na administração da Sonangol em 2016. Mas o novo Presidente, João Lourenço, luta contra o nepotismo e despediu Isabel dos Santos. Mesmo assim, dos Santos ainda detém muitas participações empresariais e continua a ser a mulher mais rica de África, segundo a revista Forbes.
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Magnata do petróleo e benfeitora da Nigéria
1,6 mil milhões de dólares norte-americanos é a fortuna da nigeriana Folorunsho Alakija. A produção de petróleo faz com que a dona da empresa Famfa Oil seja a terceira pessoa mais rica da Nigéria. Com a sua fundação, a mulher de 67 anos apoia viúvas e órfãos. Também é a segunda mulher mais rica de África, apenas ultrapassada pela fortuna de Isabel dos Santos de 2,7 mil milhões (segundo a Forbes).
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Oficial da dívida da Namíbia
Na Namíbia, uma mulher lidera o Governo: desde março de 2015, Saara Kuugongelwa-Amadhila é primeira-ministra – e a primeira mulher neste escritório na Namíbia. Anteriormente, foi ministra das Finanças do país e perseguiu uma meta ambiciosa: reduzir a dívida nacional. A economista é membro da Assembleia Nacional da Namíbia desde 1995.
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Discrição e influência
Jaynet Kabila é conhecida pela sua discrição e cuidado. Irmã gémea do ex-Presidente congolês Joseph Kabila, é membro do Parlamento da República Democrática do Congo e também é dona de um grupo de meios de comunicação. Em 2015, a revista francesa Jeune Afrique apontou-a como a pessoa mais influente do Governo na RDC.
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Triunfo diplomático
A ex-secretária de Estado do Ruanda, Louise Mushikiwabo, será secretária-geral da Organização Internacional da Francofonia em 2019. Isto, mesmo depois de o país ter assumido o inglês como língua oficial há mais de 10 anos. A escolha de Mushikiwabo para o cargo é vista como um triunfo diplomático. O Presidente francês, Emmanuel Macron, foi um dos apoiantes da sua candidatura.
Outra mulher influente: a nigeriana Amina Mohammed, vice-secretária-geral das Nações Unidas desde 2017. Entre 2002 e 2005, já tinha trabalhado na ONU no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. Mais tarde, foi assessora especial do então secretário-geral, Ban Ki-moon, e, por um ano, foi ministra do Meio Ambiente na Nigéria.
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A ministra dos recordes no Mali
Recente no campo da política externa, Kamissa Camara é a mais jovem na política e primeira ministra do Exterior da história do Mali. Aos 35 anos, foi nomeada para o cargo pelo Presidente Ibrahim Boubacar Keïta e é agora uma das 11 mulheres no Governo. No total, o gabinete maliano tem 32 ministros.