EUA reiteram sucesso de ataques contra o Irão
26 de junho de 2025
"Não tenho conhecimento de nenhum relatório que diga que as coisas não estavam onde deveriam estar ou que tenham sido movidas", limitou-se a responder Pete Hegseth quando questionado, numa entrevista coletiva, sobre a possibilidade de o governo iraniano ter transferido o material das suas instalações em Fordow, Natanz e Isfahan em antecipação ao bombardeamento americano.
O próprio Presidente americano, Donald Trump, insistiu nos dias anteriores no sucesso dos bombardeamentos e insinuou que Teerão pode ter perdido o acesso às suas reservas de urânio enriquecido a 60% após o ataque.
Hoje mesmo, voltou a fazê-lo em uma mensagem na rede social Truth Social, afirmando que o Irão "não retirou nada das instalações. Levaria muito tempo, é muito perigoso, pesado e difícil de transportar".
Hegseth defendeu a eficácia do que chamou de "a operação militar mais complexa e secreta da história" dos EUA e criticou a imprensa por amplificar um relatório preliminar de inteligência que estimava que, após o ataque americano, o programa nuclear do Irão seria adiado por cerca de seis meses, e não anos, como afirmou Trump.
O secretário de Defesa reiterou que a operação foi "um sucesso retumbante, resultando num acordo de cessar-fogo" entre Irão e Israel. "Houve muita discussão sobre o que aconteceu e o que não aconteceu", comentou.
Limitar partilha de informações com o Congresso
A entrevista coletiva de Hegseth ocorreu depois de a imprensa americana noticiar na quarta-feira (25.06) que a Casa Branca planeia limitar o compartilhamento de informações confidenciais com o Congresso, depois de a imprensa divulgar o bombardeio do fim de semana com base num relatório preliminar de inteligência que vazou para a emissora CNN e o jornal The New York Times.
Sobre as afirmações feitas hoje pelo líder supremo do Irão, Ali Khamenei, de que os ataques americanos às instalações nucleares do país não conseguiram "nada de significativo", Hegseth disse que Teerão "terá que dizer muitas coisas para reforçar a sua imagem, especialmente em nível interno".
De qualquer forma, ressaltou que o Pentágono monitora as informações e reiterou que seu trabalho é "estar preparado para agir".
Com um tom antagónico em relação ao que considera "notícias falsas", Hegseth citou "novas informações de fontes e métodos historicamente confiáveis, muito diferentes da avaliação preliminar de baixa confiança, que diz que várias instalações nucleares iranianas importantes foram destruídas e teriam que ser reconstruídas ao longo dos anos".
"Refiro-me especificamente a vocês, a imprensa, porque se opõem tão veementemente a Trump. Parece estar no vosso DNA e sangue: opor-se a Trump porque querem que ele não tenha sucesso, tanto que até se opõem à eficácia desses ataques, têm que esperar que talvez eles não tenham sido eficazes”, afirmou.
O chefe do Pentágono fez hoje a sua segunda coletiva de imprensa desde os ataques do fim de semana ao lado do chefe do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine, que ofereceu novos detalhes sobre a operação batizada de "Midnight Hammer" (Martelo da Meia-Noite), mas evitou falar sobre o futuro do programa nuclear iraniano, falando, em vez disso, que a avaliação está nas mãos das agências de inteligência.
Tanto Trump como Hegseth e outros membros do governo criticaram o que consideram "tentativas de minimizar o trabalho dos pilotos que participaram na missão”, que, segundo Washington, "aniquilou” as capacidades nucleares de Teerão.
Durante a sua participação na cimeira da NATO, em Haia, na Holanda, o Presidente americano declarou ontem, em referência ao Irão, que "a última coisa que querem fazer agora é enriquecer alguma coisa, eles querem recuperar" do ataque a três instalações nucleares importantes no fim de semana, embora tenha advertido que Washington também "não vai permitir isso".