EUA: Trump admite pela primeira vez hipótese de derrota
Lusa
14 de novembro de 2020
Numa declaração sobre a propagação da Covid-19 no país, o ainda Presidente dos Estados Unidos admitiu que pode não ter vencido as presidenciais, uma hipótese que nega desde que Joe Biden foi declarado vencedor.
Publicidade
O ainda Presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, admitiu na sexta-feira (13.11), pela primeira vez, que poderá não vencer as presidenciais, hipótese que o chefe de Estado norte-americano nega desde que o democrata Joe Biden foi declarado vencedor.
Trump fez uma declaração, na Casa Branca, em Washington, sobre a propagação da pandemia nos Estados Unidos da América (EUA) e os avanços no desenvolvimento de vacinas e terapêuticas para combater o SARS-CoV-2, em que nem por uma vez referiu o nome do presidente eleito.
"Idealmente, não iremos para um confinamento, eu não irei para um confinamento, esta administração não irá para um confinamento. Esperançosamente, o que quer que aconteça no futuro, quem sabe que administração será... Acho que o tempo dirá", disse o chefe de Estado dos EUA.
Nos primeiros comentários, a imprensa americana destacou que foi a primeira vez que Trump não denunciou ilegalidades (não comprovadas) no processo eleitoral e admitiu, até, que pode não ser o vencedor das presidenciais.
Esta foi a primeira conferência de imprensa de Trump desde que foi anunciada a vitória do candidato democrata e agora Presidente eleito, Joe Biden.
Vacina chegará "em breve"
No jardim da Casa Branca, o ainda Presidente afirmou que a vacinação contra o novo coronavírus chegará "muito em breve”, comentando o anúncio de uma vacina contra a Covid-19, desenvolvida pela farmacêutica multinacional Pfizer e pela BioNTech, cuja eficácia anunciada de 90% "excedeu largamente as expectativas".
Relações UE vs EUA: Que futuro?
03:57
Donald Trump falou também do investimento que a sua administração fez na Operação Warp Speed e deixou um 'aviso' à Pfizer, que admitiu não pertencer a esta parecia público-privada, iniciada pela administração Trump, para facilitar e acelerar o desenvolvimento, fabricação e distribuição de vacinas, terapêuticas e diagnósticos contra a covid-19.
"A Pfizer disse que não pertencia à [Operação]Warp Speed, mas isso foi uma representação infeliz. Eles fazem parte [da parceria], foi por isso que lhes demos os 1,95 mil milhões de dólares e foi um erro infeliz quando o disseram", considerou Trump.
O Presidente dos Estados, que sempre foi cético em relação ao distanciamento físico e à utilização de máscaras como maneiras de combater a disseminação do novo coronavírus, mudou o discurso e pediu à população para estar "vigilante, principalmente, à medida que o tempo fica mais frio".
Trump finalizou a declaração e afastou-se do púlpito, não permitindo quaisquer questões dos jornalistas.
Publicidade
Biden vence com 306 delegados
O 'update' de Trump sobre a evolução da pandemia no país surge dias depois de o Presidente eleito, Joe Biden, anunciar a constituição de uma equipa para encontrar respostas a esta crise.
Também esta sexta-feira, vários órgãos de comunicação social norte-americanos, entre os quais a NBC e a CNN, projetaram a vitória de Biden com 306 delegados do Colégio Eleitoral, contra 232 de Trump.
Biden conseguiu 'virar' a Geórgia para os democratas e arrecadou os 16 grandes eleitores, enquanto Trump venceu na Carolina do Norte (15 grandes eleitores).
Biden já tinha ultrapassado os 270 delegados no Colégio Eleitoral -- a metade dos 538 grandes eleitores deste órgão mais um -- necessários para garantir a vitória nas eleições presidenciais.
O Colégio Eleitoral é um órgão integrado por 538 delgados eleitos pelos estados em função da sua população. O candidato vencedor em cada estado, mesmo que seja por um único voto, garante todos os representantes desse estado, com exceção do Nebrasca e Maine.
O candidato que obtiver pelo menos 270 grandes eleitores vence as eleições. Contudo, a candidatura de Trump continuam a tentar encontrar evidências de fraude eleitoral para reverter os resultados das presidenciais, mas todas as tentativas falharam até agora.
Donald Trump: Populista, empreendedor, Presidente
Donald Trump é empreendedor imobiliário e estrela de televisão. Muitos não o levavam a sério. Mas ele venceu as eleições e, a partir de 20 de janeiro de 2017, será o 45º Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
A família, o seu império
Trump com a sua família: a esposa, Melania (de branco), as filhas Ivanka e Tiffany, os filhos Eric e Donald Junior, e os netos Kai e Donald Junior 3º. Os filhos são "vice-presidentes seniores" do conglomerado Trump.
Foto: picture-alliance/dpa
Frederick Junior, o pai
Donald Trump herdou o dinheiro para os seus investimentos do pai, Frederick, que lhe deu um capital inicial de um milhão de dólares. Após a sua morte, em 1999, Donald e os seus três irmãos herdaram uma fortuna de 400 milhões de dólares.
Foto: imago/ZUMA Press
Capitão Trump
Quando tinha 13 anos, o seu pai enviou Trump para um internato militar em Cornwall-on-Hudson, onde deveria aprender a ser disciplinado. No último ano, ele obteve inclusive uma patente militar. Ele diz que, ali, recebeu mais treinamento militar do que nas Forças Armadas americanas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/
"Very good, very smart"
"Muito bom, muito inteligente", é o que Trump diz de si mesmo. E acrescenta que cursou a escola de elite Wharton (foto), da Universidade de Pensilvânia, na Filadélfia, onde se formou em 1968. É uma das oito universidades integrantes da Ivy League, as universidades mais prestigiadas dos EUA. Mesmo assim, sabe-se pouco sobre o percurso de Trump na faculdade.
Foto: picture-alliance/AP Photo/B.J. Harpaz
Dispensado da Guerra do Vietname
Devido a um problema no calcanhar, Trump foi dispensado e não lutou na Guerra do Vietname. Na guerra, morreram cerca de 58 mil soldados dos Estados Unidos e aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Ivana, a primeira esposa
Em 1977, Trump casou-se com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem teve três filhos. O relacionamento foi acompanhado de rumores sobre relacionamentos extraconjugais. Foi Ivana quem apelidou Trump de "The Donald".
Foto: Getty Images/AFP/Swerzey
Anos 80: Abertura do Harrah's at Trump Plaza
Esta foto, tirada em 1984, marca a abertura do Harrah's at Trump Plaza, um complexo envolvendo hotel, restaurante e casino em Atlantic City (Nova Jérsia). Este foi um dos primeiros investimentos que tornaram Trump bilionário.
Foto: picture-alliance/AP Images/M. Lederhandler
Família número 2
Em 1990, Trump divorciou-se de Ivana e casou-se com Marla, 17 anos mais jovem que ele. A filha do casal se chama Tiffany.
Foto: picture alliance/AP Photo/J. Minchillo
As meninas de Trump
Em público, Trump não aparece só ao lado de sua esposa. Ele costuma acompanhar concursos de beleza ao lado de jovens modelos. De 1996 a 2015, ele foi o responsável pelo concurso de Miss Universo ("Miss Universe") nos EUA.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
Livro muito lido e vendido
Como fazer milhões de forma rápida? O best-seller de Trump "A arte da negociação" é um exemplo. O livro é em parte autobiográfico, em parte um livro de dicas para empresários ambiciosos. A publicação não foi somente uma das mais vendidas nos EUA, como também colocou Trump no centro das atenções no país.
Foto: Getty Images/AFP/M. Schwalm
O nome é a marca
Trump investe de forma agressiva, mas também sofre fracassos. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, obtém sucesso, como por exemplo com a Trump Tower em Nova York. Ele calcula a sua fortuna hoje em 10 bilhões de dólares. Especialistas, entretanto, consideram um terço desse valor mais realista. Portanto, cerca de 3 bilhões de dólares.
Foto: Getty Images/D. Angerer
"The Donald" no ringue
Como poucos, Trump consegue chamar a atenção dos mídia. Seu campo de ação inclui até um ringue de luta livre. No seu programa de TV "O Aprendiz" ("The Apprentice"), os candidatos eram contratados ou demitidos. A primeira edição foi ao ar durante o ano de 2004 na cadeia televisiva NBC. A frase favorita de Trump no programa era "Você está demitido!"
Foto: Getty Images/B. Pugliano
Ascenção rápida de Trump na política
Em 16 de junho de 2015, Trump anunciou a candidatura para a corrida presidencial pelo Partido Republicano. O seu slogan foi: "Faça a América grande outra vez" ("Make America great again"). A campanha foi feita ao lado da família e com slogans contra imigrantes, muçulmanos, mulheres e adversários políticos. Investiu muito nos mídia sociais como o Twitter onde tem 13,8 milhões de seguidores.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Lane
45º presidente dos Estados Unidos da América
A partir do dia 20 de janeiro de 2017, o populista e showman será o novo Presidente dos Estados Unidos. No início da campanha, poucos pensavam que poderia vencer as eleições do dia 8 de novembro de 2016 contra a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Mas a história de Donald J. Trump também mostra que este homem tem a capacidade de se transformar como um camaleão.