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Desporto

Europa abre o livro, África vira a página

Rui Almeida
18 de março de 2019

Enquanto na Europa começa a qualificação para o Euro 2020, em África termina o apuramento para a CAN 2019. Semana gorda no futebol dos dois continentes.

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O futebol volta a unir nações e corações na Europa e em ÁfricaFoto: picture-alliance/AA/M. Hossam

É na Arena de Astana, no Cazaquistão, que se dá o pontapé de saída para a qualificação do Europeu de futebol de 2020. Quando cazaques e escoceses iniciarem o seu jogo, na próxima quinta-feira (21.03), começa também uma maratona de oito meses, que conduzirá ao apuramento de 24 seleções para a fase final mais original da história: disputar-se-á em doze países europeus, com o jogo inaugural em Roma e as meias-finais e final em Londres.

Portugal, França, Croácia, Bélgica e Inglaterra na linha da frente

Portugal defende o título conquistado em 2016, em França, num grupo de apuramento que inclui a Ucrânia, a Sérvia, a Lituânia e o Luxemburgo. Considerando que os dois primeiros classificados garantem passaporte para a fase final, é de crer que a equipa das "quinas" tenha caminho relativamente acessível para conseguir o seu primeiro objetivo.

Cristiano Ronaldo e a sua seleção sonham poder levantar outra vez este troféuFoto: picture-alliance/Ulmer/M. Kienzler

Já a Alemanha, recentemente despromovida à liga B da Liga das Nações, num grupo que incluía a Holanda, vai reencontrar justamente os holandeses no grupo C. Bielorrússia, Estónia e Irlanda do Norte são os outros parceiros, sendo grande a expetativa em relação à "National Mannschaft" em face da renovação prevista (e já anunciada) pelo técnico Joachim Löw, depois de paupérrimas participações no Mundial da Rússia e na primeira edição da Liga das Nações.

Seleções sempre candidatas a lugares de destaque, a Espanha (campeã europeia em 2008 e 2012), a França (campeão do mundo em título) e a Croácia (vice-campeã mundial) parecem ter um atalho muito acessível: os espanhóis terão na Suécia o principal opositor, enquanto os franceses (com a Islândia e a Turquia no grupo H) e os croatas (com Hungria, Eslováquia e Gales à espreita) não deverão encontrar problemas de maior para garantir a qualificação.

De resto, este modelo (com duas equipas apuradas por grupo) acaba por estabelecer, à partida, claras hierarquias, como se vê nos grupos da Bélgica (que ombreará com a Rússia) e da Itália (a medir forças com a Bósnia e Herzegovina como maior adversário). Já a Inglaterra parece ter a "fava” deste bolo, uma vez que, no grupo A, vai defrontar a República Checa, a Bulgária e duas seleções balcânicas (Kosovo e Montenegro).

Eden Hazard é um dos trunfos da BélgicaFoto: Reuters/T. Hanai

O sorteio da fase final está marcado para Bucareste, na Roménia, e até lá, a Europa do futebol vai voltar a vibrar com as suas seleções nacionais. A fase final do Euro 2020 já tem data marcada: jogar-se-á de 12 de junho a 12 de julho do próximo ano, em Roma, Munique, Baku, Bucareste, Amsterdão, Dublin, Bilbau, Budapeste, Glasgow, Copenhaga, São Petersburgo e Londres, com as 24 seleções finalistas a terem de viajar entre, pelo menos, dois dos países que albergam a competição.

Em África, hora de todas as decisões

Se a luta agora começa na Europa, vai acabar em África: no próximo fim de semana ficam a conhecer-se as seleções apuradas para a fase final da CAN 2019, que, pela primeira vez, se disputa no verão europeu (entre 21 de junho e 19 de julho), no Egito. Esta recalendarização da principal prova entre seleções no continente africano vai permitir um alinhamento de calendário com as grandes competições internacionais.

Guiné-Bissau (na imagem) e Moçambique jogam autêntica final em Bissau, no próximo sábadoFoto: Getty Images/AFP/K. Desouki

Emerge claramente uma partida como a mais significativa, quer por decidir diretamente entre os dois contendores quem viajará ao país dos faraós, quer por se tratar de uma "cimeira" do futebol africano de língua portuguesa: é em Bissau, no Estádio 24 de setembro, entre Guiné-Bissau e Moçambique. O empate serve aos "djurtus" para, em casa, celebrarem o apuramento. Mas se os "mambas” vencerem na capital guineense, são eles a fazer a festa. Quando o árbitro tunisino Sadok Selmi apitar para o início do encontro, o português será língua comum, mas com disputa acesa para garantir o apuramento.

Angola e Cabo Verde têm também possibilidades de apuramento. Mas se os "palancas negras" angolanos dependem de si próprios ("bastando” vencer na deslocação ao Botswana para conseguirem o segundo posto e consequente viagem ao Egito), já os "tubarões azuis" cabo-verdianos terão de bater, na Cidade da Praia (ilha de Santiago), o Lesotho, aguardando que a Tanzânia não ganhe, em casa, ao já apurado Uganda.

Para lá dos ugandeses, também Tunísia, Egito, Mauritânia, Guiné, Nigéria, Argélia, Mali, Marrocos, Senegal e Madagascar estão já qualificados para a grande cimeira bienal do futebol africano, que se jogará em Alexandria, Cairo, Port Said, Ismaília e Suez, no Egito, para escolher o sucessor dos Camarões como campeão africano de futebol.

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