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Exército congolês diz ter morto 72 rebeldes da ADF

EFE | AFP | DPA | cvt
11 de dezembro de 2017

Após ataque contra base da MONUSCO na RDC, na passada quinta-feira (07.12), Exército do país divulgou ter matado 72 rebeldes ugandeses da ADF. Líderes africanos querem que grupo seja classificado como terrorista.

Kongo, Soldaten der FARDC
Soldados do exército congolêsFoto: AFP/Getty Images/A. Wandimoyi

O recente ataque à missão da ONU, na noite de quinta para sexta-feira, na província de Kivu, foi atribuído aos rebeldes ugandeses, embora ainda não tenha sido reivindicado.

A Frente Democrática Aliada (ADF, da sigla em inglês) é um grupo rebelde dominado por muçulmanos ugandeses de linha dura e opõe-se ao Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, há 31 anos no poder.

Esta operação do Exército congolês e o golpe contra a Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO) – que causou a morte a 15 capacetes azuis e cerca de cinquenta feridos - aconteceram na região do Kivu, no leste do país.

O ataque contra a MONUSCO, o mais grave contra uma missão de paz da ONU na história recente, também causou vítimas nas fileiras das Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC).

No entanto, embora a ONU tenha confirmado cinco soldados congoleses mortos, as FARDC apenas identificaram um morto.

"A nossas tropas mataram 72 membros da ADF [sigla em inglês para Frente Democrática Aliada], depois de perdermos um comandante", declarou no sábado o general Jean Richard Kassonga, porta-voz da FARDC, à agência noticiosa EFE.

Sepultamento de vítimas de ataqueatribuído à ADF na província de Kivu Norte, em abril de 2015Foto: Getty Images/AFP/K. Mailro

Rebeldes ou terroristas?

Os líderes de três nações africanas pediram à comunidade internacional que classifique como terrorista o grupo rebelde congolês responsável pelo ataque contra a MONUSCO.

Os Presidentes da República Democrática do Congo, Joseph Kabila, de Angola, João Lourenço, e do Congo-Brazzaville, Denis Sassou-Nguesso, querem que a comunidade internacional responda aos ataques atribuídos ao grupo rebelde das Forças Democráticas Aliadas como ataques terroristas.

Os chefes de Estado emitiram uma declaração no sábado (09.12), a partir da cúpula dos líderes da região central dos Grandes Lagos, realizada na cidade de Brazzaville durante o fim de semana.

Os três Presidentes também querem que o Exército de Resistência do Senhor, grupo rebelde liderado por Joseph Kony, seja classificado como terrorista. Ambos os grupos operam entre as fronteiras do Uganda, República Democrática do Congo e outros estados vizinhos da África Oriental.

Sede da MONUSCO em KinshasaFoto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

Capacetes azuis eram tanzanianos

A maioria dos capacetes azuis mortos no ataque contra a MONUSCO eram cidadãos da Tanzânia. O embaixador do país no Congo e representantes da ONU chegaram à cidade de Beni, no domingo, para avaliar a situação.

Os corpos dos 15 soldados tanzanianos serão repatriados nos próximos dias, informou o Exército da Tanzânia, também no domingo.

Os soldados eram todos membros das Forças de Defesa do Povo da Tanzânia que participavam da MONUSCO.

O tenente-general James Mwakibolwa, vice-chefe do Exército da Tanzânia, disse que os soldados foram mortos após 13 horas de confrontos com combatentes das Forças Democráticas Aliadas que atacaram suas posições.

Deslocados congolesesFoto: Getty Images/AFP/P. Moore

Histórico dos conflitos na região

A região Nordeste da RDC é cenário de um longo conflito alimentado por dezenas de grupos rebeldes, com vários massacres, apesar da presença do Exército congolês e das forças da MONUSCO.

Outro ataque, registado em setembro último, também alegadamente cometido pela ADF, provocou a morte de três capacetes azuis.

Calcula-se que cerca de 5.500 pessoas deixam as suas casas, diariamente, na RDC, devido a confrontos que assolam a região de Kivu, mas também outras como Kasai e Tanganyika.

Mais de 500 civis foram mortos em Kivu entre junho e novembro deste ano, além de mais mil sequestros, segundo a organização não governamental norte-americana Human Rights Watch (HRW).

No total, em 2017, mais de 1,7 milhões de pessoas fugiram das suas casas na RDC - mais do que na Síria, no Iémen e no Iraque - de acordo com o Conselho Norueguês dos Refugiados.

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