Chade captura 250 rebeldes após ataques aéreos franceses
AFP | DPA | cvt
10 de fevereiro de 2019
Segundo o Exército chadiano, os rebeldes foram capturados após uma ofensiva contra um comboio de cerca de 50 veículos rebeldes que entravam no país pela Líbia.
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Os militares chadianos informaram este sábado (09.02) que capturaram mais de 250 rebeldes, incluindo alguns de seus líderes, após uma operação contra um comboio de militantes que tentava entrar no país a partir da Líbia no final de janeiro. A ação envolveu ataques aéreos franceses.
Por meio de comunicado, os militares chadianos disseram que a varredura continuaria na região de Ennedi, na fronteira noroeste com a Líbia e o Sudão, perto de onde veículos rebeldes foram travados no início de fevereiro.
Segundo o comunicado, cerca de 250 "terroristas, incluindo quatro líderes" foram detidos, enquanto mais de 40 veículos foram destruídos e centenas de armas apreendidas.
"Vários documentos comprometedores" também foram apreendidos, e acordo com a nota.
No entanto, um porta-voz do grupo rebelde União das Forças de Resistência (UFR) negou, considerando o número de detenções como "imaginário".
Youssouf Hamid disse que apenas cerca de 30 combatentes foram detidos.
O Presidente chadiano, Idriss Deby, disse na passada quinta-feira (07.02) que a coluna de rebeldes foi "destruída" em uma série de ataques realizados por aviões de guerra franceses.
Ofensiva francesa
Agindo em conjunto com o Governo do Chade, as aeronaves francesas atacaram o comboio rebelde no domingo, terça e quarta-feiras da semana passada, destruindo cerca de 20 das 50 caminhonetes rebeldes, disseram as forças armadas francesas em comunicado.
As forças chadianas já haviam tentado deter o grupo com ataques aéreos no início de fevereiro, antes de pedir apoio à França.
Um porta-voz das forças armadas disse que o comboio cruzou cerca de 400 quilómetros do território chadiano antes de ser detido entre Tibesti e Ennedi, no noroeste do país.
A UFR alegou ter cruzado para o norte do Chade com "três colunas" de veículos.
Na sexta-feira (08.02), o grupo havia admitido ter sofrido "danos" depois dos ataques franceses, segundo um de seus integrantes, Mahamat Doki Warou.
Outra fonte do grupo disse à AFP que dez combatentes foram mortos.
O Chade, um país vasto e principalmente deserto com mais de 200 grupos étnicos, sofreu repetidos golpes e crises desde que se tornou independente da França em 1960.
O Presidente Deby, ex-chefe das forças armadas, participa da coalizão da África Ocidental que luta contra a insurgência do Boko Haram e é membro da aliança anti-terrorista G5 Sahel, apoiada pela França - que também inclui Burkina Faso, Mali, Mauritânia e Níger.
Rebeldes no Sudão do Sul: Sem meios, mas prontos para lutar
O país mais jovem do mundo é palco de um conflito entre tropas do Governo e rebeldes desde 2013. Enquanto persistem as dificuldades no diálogo entre as autoridades, o país está mergulhado numa crise humanitária.
Foto: Reuters/G. Tomasevic
A calma antes da tempestade
Rebeldes do SPLA-IO (Exército de Libertação do Povo do Sudão em Oposição) recuperam forças antes de um ataque contra as forças armadas do Governo (SPLA - Exército de Libertação do Povo do Sudão) na cidade de Kaya, na fronteira com o Uganda. Um jornalista norte-americano que acompanhava os rebeldes foi morto nos confrontos de 26 de agosto.
Foto: Reuters/G. Tomasevic
Diálogo nacional para a paz?
Apesar do acordo de paz entre o Presidente Salva Kiir (na foto) e o ex-vice-Presidente Riek Machar, o conflito continua. Em maio, os mediadores propuseram um diálogo nacional. "Nós não excluímos ninguém, mas a presença de Riek desestabilizaria toda a região", disse Kiir, em entrevista à DW.
Foto: Getty Images/AFP/Z. Abubeker
Quatro anos de guerra civil
Dois anos após a independência do país, em 2011, o Presidente Salva Kiir e o vice-Presidente Riek Machar entraram em disputa. Kiir acusou Machar de tentativa de golpe de Estado. Os confrontos entre os apoiantes dos dois dirigentes ganharam rapidamente contornos éticos: desde então, os combatentes Nuer - etnia a que pertence Riek Machar - enfrentam os apoiantes de Kiir, do grupo étnico Dinka.
Foto: Reuters/G. Tomasevic
Marcado pela guerra
Entretanto, formou-se uma rede complexa de partes em conflito. As milícias dividiram-se em vários pequenos grupos. Lutam pelo poder político no Sudão do Sul, mas também pelo controlo dos recursos do país. Todos são acusados de violações dos direitos humanos. Milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas.
Foto: Reuters/G. Tomasevic
Dois milhões de refugiados
Na foto, mulheres sul-sudanesas num campo de refugiados na Etiópia. De acordo com a agência de refugiados da ONU, cerca de dois milhões de sul-sudaneses fugiram para países vizinhos desde 2013. Só o Uganda recebeu cerca de um milhão de refugiados.
Foto: Reuters/D. Lewis
Soldados leais
Rebeldes do SPLA-IO rezam e cantam juntos, na véspera de um ataque às forças do Governo. Querem uma mudança de poder. "Enquanto Salva Kiir estiver no poder, não haverá paz. Ele tem de partir", diz o líder rebelde James Khor Chuol Lengdit à agência de notícias Reuters.
Foto: Reuters/G. Tomasevic
Ataques e abusos
A guerra e a seca levaram a uma crise humanitária. A população sofre com a fome, sobretudo no norte do país. Segundo as Nações Unidas, cinco milhões e meio de pessoas dependem atualmente de ajuda alimentar. No entanto, os trabalhadores humanitários são repetidamente atacados. A 30 de agosto, os Médicos Sem Fronteiras anunciaram o fim da ajuda médica.
Foto: Reuters/G. Tomasevic
A maior crise de refugiados em África
A cidade de Kaya, na fronteira, está deserta. Nas ruas, rebeldes e soldados do Governo travam batalhas sangrentas. Quase um terço da população de 12 milhões de pessoas fugiu do Sudão do Sul ou está deslocada internamente. É a maior crise de refugiados no continente africano desde o genocídio no Ruanda, em 1994.
Foto: Reuters/G. Tomasevic
Rebeldes sem meios
Após 40 minutos de combate, os rebeldes ficam sem munições. "Faltam-nos meios financeiros e apoio", diz o General Matata Frank Elikana à agência de notícias Reuters. "As armas e munições que temos tiramos do inimigo", explica o também governador rebelde do estado de Yei River.
Foto: Reuters/G. Tomasevic
Missão esgotante
Exaustos, os rebeldes do SPLA-IO retiram-se, após o confronto com as tropas governamentais. Descansam junto a uma lagoa antes de seguirem caminho até ao acampamento. Muitos dos jovens soldados estão sob a influência de álcool e drogas. Só assim conseguem suportar as imagens traumáticas do conflito.
Foto: Reuters/G. Tomasevic
Cuidados de emergência
Rebeldes transportam um jovem baleado nos confrontos com as tropas do Governo. É levado numa maca feita de ramos de árvore até ao acampamento onde serão tratados os ferimentos. No entanto, nos acampamentos rebeldes, há muito que os medicamentos deixaram de existir. Muitos combatentes morrem por falta de tratamento médico.