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Exército do Quénia afirma progressos na Somália

15 de dezembro de 2011

O exército queniano afirma que tem, cada vez mais, a situação na Somália sob controlo. As forças de Nairobi invadiram o país vizinho em outubro de 2011, numa tentativa de conter os rebeldes islamistas da al-Shabab.

FILE - In this Tuesday, Aug. 24, 2010 file photo, Kenya Army soldiers rehearse a military parade at Uhuru Park, in Nairobi, Kenya. Kenyan military forces moved into southern Somalia on Sunday, an official and residents said, a day after top Kenyan defence officials said the country has the right to defend itself after a rash of militant kidnappings of Europeans inside Kenya. (Foto:Sayyid Azim, File/AP/dapd)
As tropas quenianas invadiram a Somália em outubro do corrente anoFoto: dapd

Depois de visitar a Somália na semana passada, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou no Conselho de Segurança que este é o momento crucial para estabilizar o país, que há décadas vive em guerra civil. Para que isso aconteça, Ban Ki-moon quer que o governo de transição demonstre mais empenho e que a missão da União Africana (AMISOM) tenha seu contingente aumentado.

Atualmente, dos 12 mil militares autorizados a atuar na AMISOM, apenas nove mil estão em atividade. Em conjunto com milícias aliadas e forças etíopes e quenianas, a União Africana tem conseguido fazer recuar os rebeldes islamistas da al-Shabab. De acordo com o secretário-geral da ONU, à medida em que mais territórios forem libertados, o governo de transição deve apoiar a população local e formar novas administrações regionais.

Incursões da al-shabab no campo de refugiados de Dadaab, no Quénia, estiveram na origem da retaliação de NairobiFoto: Picture-Alliance/dpa

A cooperação crucial com a população local

Em entrevista exclusiva à Deutsche Welle, o porta-voz do exército nacional queniano, Cyrus Oguna, revelou a estratégia adotada para combater os rebeldes somalis: “Inicialmente, a al-Shabab era um alvo fácil, porque se movimentava em grande número. Mas três semanas depois do início da nossa operação, mudou de tática. Começou a movimentar-se em pequenos grupos e a misturar-se com as comunidades locais”. Por isso, diz Oguna, também o exército queniano mudou de tática e começou a colaborar com as comunidades locais, “que nos apontam os esconderijos da al-Shabab, pois não a querem no seu meio.“

De acordo com Oguna, a al-Shabab está desorganizada, o que facilita a operação: Graças à colaboração com as comunidades identificámos os locais onde a al-Shabab se reunia e pudemos impedir essas reuniões. Presentemente, a al-Shabab está completamente confusa e desorganizada”. O porta-voz avança que a estrutura de comando está degradada e as milícias estão em retirada: “Durante toda a última semana não nos ofereceram qualquer resistência digna do nome. Não contamos com uma resistência cerrada, caso decidamos avançar”.

O exército queniano afirma que a al-shabab se encontra em debandadaFoto: AP

Al-shabab resiste em partes do país

Apesar de bem sucedida até agora, a operação ainda não chegou ao fim. Segundo Oguna, algumas áreas da Somália ainda estão sob controlo das milícias al-Shabab: “Estamos na segunda fase da operação, na qual avançamos sobre o rio Juba. Mas ainda não chegámos lá. De modo que a al-shabab ainda controla o leste de Afmadow, de Bardera e de Kisimayu”. A oeste destas localidades, confirma Oguna, a área está sob controlo da aliança entre as forças armadas quenianas e o governo de transição somali.

Na luta pela estabilização do país, o Gabinete Político da ONU para a Somália será transferido do Quénia para a capital somali Mogadíscio em janeiro do ano que vem. Ainda no início de 2012, está prevista uma conferência internacional em Londres para discutir a situação da Somália.

Crianças somalis no campo de refugiados de DadaabFoto: picture alliance/Boris Roessler

Autora: Bruce Alakunya/Sansara Buriti
Edição: Cristina Krippahl/António Rocha

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