Exército israelita facilitará passagem de ajuda humanitária
27 de julho de 2025
O exército israelita anunciou que ia facilitar a passagem de ajuda humanitária para o território palestiniano, e a ONU, por seu turno, afirmou este domingo (27.07) que pretende chegar ao maior número possível de pessoas.
O primeiro-ministro de Israel instou a ONU a deixar de culpar o Governo pela situação humanitária em Gaza, depois do anúncio do exército.
"Há corredores seguros. Sempre existiram, mas hoje é oficial. Não haverá mais desculpas", disse Benjamin Netanyahu durante uma visita a uma base aérea.
"Pausa tática"
Também hoje, o exército israelita afirmou que iria interromper as atividades em Muwasi, Deir al-Balah e na Cidade de Gaza, das 10h00 às 20h00 (das 08h00 às 18h00 em Lisboa), até novas ordens.
Os militares disseram ainda que não tinham atualmente operações no terreno nestas três áreas, mas admitiram que houve combates e ataques em cada uma delas nas últimas semanas.
Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel (IDF) indicaram que vão estabelecer corredores humanitários designados para "facilitar a movimentação segura das caravanas da ONU que entregam alimentos e medicamentos à população".
O anúncio surge após meses de alertas de especialistas sobre a fome, devido a restrições israelitas à ajuda humanitária. As críticas internacionais, incluindo de aliados de Israel, aumentaram com a morte de centenas de palestinianos nas últimas semanas, quando tentavam chegar aos locais de distribuição de alimentos.
Este domingo, também o chanceler alemão, Friedrich Merz, instou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a concordar com um cessar-fogo, permitir o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e tomar medidas mais substanciais.
"Alegação falsa"
Segundo as IDF, o objetivo é "refutar a falsa alegação de fome deliberada na Faixa", afirmaram em comunicado. Os Emirados Árabes Unidos também prometeram retomar "de forma imediata" os lançamentos de ajuda humanitária sobre Gaza.
A retoma do lançamento aéreo de ajuda humanitária surge horas depois de um comando naval de Israel intercetado o navio Handala, da Flotilha da Liberdade, com 21 tripulantes a bordo, incluindo dois espanhóis, e garantiu que todos estão seguros e a caminho da costa israelita.
A Coligação da Flotilha da Liberdade denunciou a interceção - ocorrida a menos de 100 quilómetros da costa de Gaza - como ilegal, uma vez que o navio se encontrava em águas internacionais a caminho de romper o bloqueio israelita ao enclave com um carregamento de ajuda humanitária. Concluiu, por isso, que os seus passageiros foram sequestrados.
O navio "transportava um carregamento de ajuda humanitária crucial para os palestinianos em Gaza, incluindo leite infantil, fraldas, alimentos e medicamentos", acrescentou a ONG.