"Exílio tem mais dignidade" que "rendição", dispara Tchizé
Lusa | cvt
10 de maio de 2020
Afirmação foi feita em nota, este domingo (10.05), pela ex-deputada do MPLA em resposta a declarações de Abel Chivukuvuku. Líder do PRA-JA defendeu o regresso da família dos Santos a Angola, no sábado (09.05).
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"Prefiro o exílio do que ficar em Angola para ser enxovalhada com acusações falsas e possível prisão política, por quem não tem um passado nem dignidade para eu respeitar como meu chefe de Estado", afirmou Welwitschea dos Santos, referindo-se ao atual Presidente, João Lourenço.
A filha do antigo Presidente de Angola disse ainda que não vai baixar a cabeça "para ser humilhada e prestar uma hipócrita vassalagem" ao detrator principal da família dos Santos "em troca do silêncio pela manutenção de um cargo no parlamento a qualquer custo, ou integração social com a condição de bajular" quem a "enxovalha".
Tchizé dos Santos reagia às declarações do político angolano e líder do PRA-JA Servir Angola, Abel Chivukuvuku, que defendeu o regresso a Angola dos familiares do ex-Presidente José Eduardo dos Santos para se defenderem das acusações de que são alvo, em entrevista à agência Lusa, no sábado (09.05).
Outro lado da moeda
"Eu ia querer ver se o dr. Abel Chivukuvuku ia ter essa opinião quando foi capturado ferido pelas tropas do Governo [MPLA] do então Presidente da República e comandante em chefe José Eduardo dos Santos, após os confrontos de 1992, se o PR fosse o General João Lourenço e não o dos Santos", afirmou Tchizé dos Santos em mensagem escrita enviada à Lusa.
Na altura, Angola vivia ainda em guerra civil e Abel Chivukuvuku, atual coordenador da comissão instaladora do projeto político PRA-JA, era dirigente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o principal partido da oposição angolana, tendo sido ferido em confrontos militares, em Luanda, e mantido sob custódia das autoridades governamentais quase durante um ano.
Tchizé dos Santos, cujo mandato de deputada foi suspenso em outubro passado - tendo sido também afastada do comité central do MPLA, partido no poder em Angola há mais de 40 anos, e suspensa por dois anos da condição de militante -, diz que a UNITA "teve mais sorte do que a famílias dos Santos" pois foi José Eduardo dos Santos que decidiu o destino dos derrotados em combate, e não João Lourenço.
"Se quando o dr. Jonas Savimbi morreu em combate e a UNITA foi derrotada, em 2002, o PR fosse o sr. João Lourenço, certamente o Dr. não teria hoje opinião alguma porque provavelmente estaria morto ou em prisão perpétua", respondeu a Chivukuvuku.
Quem são as mulheres mais poderosas de África?
Nove mulheres africanas dão que falar no mundo da política e dos negócios, geralmente dominado por homens. Saiba quem são e como se têm destacado.
Foto: picture-alliance/dpa/epa/B. Fonseca
Primeira mulher Presidente em África
Ellen Johnson Sirleaf foi a primeira mulher eleita democraticamente num país africano. De 2006 a 2018, governou a Libéria, lutando contra o desemprego, a dívida pública e a epidemia do ébola. Em 2011, ganhou o Prémio Nobel da Paz por lutar pela segurança e direitos das mulheres. Atualmente, lidera o Painel de Alto Nível da ONU sobre Migração em África.
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Um grande passo para as mulheres etíopes
Sahle-Work Zewde foi eleita, em outubro, Presidente da Etiópia. O poder no país é exercido pelo primeiro-ministro e o Conselho de Ministros. Entretanto, a eleição de uma mulher para a cadeira presidencial é considerada um grande avanço na sociedade etíope, onde os homens dominam os negócios e a política. Mas isto está a mudar. Hoje em dia, metade do Governo é formado por mulheres.
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Mulher mais rica de África
Isabel dos Santos tem uma reputação controversa em Angola. É filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, que a colocou na administração da Sonangol em 2016. Mas o novo Presidente, João Lourenço, luta contra o nepotismo e despediu Isabel dos Santos. Mesmo assim, dos Santos ainda detém muitas participações empresariais e continua a ser a mulher mais rica de África, segundo a revista Forbes.
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Magnata do petróleo e benfeitora da Nigéria
1,6 mil milhões de dólares norte-americanos é a fortuna da nigeriana Folorunsho Alakija. A produção de petróleo faz com que a dona da empresa Famfa Oil seja a terceira pessoa mais rica da Nigéria. Com a sua fundação, a mulher de 67 anos apoia viúvas e órfãos. Também é a segunda mulher mais rica de África, apenas ultrapassada pela fortuna de Isabel dos Santos de 2,7 mil milhões (segundo a Forbes).
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Oficial da dívida da Namíbia
Na Namíbia, uma mulher lidera o Governo: desde março de 2015, Saara Kuugongelwa-Amadhila é primeira-ministra – e a primeira mulher neste escritório na Namíbia. Anteriormente, foi ministra das Finanças do país e perseguiu uma meta ambiciosa: reduzir a dívida nacional. A economista é membro da Assembleia Nacional da Namíbia desde 1995.
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Discrição e influência
Jaynet Kabila é conhecida pela sua discrição e cuidado. Irmã gémea do ex-Presidente congolês Joseph Kabila, é membro do Parlamento da República Democrática do Congo e também é dona de um grupo de meios de comunicação. Em 2015, a revista francesa Jeune Afrique apontou-a como a pessoa mais influente do Governo na RDC.
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Triunfo diplomático
A ex-secretária de Estado do Ruanda, Louise Mushikiwabo, será secretária-geral da Organização Internacional da Francofonia em 2019. Isto, mesmo depois de o país ter assumido o inglês como língua oficial há mais de 10 anos. A escolha de Mushikiwabo para o cargo é vista como um triunfo diplomático. O Presidente francês, Emmanuel Macron, foi um dos apoiantes da sua candidatura.
Outra mulher influente: a nigeriana Amina Mohammed, vice-secretária-geral das Nações Unidas desde 2017. Entre 2002 e 2005, já tinha trabalhado na ONU no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. Mais tarde, foi assessora especial do então secretário-geral, Ban Ki-moon, e, por um ano, foi ministra do Meio Ambiente na Nigéria.
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A ministra dos recordes no Mali
Recente no campo da política externa, Kamissa Camara é a mais jovem na política e primeira ministra do Exterior da história do Mali. Aos 35 anos, foi nomeada para o cargo pelo Presidente Ibrahim Boubacar Keïta e é agora uma das 11 mulheres no Governo. No total, o gabinete maliano tem 32 ministros.