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Ex-deputado da RENAMO detido no centro de Moçambique

Lusa
19 de janeiro de 2020

Sandura Ambrósio foi detido pela polícia por indícios de envolvimento no apoio a guerrilheiros dissidentes do partido, acusados pelas autoridades de ataques armados.

Marcas de um ataque armado no posto administrativo de Pungue, no distrito de Nhamatanda, Sofala, a 23 de outubroFoto: DW/A. Sebastião

Um ex-deputado da Resistência Nacional Moçambicano (RENAMO), principal partido da oposição, foi detido pela polícia por indícios de envolvimento no apoio a guerrilheiros dissidentes do partido, acusados pelas autoridades de ataques armados.

"O cidadão Sandura Ambrósio está detido por mandado judicial, é indiciado num crime de conspiração", afirmou o chefe do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) da província de Sofala, Centro de Moçambique, Mário Tamele.

Sandura Ambrósio foi preso com base em dados recolhidos no âmbito da investigação que o SERNIC está a levar a cabo aos ataques armados que afetam alguns troços de estradas do centro de Moçambique.

"É um crime de conspiração que inclui atos preparatórios e recrutamento", declarou Mário Tamele, escusando-se depois de entrar em pormenores sobre o caso.

Da RENAMO para o MDM

Sandura Ambrósio foi deputado da RENAMO no mandato que terminou na segunda-feira, mas abandonou o partido em 2019 para se filiar ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido com representação parlamentar.

Concorreu a mais um mandato nas eleições legislativas de 15 de outubro do ano passado pelo MDM no círculo eleitoral de Sofala, mas não conseguiu a reeleição.

No dia 8 deste mês, a Procuradoria-Geral da República interrogou a chefe da bancada da RENAMO, Ivone Soares, o porta-voz do partido, José Manteigas, e o deputado António Muchanga no âmbito dos ataques no centro do país.

Os três e o antigo secretário-geral da RENAMO António Bissopo foram apontados por um alegado grupo de seis homens detidos pela polícia como estando envolvidos no apoio à Junta Militar da RENAMO - algo que desmentiram.

Em causa estão os ataques que se têm registado nas estradas nacionais 01 e 06, nas províncias de Manica e Sofala, incursões que já provocaram 21 mortos e têm sido atribuídos à autoproclamada Junta Militar da RENAMO, um grupo de guerrilheiros dissidentes do partido que exige a renegociação do acordo de paz assinado a 6 de agosto e a demissão do atual líder Ossufo Momade.

Oficialmente, a RENAMO tem-se afastado de qualquer ligação com o grupo, classificando-o como desertor.

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