1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Explosões na Polónia: "Não queremos antecipar hipóteses"

Sandra Quiala | com agências
16 de novembro de 2022

Líderes do G7 e da NATO apoiam investigação sobre a queda do míssil na Polónia, cuja autoria era atribuída à Rússia. Numa reunião de emergência que decorreu esta manhã em Bali, os líderes aguardam provas inequívocas.

G20-Gipfel in Indonesien
Foto: Steffen Hebestre/Bundesregierung/dpa/picture alliance

Os líderes mundiais que participam na cimeira do G20, em Bali, tiveram uma reunião de emergência, na sequência de uma explosão de míssil na Polónia, "projétil de fabrico russo" que atingiu o território deste país da NATO junto à fronteira com a Ucrânia, causando a morte a duas pessoas.

Com o incidente, os líderes decidiram apoiar uma investigação sobre a queda do míssil, para evitar equívocos.

Biden explicou que este acordo foi alcançado "por unanimidade" durante uma reunião de emergência que decorreu esta manhã.

Além de Biden, estiveram presentes no encontro de emergência o chanceler alemão, Olaf Scholz, os primeiros-ministros do Canadá, Reino Unido, Itália e Japão, Justin Trudeau, Rishi Sunak, Giorgia Meloni e Kishida Fumio, respetivamente, e o Presidente francês, Emmanuel Macron. Também a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, encontram-se no local, informou a Casa Branca.

Provas inequívocas

O Presidente polaco explicou que o país não tem ainda "provas inequívocas" sobre o autor do lançamento do míssil que atingiu o leste do país. Frisou também que nada faz prever que o caso não seja um ato isolado.

Segundo o vice-porta-voz Vedant Patel, o Departamento de Estado norte-americano está em estreita colaboração com as autoridades polacas para decidir os próximos passos.

"É claro que estamos prontos para apoiar os nossos parceiros e aliados da NATO, mas queremos deixar bem claro que não queremos antecipar hipóteses, ainda não sabemos o que aconteceu. Vimos os relatos da Polónia, é claro que são extremamente preocupantes. E estamos a trabalhar com os nossos parceiros do Governo polaco e com os nossos parceiros da NATO para avaliar o que aconteceu e determinar os próximos passos”, disse.

Origem do míssil

A Presidência francesa pediu hoje "a maior cautela" na determinação da origem do míssil disparado contra a Polónia, referindo que "muitos países" da região têm o mesmo tipo de armamento.

"É lógico que abordemos a questão com a maior cautela (..) Muitos países têm o mesmo tipo de armamento e, por isso, identificar o tipo de míssil não é necessariamente identificar o ator que o lançou", sublinhou a Presidência francesa.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já veio dizer hoje que é improvável que o míssil que atingiu a Polónia e matou duas pessoas tenha sido disparado a partir da Rússia.

"Há informações preliminares que contestam isso", disse Biden aos jornalistas quando questionado se o míssil foi disparado da Rússia. "É improvável nas linhas da trajetória que tenha sido disparado da Rússia, mas veremos", acrescentou na ilha indonésia de Bali, onde se encontra para participar na cimeira do G20.

Ataque à segurança coletiva

Foto: Doug Mills/The New York Times/AP/dpa/picture alliance

Vários lideres mundiais manifestaram-se preocupados com explosão na Polónia e acreditam ser um ataque à segurança coletiva.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, escreveu no Twitter que está "alarmada" com a explosão registada na Polónia.

Também a Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, manifestou-se na mesma plataforma "profundamente preocupada” com os desenvolvimentos na Polónia.

Já o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu que a queda de mísseis na Polónia são um "ataque à segurança coletiva" e uma "escalada muito significativa" no conflito.

O secretário-geral ONU defendeu terça-feira à noite que é "absolutamente essencial" evitar a escalada da guerra na Ucrânia, mostrando-se "profundamente preocupado" com a queda de um míssil de fabrico russo na Polónia.

Numa breve declaração transmitida pelo porta-voz da ONU, António Guterres apelou a uma "investigação exaustiva" da queda do míssil que matou duas pessoas na Polónia.

Ambiente calmo na Polónia

Durante esta noite, o primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, apelou à calma entre a população do país. O chefe de Governo anunciou o reforço do controlo do espaço aéreo.

"Em primeiro lugar, decidimos aumentar a prontidão de combate das unidades selecionadas das Forças Armadas Polacas, com ênfase particular no controlo do espaço aéreo. Esse controlo é e será realizado de forma aprimorada em conjunto com os aliados. Em segundo lugar, estamos a realizar análises e consultas com os nossos aliados sobre o uso potencial do Artigo 4 do Tratado de Washington, ou seja, o artigo que desencadeia consultas dentro da NATO".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Polónia confirmou esta noite que um "projétil de fabrico russo" atingiu o território deste país da NATO junto à fronteira com a Ucrânia, causando a morte a duas pessoas.

"Na vila de Przewodów (...), um projétil de fabrico russo caiu [na terça-feira], matando dois cidadãos da República da Polónia", salienta-se num comunicado do porta-voz do ministério, Lukasz Jasina.

Na mesma nota acrescenta-se que o embaixador russo na Polónia foi convocado para prestar "explicações detalhadas".

Refugiados angolanos na Polónia alegam ajuda insuficiente

01:54

This browser does not support the video element.