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DesastresÁfrica do Sul

Extinto incêndio que destruiu Parlamento da África do Sul

Lusa
4 de janeiro de 2022

Incêndio no Parlamento da África do Sul, na Cidade do Cabo, iniciado há dois dias, foi finalmente dado como "extinto" nesta terça-feira (04.01), depois de as chamas se terem reacendido durante a última noite.

Südafrika Kapstadt | Brand im Parlament
Bombeiros tentam conter as chamas do incêndio no Parlamento sul-africano.Foto: Mike Hutchings/REUTERS

O incêndio deflagrado no domingo (02.01) no Parlamento da África do Sul foi dado como extinto. Segundo avançou o porta-voz do Parlamento sul-africano através da rede social Twitter nesta terça-feira (04.01), "o foco de incêndio que ocorreu ontem [segunda-feira] à noite foi agora contido", disse ele.

O presidente do Conselho Nacional das Províncias (o Senado Sul Africano), Amos Masondo, indicou na segunda-feira que o incêndio consumiu "por completo a câmara da Assembleia Nacional (câmara baixa do Parlamento)", assim como vários gabinetes na zona mais antiga do edifício e parte dos blocos adjacentes mais modernos.

Os novos focos de incêndio que surgiram na segunda-feira "destruíram completamente o quarto e quinto andares da nova ala [que alberga a Assembleia Nacional]", de acordo com os meios de comunicação locais, referiu o chefe da segurança da Câmara Municipal do Cabo, Jean-Pierre Smith.

A biblioteca parlamentar, o museu, as obras de arte alojadas no edifício e o rés-do-chão do edifício mais antiga - a "Velha Assembleia" - não foram danificados.

Segundo o chefe dos bombeiros, encontram-se ainda no local dois veículos de combate a incêndios e que o conjunto de três edifícios continua a ser inspecionado. 

Relatório preliminar

As equipas de engenheiros e especialistas destacados para o local esperam ter um relatório preliminar sobre as circunstâncias do incêndio concluído até sexta-feira (07.02), segundo a ministra das Obras Públicas e Infraestruturas sul-africana, Patricia de Lille, em declarações à comunicação social.

O incêndio terá começado no edifício mais antigo, concluído em 1884, e depois espalhou-se aos dois edifícios da ala mais recente, que alberga a atual câmara baixa do Parlamento na Cidade do Cabo e os seus gabinetes.

O Parlamento em chamas nesta segunda-feira (03.01).Foto: Nardus Engelbrecht/AP/picture alliance

O velho hemiciclo, forrado a painéis de madeira, no qual o Presidente sul-africano faz tradicionalmente o discurso do estado da nação ficou completamente destruído. 

As equipas de emergência foram notificadas da existência do incêndio por volta das 06:00 locais (04:00 Tempo Universal Coordenado UTC) de domingo, mas a causa do incêndio ainda não é conhecida. 

Várias circunstâncias estão também a ser investigadas, como por exemplo, a razão pela qual os sensores de incêndio foram lentos a responder e os aspersores não funcionaram porque uma válvula de água estava fechada, segundo a ministra Patricia de Lille.

Um suspeito foi detido no domingo dentro do edifício e foi hoje conduzido perante um juiz num tribunal da Cidade do Cabo. A audiência, porém, foi adiada para o próximo dia 11.01, para permitir à investigação esclarecer alguns elementos do caso, ainda dependentes do acesso ao local. 

Zandile Christmas Mafe, suspeito acusado de invadir o Parlamento sul-africano quando o incêndio começou,a deixar o Tribunal de Magistrados da Cidade do Cabo.Foto: Sumaya Hisham/REUTERS

Suspeito permanece detido

O suspeito permanecerá detido, pelo menos, até essa data. O seu advogado afirmou que o constituinte nega qualquer envolvimento e que irá declarar-se inocente. Já a acusação opôs-se a que o suspeito aguardasse pela próxima audiência em liberdade. 

A acusação, a que a agência France-Presse teve acesso, acusa o suspeito de invadir o complexo parlamentar no centro da Cidade do Cabo e de "incendiar os edifícios do Parlamento" para roubar "computadores portáteis, louça e documentos".

A ministra Patricia de Lille confirmou hoje (04.01) que as câmaras de segurança estavam a funcionar corretamente nas primeiras horas da manhã do dia do incidente e que a polícia estava encarregada de as monitorizar. 

Ainda segundo a ministra, as câmaras de vigilância mostraram que o suspeito estava no edifício por volta das 02:00, "mas os seguranças só o viram por volta das 06:00, quando olharam para os ecrãs, alertados pelo fumo", afirmou de Lille à AFP.

"As câmaras funcionaram. O problema é que ninguém as verificou durante a noite fatídica", disse. "Isto também faz parte da investigação. Como é que não nos apercebemos antes que havia alguém no edifício? Deve ter havido uma quebra de segurança", acrescentou.

A Cidade do Cabo é sede do Parlamento desde 1910, e o Governo sul-africano está sediado em Pretória. A África do Sul, com uma população de 59 milhões de habitantes, tem três capitais: a administrativa, em Pretória, no norte; a legislativa, na Cidade do Cabo, sudoeste do país; e a judicial, em Bloemfontein, no centro. 

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03:39

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