Fórum Económico Mundial arranca em Davos
14 de janeiro de 2024Os mais ricos e poderosos do mundo estão a chegar à idílica cidade suíça de Davos para a reunião do Fórum Económico Mundial. São esperados mais de 2.800 participantes para o evento de cinco dias que inclui mais de 60 chefes de Estado e de Governo.
O evento anual tem lugar numa altura em que o mundo assiste a guerras em Gaza e na Ucrânia, a avanços no domínio da inteligência artificial (IA) - que causam tanto entusiasmo como preocupação. Também serão debatidas as crises económicas e as preocupações sobre a destruição do meio ambiente.
Este ano, a reunião dos líderes políticos e empresariais mundiais, celebridades e ativistas sociais proeminentes acontece sob o mote "Reconstruir a Confiança".
O diretor do Fórum Económico Mundial, Mirek Dusek, explica que o tema deste ano "é uma resposta direta à diminuição da confiança, evidente nas sociedades e entre as nações".
Transformações geopolíticas
"Alguns poderão relacionar diretamente as fissuras com as profundas transformações que nos rodeiam, sejam elas geopolíticas, geoeconómicas ou relacionadas com o clima e a natureza", disse Dusek.
O boom da inteligência artificial, que tem gerado oportunidades e 'dores de cabeça' aos reguladores, é um dos principais tópicos deste ano, com vários painéis dedicados à revolução tecnológica.
Mas, no topo da agenda, estarão os conflito no Médio Oriente e na Ucrânia. Entre os principais líderes políticos que participam no evento encontram-se a Presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, o líder francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.
Os EUA serão representados pelo secretário de Estado, Antony Blinken, a quem irá juntar-se os principais intervenientes na guerra em Gaza para discutir formas de pôr termo ao conflito. O Presidente Volodymyr Zelenskyy também deverá participar na reunião.
Dívidas das economias em desenvolvimento
Além das questões geopolíticas, também dominará a agenda os níveis colossais de dívida que as economias em desenvolvimento, muitas delas em África, acumularam nos últimos anos para fazer face a múltiplas crises, como a pandemia de COVID-19, a escassez de energia e as alterações climáticas.
Atualmente, cerca de 3 mil milhões de pessoas vivem em países que gastam mais em pagamentos de juros do que em educação ou saúde, segundo a ONU. Muitos países em desenvolvimento estão a ver os seus cofres financeiros sob pressão, devido aos elevados custos dos alimentos e da energia e ao aumento dos custos dos empréstimos.
A situação económica e a crise da dívida estarão no topo da agenda dos líderes africanos, que são esperados em grande número, e liderados pelo Presidente nigeriano, Bola Ahmed Tinubu, e pelo seu homólogo queniano, William Ruto.
Leonard Stiegeler, membro do "Coletivo África", uma plataforma para promover os interesses africanos junto dos investidores globais, explica que, quanto a África, "continua a tratar-se de criar confiança no continente como um centro vibrante de oportunidades atuais e futuras, especialmente, considerando-se o tamanho da sua população".
"Além da criação de empregos e criação de mão-de-obra qualificada. África é um local a ser considerado, e isso é algo que os líderes africanos devem estar a promover", concluiu.