Falta de apoio a orfanato em Luanda ameaça futuro de 100 crianças
14 de abril de 2014 O Centro de Acolhimento de Crianças Arnaldo Jassen foi criado em 1993 com o objetivo de retirar das ruas de Luanda (e de outras zonas do país) as crianças vítimas da guerra. O também conhecido como centro do Padre Horácio acolhe crianças com idades compreendidas entre os 7 e os 19 anos. De acordo com a diretora-adjunta, Regina Lulus, o orfanato enfrenta várias dificuldades, como a falta de financiamento para pagar as despesas relacionadas com o abastecimento da água potável, alimentação, e outras necessidades básicas.
“Se ninguém nos ajudar, estamos mesmo em risco. Dentro de pouco tempo o centro vai mesmo fechar, porque sem dinheiro não podemos continuar. Não temos apoio do Governo, todos os salários dos trabalhadores vêm de apoios externos", explica.
Desde a sua fundação e até ao ano 2009, o centro Arnaldo Jassen teve o apoio da empresa multinacional BP, que opera no sector petrolífero. Segundo a irmã Regina Lulus, atualmente o centro sobrevive com o dinheiro deixado pela empresa, que não é suficiente. A falta de apoios por parte do Governo angolano é um assunto que inquieta a responsável.
Apelo urgente às autoridades e população
“Nós não queremos fechar o centro. Olhamos para estas crianças e jovens e pensamos 'como vamos fechar?'. Por isso, estamos mesmo a lutar, a pedir ajuda às pessoas, empresas e Governo. O centro já está na história, mas se ninguém nos ajudar não temos outra solução", reitera a directora-adjunta.
Os jovens e crianças abrigados no Padre Horácio beneficiam de formação académica, artes e ofícios, como os cursos profissionais básicos nas áreas de estufagem, marcenaria, informática e artes plásticas, para que, quando chegarem a idade adulta, possam ser reintegrados na família e na sociedade.
Domingos e João, de 17 e 14 anos, ambos com historias semelhantes, estão no centro há mais de 5 anos e pedem às autoridades do país que ajudem as crianças e os jovens do lar. “Aqui temos muitas dificuldades. Precisamos de água, de mais apoios, mais professores e também materiais escolares. Pedimos que olhem para nós, os meninos”, apelam.