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Falta de dinheiro ameaça participação da Guiné-Bissau no CAN

Braima Darame (Bissau)
6 de janeiro de 2017

A uma semana do arranque do Campeonato Africano das Nações, no Gabão, a Guiné-Bissau pode não ter verbas para levar a selecção de futebol à competição. A crise ensombra os festejos gerados pela qualificação inédita.

Foto: picture-alliance/dpa/N. Bothma

A Guiné-Bissau foi a única seleção lusófona de futebol a conseguir apurar-se para a fase final do Campeonato Africano das Nações - CAN 2017, cujo arranque está marcado para 14 de janeiro, no Gabão. Os "Djurtus" integram o grupo A, juntamente com o Gabão, o Burkina Faso e os Camarões, e têm como primeiro adversário a selecção anfitriã no jogo de abertura.

Mas a falta de dinheiro para fretar o avião que vai transportar seleção nacional de futebol, que participa pela primeira vez na fase final do CAN, está a assombrar o apuramento histórico.  O país atravessa uma profunda crise política há cerca de dois anos, sem solução à vista. A disputa pelo controlo do poder já levou a Guiné-Bissau a conhecer cinco governos.

Guiné-Bissau é a única selecção lusófona presente no CANFoto: picture-alliance/dpa/A. Jallanzo

O Governo limitou-se apenas a dizer que fará os possíveis para que a selecção possa viajar o quanto antes. Num comunicado do Conselho de Ministros, o Executivo de Umaro Sissoco apenas fez saber que a equipa nacional será condecorada pela sua histórica qualificação para o CAN, sem se referir à questão da falta de dinheiro.

Segundo apurou a DW África, o Governo não terá disponibilizado a verba prevista, dois milhões de euros, por ser demasiado para os cofres do Estado.

Governo faz "muito pouco"

O presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau, Manuel Nascimento Lopes, afirma que o Governo "tem feito "muito pouco". "Temos de pensar no povo e no país. Temos de parar de ser egoístas", apela.

06.01.2017 Guiné-Bissau sem dinheiro para a CAN - MP3-Stereo

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Questionado sobre quando é que a seleção nacional de futebol deverá viajar, já que joga no sábado, 14 de janeiro, Manuel Nascimento Lopes remeteu a questão para o Governo. "Faça essa pergunta diretamente ao ministro, não a mim. Porque se fosse pela Federação, os jogadores já não estariam cá", disse.

O presidente da Federação guineense lembra, por exemplo, que a Costa de Marfim já está a fazer estágio "num dos melhores hotéis" de Abu Dhabi, enquanto os jogadores da Guiné-Bissau passam por "sacrifícios". "Eles merecem muito mais", desabafa.

Apesar das dificuldades na preparação do CAN 2017, o selecionador nacional, Baciro Candé, diz que a equipa está forte e coesa.

A Polícia Judiciária (PJ) da Guiné-Bissau desmantelou, entretanto, uma rede de fabrico e venda de equipamentos contrafeitos da seleção de futebol, informou, em conferência de imprensa, o diretor adjunto da corporação. Fernando Jorge da Costa disse que a PJ apreendeu 531cachecóis, 100 camisolas e calções e 311 chinelos com símbolos da Guiné-Bissau, fabricados ilegalmente por comerciantes chineses e da Guiné-Conacri.

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