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Faltam centros de saúde na província do Niassa

Manuel David (Lichinga)1 de outubro de 2015

Na província do Niassa, no norte de Moçambique, os habitantes das zonas rurais chegam a percorrer 15 quilómetros para terem uma consulta médica. As autoridades estão a formar agentes de saúde para colmatar a situação.

Foto: DW/M. David

"É difícil chegar ao hospital, estamos muito distantes", conta um habitante de Musawisi, na província do Niassa.

"Quem vive em Calapa, Milepa e outras localidades tem dificuldades - a distância é longa e os meios de transportes são escassos. Às vezes, grávidas morrem pelo caminho porque não conseguem chegar a tempo ao hospital para receber a assistência devida."

As autoridades provinciais admitem o problema. Muitas pessoas, sobretudo residentes nas zonas rurais dos distritos de Mecula, Nipepe e Mavago, têm de andar cerca de quinze quilómetros para serem atendidas por um médico.

Formação de agentes de saúde

Para colmatar a situação, as autoridades estão a apostar na formação de agentes polivalentes elementares de saúde - indivíduos provenientes das próprias comunidades, formados em matérias básicas de saúde para colaborar com os profissionais do setor.

Um trecho da estrada em Sanga, província do NiassaFoto: DW/M.David

O objetivo é aproximar os serviços básicos às comunidades, explica José Manuel, diretor provincial de Saúde no Niassa.

"A distância que a população do Niassa percorre é o dobro da distância preconizada a nível mundial. Tendo em conta as dificuldades financeiras que o país enfrenta para implantar estas unidades sanitárias, uma das estratégias do Governo foi revitalizar os cuidados primários de saúde."

Emiliana Muatenlero, administradora do distrito de Mecula, que assistiu recentemente à graduação de vinte agentes naquele distrito, afirma que o acesso das comunidades que vivem em locais longínquos aos serviços básicos de saúde "está para breve".

"Vamos promover a saúde comunitária através de um trabalho de higiene individual e coletiva, prestação de primeiros socorros, reconhecimento de sintomas e doenças comuns e providenciar a transferência dos doentes graves para as unidades sanitárias mais próximas", destacou a administradora.

Centro de Saúde Cheia-Cheia, no NiassaFoto: DW/M. David

Juntar-se à causa para salvar vidas

António João, agente polivalente de saúde, diz que a tarefa não é fácil, mas vale a pena juntar-se à causa para salvar vidas e sensibilizar as comunidades no combate às doenças endémicas.

"Iremos para o terreno lutar contra a malária, as diarreias e as infeções respiratórias agudas", afirma. "Comprometemo-nos a promover a saúde e a prevenir doenças em conjunto com os líderes comunitários."

Neste momento, o setor da saúde no Niassa conta com cerca de 345 agentes polivalentes, espalhados por todos os distritos da província.

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