Desapareceu um membro da RENAMO na província moçambicana da Zambézia. Trata-se de Jonathan Suleimane, chefe de programas na delegação provincial. Familiares temem que tenha sido raptado por motivos políticos.
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Jonathan Suleimane está desaparecido desde sexta-feira passada (11.05), mas só agora o caso foi tornado público. O pai, Eugénio Suleimane, diz que primeiro pensou que o jovem tinha saído com amigos. Mas, com o passar dos dias, ficou preocupado.
"Primeiro fui aos hospitais. Fui à primeira, segunda, terceira e quarta esquadras de Quelimane à procura".
A família teme que Jonathan Suleimane tenha sido raptado por ser membro da RENAMO. Segundo o pai, o jovem já tinha recebido ameaças de desconhecidos por telefone.
"Em Setembro do ano passado, ele falou-me que por causa de ser membro da RENAMO estava a receber ameaças de pessoas que não conhecia. Nesse preciso momento, entreguei tudo as autoridades. Estou à espera das investigações dos serviços nacionais de investigação criminal."
Famliares de membro da RENAMO desaparecido falam em rapto
Amigos procuram em vão, polícia não sabe de nada
O presidente da Liga da Juventude da RENAMO em Quelimane, José Macuvá, também está preocupado com o desaparecimento, sobretudo depois de vários membros do partido serem ameaçados a seguir às cerimónias fúnebres de Afonso Dhlakama, na semana passada.
"Naquele dia de sexta-feira, saiu de casa dele. No sábado, quando nos apercebemos, como é um um colega e amigo, saímos e começámos a fazer as buscas. Até agora, não temos a certeza do que aconteceu. Já fomos às casas mortuárias dos hospitais, tentámos vasculhar todas as artérias da cidade e até agora não temos informação do paradeiro dele", conta Macuvá.
O porta-voz da Polícia da República de Moçambique na província da Zambézia, Miguel Caetano, disse que ainda não teve conhecimento da ocorrência, no comando provincial. O porta-voz não afasta a possibilidade de rapto, mas refere que pode haver outras explicações para o desaparecimento do membro da RENAMO.
"Nós estivemos reunidos. Em momento algum se falou disso. Até pode não ser rapto", considera Miguel Caetano.
Contudo, o pai de Jonathan Suleimane indicou que já deu conhecimento do desaparecimento, numa esquadra da polícia, e que o processo foi enviado para a divisão de investigação criminal.
Eleições intercalares em Nampula
Já teve início em Nampula, norte de Moçambique, o ato eleitoral que elegerá o sucessor de Mahamudo Amurane. As eleições decorrem até às 18h00 e contam com cerca de 300 mil eleitores e cinco candidatos nos boletins.
Foto: DW/S. Lutxeque
Munícipes chegam cedo
Um pouco por toda a província, os munícipes responderam positivamente ao apelo da CNE para votarem o mais cedo possível e começaram a marcar lugar nas filas para as assembleias de voto duas horas e meia antes da abertura das urnas. As urnas estão abertas até às 18:00, com 296.590 eleitores inscritos e cinco candidatos nos boletins de votos.
Foto: DW/S. Lutxeque
Atrasos na abertura das urnas
Sete horas da manhã desta quarta-feira (24.01.) era o horário previsto para a abertura das 54 assembleias de voto, mas algumas só começaram a funcionar uma ou duas horas mais tarde. Os atrasos registaram-se nos postos de votação instalados nas escolas de Muthita, 12 de Outubro, Mpuecha, Namicopo e Nahene, entre outros.
Foto: DW/S. Lutxeque
Denúncia de ilegalidades
Durante a manhã, Mário Albino, candidato do movimento AMUSI, denunciou a presença "de novos eleitores que não constam nos cadernos eleitorais". As declarações foram feitas depois de ter ido votar. Mário Albino mostrou-se satisfeito e confiante na vitória. Para estas eleições, foram credenciados 1200 observadores nacionais e internacionais e cerca de 150 jornalistas nacionais.
Foto: DW/S. Lutxeque
CNE garante normalidade no processo
Daniel Ramos, presidente da Comissão Provincial de Eleições, negou as acusações. Segundo este responsável, o processo eleitoral está a decorrer sem problemas. Sobre o atraso na abertura de mesas da assembleia de voto, Daniel Ramos explica que ficou a dever-se às chuvas que caíram durante a noite de ontem e início desta manhã.
Foto: DW/S. Lutxeque
Falta de material
Também a plataforma de observadores eleitorais que acompanha o processo denunciou, à margem de uma conferência de imprensa, algumas irregularidades na abertura das eleições. Entre elas, a falta de material de votação. Segundo a organização, 57% das 401 assembleias de voto abriram à hora estipulada. As restantes abiriram com um atraso de cerca de uma/duas horas.
Foto: DW/S. Lutxeque
Assembleia de voto encerrada
A votação foi interrompida na Escola Comunitária de Malimusse. Membros do MDM paralisaram o processo devido a erros nos cadernos eleitorais. Luísa Morroviça (na foto), fiscal do MDM, afirma que o seu partido “não vai admitir brincadeiras do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral. A assembleia de voto em causa já admitiu o problema e confirma que a votação está interrompida desde manhã.
Foto: DW/S. Lutxeque
Cinco candidatos na corrida
Disputam o cargo de presidente do Município de Nampula Carlos Saíde do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Amisse Cololo da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Paulo Vahanle da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Filomena Mutoropa do Partido Humanista de Moçambique (PAHUMO) e Mário Albino Muiquissince da Ação Movimento Unido Para Salvação Integral-Nampula (AMUSI).
Foto: DW/S. Lutxeque
Mandato curto
O MDM venceu as últimas eleições, em 2013, com 53,84% dos votos e a FRELIMO, que lidera o Governo em Moçambique, arrecadou 41,04%. Na altura, a RENAMO boicotou as autárquicas. Para além de contarem com mais candidatos, estas eleições diferenciam-se ainda pelo curto mandato que vão ditar, uma vez que as eleições autárquicas em Moçambique estão marcadas para 15 de outubro deste ano.