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"Acordo de Apoio”, a saída airosa do PAIGC e Pai-Terra Ranka

3 de novembro de 2025

Caça ao voto para legislativas e presidenciais de 23 de novembro entrou esta segunda-feira no terceiro dia. É marcada pelo apoio formal do PAIGC e da PAI–Terra Ranka ao candidato presidencial independente Fernando Dias.

Fernando Dias (à direita), político apoiado pelo PAIGC e Pai-Terra Ranka nas presidenciais de novembroFoto: Djaruatu Balde

A campanha eleitoral para as eleições legislativas e presidenciais de 23 de novembro na Guiné-Bissau entrou esta segunda-feira no terceiro dia, marcada pelo apoio formal do PAIGC e da coligação PAI–Terra Ranka ao candidato presidencial independente Fernando Dias.

O "Acordo de Apoio” oficializa a colaboração entre as diretorias de campanha eleitoral e estabelece compromissos para reforçar a fiscalização do processo eleitoral e promover reformas constitucionais e judiciais no país.

Muniro Conté, porta-voz do PAIGC, partido libertador, leu o teor do documento, sublinhando a vontade conjunta de "restabelecer a normalidade constitucional e modernizar a administração pública”.

"O PAIGC e o candidato Fernando Dias da Costa comprometem-se: Dispor e garantir a articulação das diretorias de campanha, em particular, acompanhar o processo de fiscalização das eleições presidenciais, trabalhar no sentido da reposição da normalidade constitucional na Guiné-Bissau, promover e assegurar as reformas estruturai, visando à revisão da Constituição da República e demais leis, à reestruturação e à independência do setor judicial e a modernização da Administração Pública", disse.

O acordo, assinado em Bissau, surge depois de o PAIGC e o seu líder, Domingos Simões Pereira, terem sido excluídos do processo eleitoral por decisão do Supremo Tribunal de Justiça.

Enquanto isso, o Presidente Umaro Sissoco Embaló, candidato à reeleição, prossegue a campanha no norte do país, enquanto outros concorrentes concentram atividades em Bissau, com visitas e arruadas nos bairros da capital.

Eleições já votadas?

Para o jornalista Bacar Camará, a exclusão de vários candidatos compromete a credibilidade do processo eleitoral e nota que "pela primeira vez na história [democrática da Guiné-Bissau] não há concorrência e nas eleições".

Neste contexto Camará protesta: "E eu classifico estas eleições como boletins já votados, porque já sabemos em relação às legislativas porque não há concorrência. No entanto, espero que em relação às eleições presidenciais, que talvez algo possa mudar".

Ao todo, 12 candidatos disputam as presidenciais e 14 formações políticas — 13 partidos e uma coligação — concorrem àAssembleia Nacional Popular.

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Esta é apenas a segunda vez que um Presidente em funções tenta a reeleição. José Mário Vaz foi o primeiro, em 2019, mas ficou em quarto lugar. Agora é a vez de Embaló testar a sua força, num universo de doze candidatos às presidenciais e catorze formações políticas nas legislativas.

Mas Bacar Camará está cético e não espera mudanças com essas eleições. Recorda que "o [atual] poder tem tudo, faz o que lhe apetece, determina o que quer e tem a benção do poder militar e de forças de segurança".

Num jeito conformista afirma: "O povo só tem que aguardar, porque também não reclama nem reivindica. Não vejo outra alternativa, senão a continuidade deste regime".

Foco na reconstrução da democracia

Até agora, a campanha decorre semincidentes, mas como é habitual, os discursos tendem a subir de tom à medida que o dia da votação se aproxima.

À DW, a coordenadora da Rede Oeste Africana para a Edificação da Paz, Denise dos Santos Indeque, apela a um debate mais responsável: "Dividir a população porque queremos algum benefício político não ajudará o próprio partido ou candidato [presidencial] no processo de reconstrução do país depois das eleições".

"[Deve-se] focar no ideal, que é a reconstrução da democracia guineense e da paz na Guiné-Bissau", defende.

A 23 de novembro, a Guiné-Bissau realiza pela quarta vez eleições legislativas e presidenciais em simultâneo, depois de 1994, 1999 e 2014.

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