Gianni Infantino quer deixar marca como presidente da FIFA. O suíço que sucedeu a Joseph Blatter como líder da maior confederação desportiva do mundo pretende alargar o âmbito e o alcance das principais competições.
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Uma das principais mudanças do seu mandato é o alargamento de 32 para 48 vagas nas fases finais de Campeonatos do Mundo, que deverão igualmente passar a ser organizadas por mais do que um país. Confrontado com atribuições polémicas dos Mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar, Infantino quer transparência nos processos de escolha e o maior consenso possível em relação às futuras opções da Federação Internacional de Futebol (FIFA).
Três anfitriões pela primeira vez na história
O Mundial de 2026 terá, portanto, um novo figurino competitivo. Três países organizadores - o que sucede pela primeira vez na história de quase cem anos de prova - e 48 seleções presentes na fase final, o que permite a confederações continentais menos representadas garantir mais lugares e, por conseguinte, maior visibilidade internacional aos seus filiados.
As atenções voltam-se para os Estados Unidos da América (EUA), o Canadá e o México, as nações da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas) que bateram Marrocos na corrida à organização do Mundial 2026.
Os EUA organizaram pela última vez a prova em 1994, enquanto o México já não a recebe desde 1986, e o Canadá é estreante na competição máxima da FIFA.
Africanos e asiáticos: os mais favorecidos
A África e a Ásia são os continentes mais favorecidos pela nova distribuição de lugares disponíveis para cada confederação continental. A Confederação Africana de Futebol (CAF) passa a contar com nove seleções qualificadas, contra as cinco que atualmente a representam, enquanto a Ásia dobra os seus países (de quatro para oito nações na fase final).
Dois continentes fundamentais no processo eleitoral que conduziu Infantino à liderança da FIFA veem, assim, retribuído o seu apoio ao atual presidente. Já a América do Sul, atualmente com quatro (ou cinco) representantes nas fases finais de Mundiais, altera o seu contingente para seis, passando a Oceânia a eleger diretamente uma seleção, quando, nesta altura, o seu qualificado tinha sempre de disputar um "play-off" intercontinental com o quinto classificado da Confederação de Futebol da América do Sul (CONMEBOL).
A Europa vê o número de equipas oriundas da União das Federações Europeias de Futebol (UEFA) aumentar de 13 para 16, ficando ainda por definir, para cada edição do Mundial, se os países anfitriões terão (ou não) de disputar a fase de qualificação.
16 cidades receberão Mundial 2026
Numa primeira fase, os três países organizadores do Mundial 2026 indicaram já um conjunto de cidades disponíveis para receber a competição. Pelo Canadá surgem na lista Toronto, Edmonton e Montréal, e pelo México Monterrey, Guadalajara e a Cidade do México. Quanto aos EUA, apresenta 17 propostas de costa a costa, com realce para Los Angeles, Miami, Nova Iorque, Boston e Washington. Porém, este é um processo que levará ainda algum tempo a concluir, sendo certo que apenas 10 cidades farão parte do lote final.
Serão formados 16 grupos de três seleções cada, com as duas primeiras classificadas a seguirem em frente para uma fase a eliminar, que se iniciará pelos 1/16 avos-de-final, seguindo-se os oitavos, quartos e meias-finais, até ao jogo decisivo. Portanto, e apesar do aumento de 50 por cento no número de equipas presentes na fase final, as formações que atingirem a final disputarão sete jogos, exatamente os mesmos que realizam no atual modelo da competição, que ainda se implementará em novembro e dezembro de 2022, no Mundial do Qatar.
As estrelas e desilusões do Mundial 2018
A França venceu a 21ª edição do campeonato do mundo de futebol, organizado pela FIFA. Saiba quem brilhou e quem desiludiu no Mundial da Rússia.
Foto: REUTERS
Melhor Jogador - Luka Modrić
Luka Modrić foi o melhor jogador do Mundial de 2018. O médio croata de 32 anos, tricampeão europeu pelo Real Madrid, foi o grande responsável pela caminhada histórica da Croácia até à final. Tatica e tecnicamente, Modrić continua ao mais alto nível. Dois golos e uma assistência direta para golo, mas o futebol croata foi pensado pela cabeça de Modrić, o cérebro da equipa. Prémio mais que justo.
Foto: Reuters/K. Pfaffenbach
Melhor Jogador Jovem - Kylian Mbappé
Kylian Mbappé, o "tartaruga ninja", foi eleito, com justiça, o melhor jogador jovem do Mudial de 2018. Com apenas 19 anos, Mbappé é a segunda maior transferência do futebol mundial (custou 180 milhões de euros ao PSG), campeão do mundo pela França e o melhor jovem do Mundial, com 4 golos. A época de 2017/18 foi de sonho para uma das maiores, ou até mesmo, maior promessa do futebol mundial.
Foto: REUTERS
Melhor Marcador - Harry Kane
Depois do desgosto de perder a meia-final no prolongamento para a Croácia, e o terceiro lugar, para a Bélgica, Kane deverá ser uma das poucas memórias positivas que a Inglaterra traz do Mundial da Rússia. O avançado de 24 anos do Tottenham Hotspur, fez seis golos em seis jogos, e ganha o prémio de melhor marcador do Mundial. Kane igualou o feito da lenda inglesa, Gary Lineker, no Mundial de 1986.
Foto: Reuters/D. Martinez
Melhor Guarda-Redes - Thibaut Courtois
Thibaut Courtois foi o guarda-redes que mais interveio neste Mundial 2018. O guardião belga, de 1.99cm, fez 27 defesas, em sete jogos, o que representa uma média de 81.8% de eficácia de defesas. A Bélgica sofreu seis golos na competição, e a solidez defensiva deve-se, em grande parte, a Courtois, que defendeu várias bolas para golo, que podiam ter impedido o belo percurso da Bélgica neste Mundial.
Foto: Reuters/M. Dalder
Desilusão - Alemanha
Campeã do mundo em 2014, e a segunda seleção com mais títulos mundiais, 4 (a par da Itália), era díficil prever que a Alemanha fizesse história... pela negativa no Mundial 2018. "Die mannschaft" ficou em último lugar do grupo D, e, pela primeira vez, foi eliminada na fase de grupos de um campeonato do mundo de futebol. Uma atuação humilhante e que deixou muito a desejar, de uma seleção campeã.
Foto: Reuters/M. Dalder
Melhor Ataque - Bélgica
A Bélgica praticou um futebol ofensivo e cativante no Mundial da Rússia. Os 16 golos marcados, em sete jogos, dão uma média de dois golos por jogo, dos belgas. Romelu Lukaku marcou quatro desses 16 golos e foi o segundo melhor marcador deste Mundial 2018. No entanto, foi Eden Hazard quem mais contribuiu para a produção ofensiva da Bélgica. Três golos e duas assistências.
Foto: Reuters/T. Hanai
Jogos com mais golos
Bélgica e Tunísia protagonizaram o jogo com o maior número de golos marcados no Mundial 2018. No segundo jogo do Grupo G, os belgas venceram a seleção africana por 5-2. No entanto, um dia depois, a Inglaterra goleou o Panamá por 6-1 e igualou a marca dos sete golos.
Foto: Reuters/A. Gea
Alarme Africano
O Mundial de 2018 deve servir de exemplo, a não repetir. O continente africano teve cinco representantes no campeonato do mundo, na Rússia. Egito, Marrocos, Nigéria, Senegal e Marrocos, nenhuma destas seleções conseguiu passar da fase de grupos do Mundial. Este fator deveria preocupar o futebol africano. O talento e a experiência de grandes equipas estão lá. Talvez, falte querer "ser grande".