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Nyusi apela que se evite o pânico face a ataques terroristas

16 de dezembro de 2021

Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, apelou, no seu discurso sobre o estado da nação, que se evite o pânico face aos ataques terroristas que estão a ser protagonizados na província do Niassa, norte de Moçambique.

Mosambik Pemba | Filipe Nyusi
O Presidente moçambicanao Filipe Nyusi.Foto: DW

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, apelou à população para não entrar em pânico face ao alastramento dos ataques armados na província nortenha do Niassa.

Fazendo a radiografia do estado da nação nesta quinta-feira (16.12), Nyusi apresentou alguns detalhes sobre as operações militares recentes na província.

Nyusi disse no seu informe anual sobre o estado da nação, no Parlamento, que quando há uma situação desta natureza, "deve-se enfrentar, e não ficar agitado".

"Quando apelamos, há pessoas que se enervam. E já as Forças de Defesa e Segurança controlavam esses homens, como não só para essa direção".

População deslocada, vítima dos ataques terroristas no norte de MoçambiqueFoto: Roberto Paquete/DW

Tranquilizar a população

Para tranquilizar a população, Nyusi anunciou a neutralização de seis homens que fugiram de Cabo Delgado, nos dias 7 e 8 de dezembro, que se dirigiam ao Niassa, com armas brancas.

Os grupos armados tentaram, segundo o chefe de Estado, avançar com grande envergadura para a zona de Mecula, depois de terem passado pelo distrito de Muembe.

Para Filipe Nyusi a fuga dos terroristas para outras fronteiras tem uma explicação, é algo que precisa "ser encarado como resultado da pressão que as Forças de Defesa e Segurança estão a fazer", disse.

"Pode não ser a última direção do posto, daí costumamos dizer vigilância já, porque o terrorismo não tem fronteiras", acrescentou.

O chefe de Estado moçambicano lembrou que, de 1 de janeiro a 30 de novembro deste ano, o exército moçambicano, com o apoio de Forças do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), provocaram a deslocação de grupos de insurgentes e desativaram bases em Cabo Delgado.

Nyusi assegurou que o Ruanda não "pediu uma recompensa" pelo envio de um contingente militar para o combate aos grupos armados.

Forças Armadas de Defesa de Moçambique, no norte do paísFoto: Estácio Valoi/DW

Ações prosseguem

Segundo Filipe Nyusi, prosseguem as ações de perseguição aos terroristas. "As operações conjuntas e combinadas entre as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, as Forças da SADC e do Ruanda têm registado progressos assinaláveis", afirmou.

Com "o impacto imediato na capacidade combativa dos terroristas, alimenta-se as esperanças da população deslocadas de retomar às zonas de origem", acrescentou.

Sobre o terrorismo no Niassa, o analista Baltazar Fael entende que deve haver muita informação para apurar se são, ou não, os mesmos homens que aterrorizaram Cabo Delgado.

"É preciso que haja mais informação. Só se combate o terrorismo se, de fato, as forças de segurança tiverem informação suficiente de que quem são as pessoas", alertou.

Este é o sétimo informe de Filipe Nyusi sobre o estado da nação, e marca o penúltimo dia dos trabalhos parlamentares de 2021.

O receio da "iraquização" de Cabo Delgado

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