Nyusi defende crescimento económico sustentável para SADC
Lusa
11 de agosto de 2020
Presidente de Moçambique, país que assume na próxima segunda-feira a presidência em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, considera democracia participativa um pré-requisito essencial na região.
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"Volvidos 40 anos de existência da nossa organização [SADC], continuamos a envidar esforços para alavancar o crescimento económico que seja sustentável e equitativo para os cidadãos dos Estados-membros", lê-se numa mensagem de Filipe Nyusi por ocasião da 40.ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo e do 40.º aniversário da fundação da SADC.
Para o chefe de Estado moçambicano, o crescimento económico sustentável e equitativo na região passa por uma abordagem de integração democrática e participativa, um "pré-requisito essencial" para o desenvolvimento de uma cadeia de valores regional.
Moçambique assume, na próxima segunda-feira (17.08), a presidência em exercício da Comunidade na cimeira anual da organização, que este ano decorre em formato virtual por causa da pandemia de Covid-19.
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"Esta cimeira coincide com as comemorações do 40.º aniversário da fundação da nossa organização regional, e ocorre num contexto e circunstâncias em que os nossos países precisam de redobrar os esforços com vista à implementação da Estratégia e Roteiro de Industrialização, o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as metas definidas na Agenda 2063 da União Africana", refere, na mensagem, o chefe de Estado moçambicano.
As reuniões arrancaram esta segunda-feira (10.08) com o encontro do Comité Permanente de Altos Funcionários da SADC e encerram na sexta-feira (14.08), com a cimeira da 'troika' que gere a organização.
Cimeira na próxima segunda-feira
A atual 'troika' da SADC é constituída por John Magufuli, Presidente da Tanzânia, como atual Presidente em exercício da SADC, pelo seu antecessor, Hage G. Geingob, chefe de Estado da Namíbia, e por Filipe Nyusi, na qualidade de novo Presidente da comunidade regional.
A cimeira de chefes de Estado e de Governo decorre na próxima segunda-feira (17.08). Moçambique acolheu pela última vez uma cimeira da SADC em 2012, sob a presidência do antigo chefe de Estado Armando Guebuza.
As cerimónias de abertura e encerramento da cimeira serão transmitidas em direto pela Televisão de Moçambique (TVM).
A SADC é uma organização integrada por 16 Estados-membros estabelecida em 1980, como Conferência de Coordenação do Desenvolvimento da África Austral (SADCC) e, mais tarde, em agosto de 1992, transformada em Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
A organização visa promover o crescimento e desenvolvimento socioeconómico da região com o objetivo de assumir "um papel mais competitivo e efetivo nas relações internacionais e na economia mundial".
África do Sul, Angola, Botsuana, Comores, República Democrática do Congo, Essuatíni, Lesoto, Madagáscar, Ilhas Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué são os Estados-membros da SADC.
Maputo tenta reorganizar comércio informal
As autoridades da capital moçambicana e da província de Maputo estão a remover os vendedores ambulantes dos passeios e a instalar o comércio informal nos mercados. Mas muitos resistem.
Foto: DW/R. da Silva
Vendedores informais são retirados das ruas
Na cidade de Maputo e nas sedes distritais da província, muitos vendedores informais foram colocados dentro dos mercados. O comércio nos passeios está a diminuir. Algumas avenidas na baixa Maputo costumavam ser tomadas pelo comércio informal, o que inviabilizava a circulação. Mas, com a ação da polícia, os carros agora ocupam os passeios.
Foto: DW/R. da Silva
Comércio local é reorganizado
Alguns locais da cidade de Maputo ainda continuam sob a alçada dos informais. O município de Maputo tenta reorganizar o comércio informal na tentativa de evitar que estes produzam mais lixo, joguem água no asfalto, entre outras práticas. Nesta imagem, uma mulher está a lavar os seus pertences jogando água suja no chão.
Foto: DW/R. da Silva
Os vendedores ambulantes resistem
Na saga da edilidade para retirar os informais das ruas da capital moçambicana e arredores, os ambulantes ainda resistem por causa da natureza do seu negócio. Os vendedores continuam a exercer as suas atividades nas ruas e escondem o produto, tirando apenas quando querem mostrar ao cliente.
Foto: DW/R. da Silva
Os vendedores ambulantes resistem
Na saga da edilidade para retirar os informais das ruas da capital moçambicana e arredores, os ambulantes ainda resistem por causa da natureza do seu negócio. Os vendedores continuam a exercer as suas atividades nas ruas e escondem o produto, tirando apenas quando querem mostrar ao cliente.
Foto: DW/R. da Silva
Falta de espaço nos mercados
As mulheres ocupam o todo do comércio informal na capital Maputo. Com a ordem de deixarem os passeios, as vendedoras afirmam que a medida é boa, mas queixam-se da falta de outros espaços nos mercados. "Quando o município nos tirar daqui para o mercado, haverá confusão, porque não vamos caber", queixam-se estas três mulheres.
Foto: DW/R. da Silva
A caça pelos clientes
Muitos informais preferem estar fora do mercado para encontrar mais clientes, numa corrida em que os que perdem são aqueles que estão dentro dos mercados. É por isso mesmo que todos querem os passeios, porque são nestes locais de muito movimento de pessoas que procuram vender os seus produtos.
Foto: DW/R. da Silva
"Prefiro estar aqui no passeio"
Gilda Mário diz que já esteve a vender no interior do mercado de Polana Caniço, mas a diferença está na avalanche de clientes. "Os meus produtos chegaram a apodrecer por falta de clientes. Mesmo agora que as pessoas estão em casa por causa da Covid-19 eu faço algum dinheiro para poder dar de comer às crianças", afirma.
Foto: DW/R. da Silva
Informais querem espaços adequados
Rita e Celeste dizem-se felizes por venderem no passeio da avenida Julius Nyerere, no mercado informal de Xikeleni. Estas moçambicanas consideram a atitude do município injusta, porque não mostra os locais onde podem caber todos os informais. "Enquanto todos estivermos aqui, dificilmente alguns irão aos mercados. Tem de ser todos e num único espaço", afirmam.
Foto: DW/R. da Silva
Barracas vazias
Estas barracas construídas para os informais pelo município de Maputo estão abandonadas, porque os vendedores preferem ir à rua para estar perto dos clientes. Estas bancas só voltam a ser ocupadas quando a polícia municipal atua de forma severa.
Foto: DW/R. da Silva
Perdidos na periferia
São muitos os mercados nos bairros na periferia de Maputo, que estão vazios. Este espaço em Laulane, a 7 quilómetros da capital, está reservado para os informais que ocupavam os passeios da baixa de Maputo. Muitos vendedores saem destes bairros para exercer o comércio na baixa. Por isso, quase todos os bairros têm mercados que podem evitar deslocações de informais para longe da sua jurisdição.
Foto: DW/R. da Silva
Praia sem vendedores informais
Esta é a zona da praia da Costa do Sol. Devido à pandemia, o Governo proibiu a venda informal nesta zona para evitar aglomerados. O município de Maputo está a ser criticado pela forma como está a tratar os informais. Mas a ideia é encontrar novas formas para dar uma outra beleza à praia da Costa do Sol. Os informais desta zona da praia vão ser colocados ao lado do mercado do Peixe.
Foto: DW/R. da Silva
Ruas livres
Na sede distrital de Magude, a 160 quilómetros do centro de Maputo, os informais estão a obedecer as ordens das autoridades. Os vendedores livraram os passeios e todos foram ao mercado. Os táxis que tinham que disputar os espaços com os informais estão a exercer a sua atividade sem riscos.
Foto: DW/R. da Silva
Comércio reorganiza-se
Este é o mercado da vila sede do distrito de Marracuene, a 30 quilómetros de Maputo. Dentro do mercado, estão alguns informais que foram retirados da EN1, que liga o sul ao norte de Moçambique, para reorganizar o comércio na vila.