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Filipe Nyusi para insurgentes: A "paciência está a acabar"

Lusa
7 de setembro de 2024

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apelou aos líderes dos insurgentes que protagonizam ataques na província de Cabo Delgado, norte do país, para se renderem, avisando que a "paciência está a acabar".

Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique
Presidente moçambicano apela aos líderes dos insurgentes que protagonizam ataques em Cabo Delgado para se renderemFoto: FILIPE AMORIM/AFP/Getty Images

“Sabemos os nomes de alguns deles [dos líderes], devem entregar-se agora, porque a paciência está a acabar, e pode ser tarde, porque já terão destruído muita coisa”, disse Filipe Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava na cidade da Matola, província de Maputo, durante o discurso alusivo ao 50.º aniversário dos Acordos de Lusaka, assinados em 07 de setembro de 1974 entre a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e o Governo colonial português, para a independência de Moçambique, proclamada em 25 de junho de 1975.

Filipe Nyusi avançou que, no dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), em 25 de setembro, poderá voltar a divulgar os nomes dos cabecilhas dos “terroristas” que atuam na província de Cabo Delgado, norte do país, tal como fez em ocasiões anteriores.

Nyusi elogiou os veteranos da guerra colonial, que “voltaram a pegar em armas”, como “força local”, no combate aos rebeldes em Cabo Delgado.

“Os nossos veteranos, estruturados em força local, ao longo dos distritos atingidos pelo terrorismo, decidiram voltar a pegar em armas para combater um novo inimigo, apesar da idade avançada”, declarou o chefe de Estado moçambicano.

A ação conjunta das forças governamentais de Moçambique, Ruanda e da África Austral conseguiu desmantelar as bases dos grupos armados e a fuga dos insurgentes, prosseguiu.

Filipe Nyusi avançou que, no dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique poderá voltar a divulgar os nomes dos cabecilhas dos "terroristas"Foto: Delfim Anacleto/DW

Moçambique avançou mas enfrenta desafios

Este sábado (07.09), Filipe Nyusi disse ainda que o país registou avanços nas áreas social e económica, depois da independência nacional, em 1975, mas enfrenta desafios que exigem coragem e determinação.

“Hoje, Moçambique é uma nação em constante evolução, registando avanços em áreas como educação, saúde e infraestruturas”, afirmou o Presidente moçambicano, falando na cidade da Matola, província de Maputo, na presença de centenas de convidados.

O país, prosseguiu, tem alcançado um nível de desenvolvimento face a vários constrangimentos, o que mostra a resiliência e trabalho árduo do povo moçambicano.

Filipe Nyusi apontou a expansão da rede de energia, água, ensino e cuidados de saúde nos distritos como progressos atingidos com a independência nacional.

“Não somos homens de teorias, o distrito, como polo de desenvolvimento, tem que ser com atos”, declarou Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano afirmou que o país precisa de assegurar um desenvolvimento sustentável e trabalhar na consolidação da paz, porque tem sido assolado por conflitos armados e calamidades naturais.

Qualificou de “dívida impagável” o sacrifício suportado pelos nacionalistas que lutaram contra o colonialismo português, até à assinatura dos Acordos de Lusaka, que abriram o caminho para a declaração da independência nacional em 25 de junho de 1975.

Filipe Nyusi realçou que a vitória das antigas colónias também resultou no triunfo do povo português contra o então regime fascista e repressivo.

No âmbito das comemorações da efeméride de hoje, Nyusi condecorou 1.572 pessoas “em reconhecimento da sua participação ativa na luta de libertação da pátria moçambicana, nas frentes da luta armada ou clandestina, do combate diplomático e da informação e propaganda, da batalha pelo triunfo da independência”.

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