“Watu Wote”, da alemã Katja Benrath, está nomeado para Melhor Curta Metragem nos Óscares deste ano. O filme retrata a solidariedade vivida entre muçulmanos e cristãos durante um ataque do Al Shabaab a um autocarro.
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Um filme produzido no Quénia, inspirado no ataque terrorista a um autocarro em Mandera, em dezembro de 2015, foi nomeado para a nonagésima edição dos Óscares, que se realiza a 4 de março em Los Angeles. "Watu Wote- All of us” está nomeado para melhor Curta-Metragem e é um projeto de três estudantes alemães, dirigido por Katja Benrath.
Inspirada numa história verídica, a ação de "Watu Wote” – que significa em suaíli "Todos nós” - desenrola-se, na véspera de Natal, numa área tomada pelos terroristas islâmicos, perto da fronteira com a Somália. Durante uma viagem de autocarro, os passageiros são surpreendidos pelos militantes do Al Shabaab que os forçam a deixar a viatura e a dividir-se em grupos: muçulmanos para um lado e cristãos para o outro. Já fora do autocarro, os passageiros recusam-se a fazer esta divisão, mesmo depois dos terroristas já terem morto a tiro algumas pessoas.
Nomeação surpresa
Com vinte e dois minutos, este é um filme dirigido pela alemã Katja Benrath e que já venceu prémios em mais de 40 festivais de cinema em todo o mundo. Ainda assim, Antony Ndungu, um dos atores que interpretou o papel de um dos homens do Al Shabaab, afirma que a equipa ficou surpresa com a nomeação para os Óscares. "Era um filme produzido por estudantes de Hamburgo, pensámos que seria um filme pequeno que iria passar em festivais e por isso ficámos surpresos”, conta o ator. Apesar de terem já vencido vários prémios internacionais, "ser nomeados para os Óscares superou as expetativas”, acrescenta.
Óscares: Filme que retrata ataque terrorista nomeado
O ator, que interpretou também o papel principal numa das radionovelas do Learning by Ear -Aprender de Ouvido da DW, espera agora que a exposição que o filme terá com esta nomeação para os Óscares faça com que a mesma história possa ser contada, com mais detalhes, numa longa-metragem.
Antony Ndungu afirma ainda que para além de "comovente”, a história de "Watu Wote” é "muito relevante” pois retrata um dos grandes problemas atuais do Quénia, a segurança. Ainda mais, nesta parte do país, onde sucedem "explosões e ataques de granada”. "Esperamos que este filme sirva pelo menos para o Governo fazer algo. Depois dos ataques, nunca acontece nada. A segurança tornou-se um problema muito importante e tem-se estado a deteriorar no país”, afirma.
Filme "autêntico”
Nas palavras de Katja Benrath, "Watu Wote” é um filme "autêntico” e que pretende sensibilizar os espetadores. Durante a sua viagem de prospeção ao Quénia, Katja Benrath e sua equipa conversaram com testemunhas do ataque, jornalistas e artistas quenianos. Só depois surgiu o guião. No seu site, a diretora da curta-metragem explica que o seu objetivo é "contar histórias de maneiras diferentes”. O que mais desejo é poder ser uma ajuda levando esta história ao mundo junto com as pessoas que a viveram ou vivem todos os dias”, lê-se.
Juntamente com Felix Striegel, Julia Dragon, Tobias Rosen e uma equipa de cinema queniana, Benrath produziu "Watu Wote". Esta é já a sua sexta curta-metragem. As filmagens decorreram em 2016 em Nairobi, Mwingi e Magadi durante 11 dias.
Estado Islâmico destrói Património Mundial
Palmira foi em tempos uma cidade próspera no meio do deserto. Mas a ira dos extremistas do Estado Islâmico deixou-a em ruínas. Outros patrimónios da humanidade tiveram um destino parecido: por exemplo Tombuctu, no Mali.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Antes e depois dos radicais
Resta pouco da antiga cidade-oásis de Palmira, Património da Humanidade: as termas, as avenidas de colunas e os templos majestosos foram destruídos. Em 2015, os extremistas do Estado Islâmico deitaram abaixo o templo de Baal. O fotógrafo libanês Joseph Eid mostra uma fotografia de 2014 em frente às ruínas - as imagens de Eid estão em exposição no Museu Kestner, em Hanover, no norte da Alemanha.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Destroços por todo o lado
Outras zonas de Palmira também foram destruídas pelos radicais do Estado Islâmico, que saquearam a cidade. Estas fotografias foram tiradas em março de 2016. Por enquanto, ainda não se fala em reconstruir Palmira.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Militares protegem Palmira
As tropas governamentais sírias reconquistaram Palmira. E, diariamente, desde março de 2017, militares patrulham as ruínas da cidade contra novos ataques dos radicais do Estado Islâmico. A imagem mostra os destroços do antigo Arco do Triunfo, que foi destruído quase por completo.
Foto: REUTERS/O. Sanadiki
Tombuctu, no Mali
Estes minaretes de argila, típicos do Mali, foram destruídos pelos extremistas do Estado Islâmico em 2012. Entretanto, foram reconstruídos à imagem dos antigos edifícios históricos. O Tribunal Penal Internacional, em Haia, instaurou um processo contra um extremista devido à destruição do Património Mundial.
Foto: picture-alliance/dpa/E.Schneider
Mar Elian, na Síria
O antigo mosteiro de Mar Elian, construído por cristãos a sudeste da cidade de Homs, foi em tempos um edifício magnífico, reconhecido pela UNESCO como Património da Humanidade. Mas militantes do Estado Islâmico também destruíram o mosteiro.
Foto: picture-alliance/dpa/Islamischer Staat
Destruição e propaganda
Não é possível verificar integralmente a autenticidade desta cena. Esta é uma imagem retirada de um vídeo propagandístico do Estado Islâmico, que mostra alegadamente os muros do mosteiro de Mar Elian a serem destruídos por bulldozers. Entretanto, militares sírios reconquistaram a cidade de al-Qaryatain e o mosteiro deverá ser reconstruído.
Foto: picture-alliance/dpa
Hatra, no Iraque
No início de 2015, extremistas do Estado Islâmico também destruíram algumas zonas da antiga cidade de Hatra, ex-capital do primeiro reino árabe - a fotografia mostra a cidade antes do ataque. Também foram destruídas estátuas milenares da época dos assírios em Mosul, no norte do Iraque, e na antiga cidade de Nínive. A cidade histórica de Nimrud terá sido demolida com bulldozers.
Foto: picture-alliance/N. Tondini/Robert Harding
Bamiyan-Tal, destruída pelos talibãs
Em 2001, os talibãs, do Afeganistão, destruíram estátuas do Buda de Bamiyan, que foram esculpidas em arenito vermelho no século VI. Só ficaram as covas onde elas estavam. Agora, as estátuas de 50 metros estão a ser reconstruídas com impressoras 3D.