FMI: Economia moçambicana deve crescer entre 3,5% e 4%
Lusa
3 de agosto de 2018
Segundo previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia de Moçambique vai crescer entre 3,5% e 4% este ano, acelerando para 4% a 4,5% em 2019. E recomenda que o próximo Orçamento do Estado seja "realista".
Publicidade
"A perspetiva a curto prazo é de uma recuperação gradual e ampla na atividade económica", afirmou o chefe da Divisão do Departamento de África do FMI, Ricardo Velloso, em conferência de imprensa em Maputo, no final de uma visita ao país.
Em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) moçambicano cresceu 3,9%, assinalou o responsável. Segundo as previsões do FMI, a inflação ficará este ano abaixo de 6, 5%, descendo para 5,5% em 2019. As reservas internacionais líquidas vão manter-se a níveis confortáveis em 2018 e 2019, acrescentou.
O chefe da Divisão do Departamento de África do FMI referiu ainda que o desempenho da economia moçambicana neste e no próximo ano será "apoiada por reduções adicionais nas taxas de juro face ao cenário favorável da inflação".
Para 2019, o FMI prevê que a taxa de câmbio se mantenha estável, com o dólar a custar entre 58 e 60 meticais.
Orçamento "realista" para 2019
Ricardo Velloso disse que o FMI recomendou ao Governo moçambicano que o Orçamento do Estado para 2019 seja realista e com projeções de receita e despesa prudentes.
Face ao sobreendividamento que afeta o país, o FMI recomendou o Governo moçambicano a privilegiar donativos e crédito altamente concessional, defendendo que a emissão de garantias da dívida seja estrito e rigoroso.
Velloso disse que a missão do FMI visitou Moçambique a pedido do Governo, para uma discussão sobre a preparação da proposta do Orçamento do Estado para 2019.
O FMI está a dar apoio técnico a Moçambique, um país que tem enfrentado uma crise económica desde 2016, provocado pelo efeito combinado das calamidades naturais, queda do preço das matérias-primas no mercado internacional e descoberta de empréstimos a empresas públicas no valor de mais de dois mil milhões de euros.
"Tchovas": carrinhos de mão dinamizam economia em Maputo
Os "tchovas", termo local para carrinhos de mão de tração humana, servem vários propósitos na capital moçambicana. Como meio de transporte de carga, ou "stand" de venda, para muitos cidadãos, o "tchova" é imprescindível.
Foto: DW/Romeu da Silva
"Tchovas" percorrem ruas de Maputo
Tendencialmente, são os mais jovens que se dedicam ao transporte de carga diversa com um "tchova". Chegam a percorrer cinco quilómetros a pé, empurrrando o seu "tchova" para entregar a mercadoria. O preço a pagar depende da distância, rondando entre 60 e 200 meticais [entre 1 e 3 euros].
Foto: DW/Romeu da Silva
"Tchova" para fazer negócio na capital moçambicana
São vários os artigos vendidos pelos "tchovas" nas ruas e avenidas da capital Maputo. Assim, os clientes não precisam de se deslocar aos locais de venda habituais para encontrarem os produtos pretendidos.
Foto: DW/Romeu da Silva
Locais de negócio estratégicos
Muitos procuram locais estratégicos, com maiores aglomerações populacionais, como paragens ou terminais rodoviários e ferroviários para angariarem clientes, por exemplo, para o transporte de mercadoria.
Foto: DW/Romeu da Silva
Fila de "tchovas" no mercado de Benfica
Estes "tchovas" estão estacionados numa das bermas da EN-1, no bairro George Dimitrov, conhecido como Benfica. Dedicam-se à venda de produtos. O "tchova" é, por isso, um equipamento versátil, servindo para o transporte e como "loja". Aqui, também se podem alugar "tchovas".
Foto: DW/Romeu da Silva
Venda de "tchovas"
Em Maputo, também há quem se dedique à venda destes veículos de tração humana. Um "tchova" pode chegar a custar cerca de 1700 meticais [25 euros]. Na imagem, os "tchovas" prontos para serem vendidos.
Foto: DW/Romeu da Silva
"Tchovas" ajudam na recolha do lixo
Em muitos bairros periféricos, os "tchovas" ajudam também na recolha do lixo. Estes veículos recolhem o lixo nas residências, que depois carregam até às principais rodovias onde estão os contentores com maior capacidade para o lixo.
Foto: DW/Romeu da Silva
Mercadoria transportada num "tchova”
Tiago Matusse dirige o seu "tchova" para o local onde vai vender os seus produtos. Leva uma carga composta por diversos tipos de fruta.
Foto: DW/Romeu da Silva
Caminhos íngremes são um desafio
Bernardo Adolfo é vendedor ambulante. Transporta a carga arrumada no seu "tchova" desde a sua residência. Conta que o o maior constrangimento é puxar o "tchova" até ao mercado do Benfica, uma vez que precisa de enfrentar descidas íngremes. No final do dia, tem lucros entre 200 e 300 meticais [3 e 4 euros].
Foto: DW/Romeu da Silva
"Tchova" a ser carregado
A carga que cada "tchova" pode suportar depende da força da pessoa que o vai conduzir. Quando a carga é muito pesada, podem ser necessárias duas pessoas para transportar o "tchova".