FMI recomenda melhor gestão das contas públicas na Guiné-Bissau
29 de julho de 2014 A criação do Comité Conjunto de Tesouraria FMI-Governo visa sobretudo o saneamento das finanças públicas, como avançou à imprensa o chefe da missão de avaliação do Fundo, Maurício Villafuerte.
"A primeira medida é formular um orçamento de 2014 realista, consistente com a previsão de receitas e recursos financeiros disponíveis. Por outro lado, a gestão das finanças públicas deve ser reforçada através de reformas específicas que garantam a credibilidade dos agentes económicos", disse Villafuerte, no final da visita do FMI à Guiné-Bissau, que durou uma semana.
O ministro guineense da Economia e Finanças, Geraldo Martins, aplaudiu o consenso e diz que é urgente a criação de um programa com o Fundo Monetário Internacional para que os parceiros de desenvolvimento voltem a confiar no país.
"Eles sentir-se-ão mais confiantes em apoiar a Guiné-Bissau se tivermos um programa com o Fundo Monetário Internacional", disse o ministro. "Existem várias janelas no FMI que a Guiné-Bissau pode utilizar. Vamos tentar perceber qual a janela que nos pode facilitar rapidamente a adoção de um programa."
Crescimento após crise política
O ministro guineense da Economia e Finanças referiu que, até 2011, a Guiné-Bissau apresentava uma situação macroeconómica favorável que apontava para um crescimento na ordem de cinco por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Mas a situação "piorou bastante" depois do golpe de Estado de 2012.
Nesse ano, o PIB contraiu 1,5%. Em 2013, a economia guineense cresceu apenas 0,3%. Para este ano, o FMI prevê que o PIB cresça 2,7%. Um resultado que, segundo o ministro Geraldo Martins, "já é uma melhoria, embora ainda não seja suficiente para se garantir um crescimento económico sustentável."
O ministro aproveitou a ocasião para anunciar que Timor-Leste vai contribuir no pagamento dos salários em atraso na Função Pública que deverá ser realizado até setembro.