1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Força conjunta quer recuperar vila sede de Mocímboa da Praia

Lusa | mp
5 de agosto de 2021

Militares moçambicanos e ruandeses pretendem recuperar vila sede de Mocímboa da Praia que está há meses sob o controlo de insurgentes. Em Maputo, Nyusi recebe Presidente das Comores, onde há presença de jihadistas.

Mosambik Straßenschild am Abzweig in den Ort Quissenge
Foto: DW/A. Chissale

As forças conjuntas de Moçambique e Ruanda "controlam" áreas que haviam sido tomadas por insurgentes no distrito de Mocímboa da Praia e o objetivo agora é recuperar a vila sede, segundo fontes oficiais.

"A força moçambicana, com a parte irmã ruandesa, está a combater o terrorismo e vamos para frente", disse à comunicação social Aiuba Amade - um dos comandantes da Unidade de Intervenção Rápida da Polícia da República de Moçambique que está na localidade de Awassi, um dos pontos "importantes" dos rebeldes, recuperada nos últimos dias pela força conjunta.

Além de Awassi, a cerca de 50 quilómetros da vila sede, a força conjunta ocupou as posições dos insurgentes em Diaca, tendo apreendido material bélico dos rebeldes e abatido vários membros dos grupos armados, segundo uma fonte ligada ao Ministério da Defesa disse a agência Lusa.

A vila costeira de Mocímboa da Praia, por muitos apontada como "base" dos insurgentes, foi invadida e ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de março do ano passado numa ação reivindicada pelo grupo "Estado Islâmico". No final de junho de 2020, a vila sede foi palco de longos confrontos, o que levou à fuga de parte considerável da população.

Militares moçambicanos contam com o apoio de ruandeses para ofensiva a Mocímboa da PraiaFoto: Cyril Ndegeya/Xinhua/picture alliance

Radicalização nas Comores

Em Maputo, o Presidente Filipe Nyusi recebeu o chefe de Estado das Ilhas Comores, Azali Assoumani. Ambos abordaram a crise de segurança em Cabo Delgado.

Segundo escreve o especialista em violência política e terrorismo, Christian Jokinen, num artigo publicado em dezembro no Terrorism Monitor, da The Jamestown Foundation, o arquipélago das Comores já foi considerado um local improvável para a evolução do jihadismo devido à característica tolerante da sua população predominantemente muçulmana.

No entanto, "investigações apontam o envolvimento de nacionais comoranos com redes jihadistas no Quénia, Tanzânia e Uganda entre 2014 e 2017", escreve Jokinen. A França também observa a infiltração do "Estado Islâmico" em Maiote - um departamento francês, localizado entre Moçambique e Madagascar, com profunda identidade cultural com Comores, segundo o especialista.

Presidente Azali Assoumani esteve com Filipe NyusiFoto: AFP/Getty Images/S. de Sakutin

Problemas comuns

Para o Presidente das Comores, a proximidade faz com que a cooperação entre os dois países seja importante. "Nós temos uma cooperação ao nível das instituições africanas, como é a União Africana e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, mas é ao nível bilateral que os dois países podem resolver os seus problemas, porque os problemas de um são os problemas do outro", frisou Assoumani.

O arquipélago das Comores, no oceano Índico, é composto por quatro ilhas: Grande-Comore, Anjouan, Mohéli e Maiote. A independência das Comores foi decretada em 1975, mas a ilha de Maiote manteve-se sob administração francesa.

Moçambique partilha o oceano Índico com as ilhas Comores e a relação entre os dois Estados já foi apontada por especialistas e estudiosos como importante para a proteção do canal de Moçambique.

Os jovens de Nampula que usam a música contra o terrorismo

03:44

This browser does not support the video element.

Saltar a secção Mais sobre este tema