Forças Armadas da Guiné-Bissau dizem ter defendido exército
13 de abril de 2012 As Forças Armadas da Guiné-Bissau apresentaram nesta sexta-feira (13.04) um autointitulado Comando Militar através do qual justificaram a intervenção armada da noite anterior como uma forma de defesa da instituição contra uma alegada agressão externa. A informação é da agência noticiosa Lusa.
O Comando Militar diz em comunicado que "não ambiciona o poder", mas que foi "forçado" a agir para defender as Forças Armadas bissau-guineenses de uma suposta agressão que seria protagonizada pelas Forças Armadas de Angola no âmbito da União Africana (UA). As "investidas diplomáticas do governo guineense" visariam "aniquilar as Forças Armadas da Guiné-Bissau através de forças estrangeiras", diz o documento, que deverá ser lido na Rádio Nacional, única estação do país que foi autorizada a voltar a transmitir.
Documento secreto
O Comando Militar estaria em "posse de um documento secreto visando legitimar a intervenção de Angola, através de um mandato do Conselho de Segurança e Paz da União Africana. Esse documento redigido por juristas [cujos nomes os militares dizem não revelar por enquanto] é assinado pelo primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e pelo presidente interino, Raimundo Pereira", segundo o comunicado.
De acordo com a agência Lusa, o comunicado do autodenominado Comando Militar lembra ainda o fato de ser Angola o país que preside neste momento o Conselho de Paz e Segurança da União Africana – que daria mais consistência às alegadas diligências com vista a uma alegada intervenção armada externa no país. Ainda segundo a Lusa, o documento do Comando Militar destacaria ainda que um comunicado do governo angolano – no qual Luanda explica a retirada da MISSANG, a Missão Técnica de Apoio ao processo de reformas do setor militar bissau-guineense – deixava entender uma intervenção armada na Guiné-Bissau.
Num outro comunicado, o Comando Militar apela ainda à população – sobretudo as de Bissau – a se abster de atos de vandalismo e de violência que possam colocar em causa a ordem pública.
Segundo a Lusa, os dois comunicados não possuem assinatura de nenhum militar.
Autor: Agência Lusa (Renate Krieger)
Edição: António Rocha