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França e Itália unidas contra Kadhafi

26 de abril de 2011

A Líbia continua a provocar movimentações diplomáticas. A União Africana lançou uma iniciativa de paz, mas os rebeldes recusam o diálogo com Kadhafi. A França e a Itália propõem um boicote ao petróleo líbio

O Primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi acolhe em Roma o Presidente francês Nicolas Sarkozy para discutir a crise na LíbiaFoto: picture-alliance/dpa

A França e a Itália, países que tradicionalmente mantêm relações estreitas com a Líbia, foram as primeiras a cortar com Mouammar Kadhafi e a reconhecer o Conselho Nacional de Transição, CNT, formado pelos rebeldes, como legítimo representante do povo líbio. Roma e Paris receberam também na semana passada o chefe daquele conselho, Mustafa Abdul Dschalil.

Paris e Roma afirmam que a sua decisão de enviar conselheiros militares respeita a resolução do Conselho de segurança da ONUFoto: AP

França e Itália enviam conselheiros militares

A França prometeu enviar soldados, uma vez que os bombardeamentos da NATO não têm tido o efeito esperado. Mas o porta-voz de Paris, François Baroin precisou: "Um pequeno número de oficiais de ligação irá ajudar o Conselho Nacional de Transição a proteger a população civil. Respeitamos assim à letra a resolução do Conselho de segurança das Nações Unidas, porque se trata de facto dum grupo muito pequeno de oficiais. Não temos a intenção de enviar tropas de infantaria. Essa hipótese está completamente posta de parte".

O governo italiano emitiu um comunicado no mesmo sentido. A Grã-Bretanha já enviara 20 oficiais. Estes militares europeus ficarão estacionados em Benghazi, dominada pelos rebeldes. Jean Dominique Merchet, um perito francês em questões de defesa, comenta: "Estes soldados vão cooperar diretamente com os chefes dos revoltosos, coordenando o seu trabalho com a NATO".

Na noite de segunda para terça-feira a NATO voltou a bombardear alvos em Misrata e Tripoli com aviões e aparelhos não-tripulados. Na capital registaram-se algumas violentas explosões. Mas desta vez o gigantesco palácio de Kadhafi não foi alvejado, como acontecera no domingo. Depois desse ataque, o porta-voz do governo líbio Moussa Ibrahim, declarou à imprensa:

"Consideramos que se tratou duma tentativa para assassinar o nosso líder e algumas das figuras do nosso país. Mas o líder continua bem de saúde e a dirigir o combate pela paz e democracia na Líbia".

Saif al-Islam, reafirma que o seu pai e todo o clã Kadhafi nunca se renderão.Foto: picture-alliance/dpa

O clã Kadhafi mostra-se imperturbável

Poucas horas depois do ataque, a televisão estatal mostrou imagens de Kadhafi falando com alguns políticos autárquicos que acolhera na sua tenda em Tripoli. O seu filho Saif al-Islam, não se deixou impressionar pelos últimos ataques:

"Não nos rendemos, não vamos içar uma bandeira branca. Não temos medo. Os vossos agentes e os traidores fornecem diáriamente informações à NATO. Ela bombardeia os líbios para os obrigar a renderem-se. Mas eu digo-vos: vocês estão a sonhar e a ser enganados".

Os rebeldes negaram-se a ir a Adis-Abeba onde a União Africana queria relançar as negociações entre eles e o governo de Tripoli. Por sua vez Sarkozy e Berlusconi propuseram que se deixe de comprar petróleo a Kadhafi para o obrigar a ceder. A União Europeia lançou entretanto sanções contra 26 empresas do setor energético, acusando-as de financiarem o regime líbio.

Os rebeldes celebram em Benghazi a captura dum tanque das tropas de Kadahfi. A cidade continua na mão dos revoltosos.Foto: AP

Autor: Linda Staude / Cristoph Wöß / Carlos Martins
Revisão: António Rocha

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