França: Macron pode ganhar as presidenciais?
24 de março de 2017Emmanuel Macron é filósofo de formação. Filho de um casal de médicos do norte da França, Macron frequentou ainda a Escola Nacional de Administração, em Estrasburgo.
"Macron é um produto da elite francesa e teve uma formação completa", comenta Stefan Seidendorf, vice-diretor do Instituto Franco-Alemão em Ludwigsburg, na Alemanha. "Ele representa tudo aquilo contra o qual Marine Le Pen tem combatido na sua campanha".
A candidata da extrema-direita às presidenciais francesas aparece como a favorita nas sondagens, ganhando à primeira volta, a 23 de abril. Mas as eleições só seriam decididas numa segunda volta, a 7 de maio, em que Macron é apontado como vencedor.
As suas aptidões como administrador, tanto no setor público como privado, e os seus conhecimentos sobre questões económicas, fizeram com que, em 2012, ele se tornasse assessor do Presidente François Hollande, que o nomeou ministro da Economia em 2014.
Após desavenças com o primeiro-ministro francês Manuel Valls, Macron renunciou ao cargo no Governo e criou, no ano passado, o movimento "En Marche", a sua plataforma de campanha para a Presidência.
Europeísta convicto
Aos 39 anos, Emmanuel Macron é o único candidato que diz claramente aos franceses que, sem a Europa, a França não tem solução. Em entrevista ao jornal alemão "Die Welt", no ano passado, ele afirmou que "a tarefa da França e da Alemanha é fazer tudo para aprofundar a integração europeia nas áreas das finanças e economia, da defesa e segurança e na política de refugiados".
Ao mesmo tempo, o candidato independente promete, por exemplo, cortar 60 mil milhões de euros em gastos públicos e eliminar 120 mil postos de trabalho neste setor, se ganhar as eleições. Planeia, no entanto, investir 50 mil milhões de euros em programas de incentivos financeiros destinados, por exemplo, a projetos ambientais.
Macron pode vencer as presidenciais?
Para Stefan Seidendorf, vice-diretor do Instituto Franco-Alemão, Macron "está-se a tornar num candidato promissor, apesar da sua posição mais à esquerda", numa campanha eleitoral marcada por escândalos.
O conservador François Fillon tem de lidar com as acusações de que conseguiu um emprego fantasma para a sua mulher na Assembleia Nacional, e a populista Marine Le Pen também está envolvida num caso de emprego fantasma no seu escritório no Parlamento Europeu.