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França suspende operações militares conjuntas no Mali

Lusa | AFP
4 de junho de 2021

Depois do recente golpe no Mali, a França anunciou a suspensão das operações militares conjuntas com Bamako, numa tentativa de pressionar a junta no poder para a transição política exigida pela comunidade internacional.

Foto: Frederic Petry/Hans Lucas/picture alliance

"O governo francês decidiu suspender as operações militares conjuntas com as forças malianas, bem como as missões de assessoria nacionais em seu benefício", anunciou o Ministério da Defesa da França num comunicado citado pela AFP.

De acordo com o documento, "requisitos e linhas vermelhas foram estabelecidos pela CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] e pela União Africana para esclarecer o quadro da transição política no Mali".

"Estas decisões serão reavaliadas nos próximos dias à luz das respostas que serão fornecidas pelas autoridades do Mali", conclui o Ministério.

Mali suspenso das instâncias da francofonia

Alvo de um golpe de Estado no final de maio, o segundo em menos de um ano, o Mali foi suspenso das instâncias da francofonia, anunciou esta quinta-feira (03.06) o Conselho Permanente da Francofonia (CPF).

Coronel Assimi GoitaFoto: Xinhua/imago images

Reunido em sessão extraordinária em Paris, o CPF, uma das instâncias da Organização Internacional da Francofonia, "condenou firmemente" o golpe do coronel Assimi Goïta, ocorrido no dia 24 de maio, e decidiu "suspender a República do Mali das instâncias da Francofonia", mantendo, contudo, os programas de restabelecimento da ordem democrática, afirma aquele órgão em comunicado.

Numa resolução adotada por unanimidade, o CPF pede "a nomeação de um primeiro-ministro civil e de um Governo inclusivo" e "exige o levantamento imediato de todas as restrições impostas a todos os atores políticos, em particular a prisão domiciliária dos antigos Presidente e primeiro-ministro".

Dois golpes em menos de um ano

Assimi Goita, autor de um anterior golpe de Estado em agosto de 2020, fez-se declarar Presidente depois de ter destituído os civis à frente do executivo, o Presidente Bah Ndaw e o primeiro-ministro Moctar Ouane.

Preocupada com a situação de segurança e a luta contra os ataques terroristas na região, a comunidade internacional aceitou o golpe como um facto consumado, não adotando qualquer sanção.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) limitou-se a suspender o Mali das suas instâncias, exigindo a nomeação de um novo primeiro-ministro civil e a manutenção das eleições agendadas para o início de 2022.

A União Africana e a França - parceiros-chave na luta antiterrorista com a sua força Barkhane, com 5.100 elementos - alinharam com a CEDEAO. Em 26 de maio, o Conselho de Segurança da ONU emitiu uma condenação "firme", mas sem qualquer sanção.

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